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Em fevereiro e março de 2025, um Grupo de Trabalho composto por 20 pesquisadores, de 16 países, se reuniu na Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), em Lyon, França, para finalizar a avaliação sobre a carcinogenicidade da gasolina automotiva e de alguns de seus aditivos. A gasolina automotiva foi considerada carcinogênica para humanos (Grupo 1), assunto que é tema de Turner et al., em artigo no Lancet Oncology e será apresentado no volume 138 das monografias da IARC.

Houve melhora na taxa de tratamento cirúrgico excessivo do câncer de próstata nas últimas 2 décadas? Este estudo de coorte com 185.928 pacientes do sexo masculino em 2 registros paralelos — Surveillance, Epidemiology, and End Results e Michigan Urological Surgery Improvement Collaborative — encontrou uma redução de mais de 5 vezes na proporção de pacientes submetidos a prostatectomias com grau patológico grupo 1 entre 2010 e 2024. Os resultados estão em artigo de Monda e colegas publicado no JAMA Oncology.

O brasileiro Evandro de Azambuja (foto) é autor correspondente de revisão que avaliou o panorama atual da terapia endócrina (TE) prolongada no tratamento do câncer de mama. Os resultados estão no ESMO Open e mostram que, em mulheres na pós-menopausa, 10 anos de terapia hormonal adjuvante são superiores a 5 anos na redução de recorrências, enquanto sete a oito anos de terapia hormonal melhoram os desfechos em comparação com 5 anos, sem benefício adicional de 10 anos para casos de baixo risco.

O algoritmo de fluxo de trabalho clínico CORE (Comprehensive Oncology Rehabilitation and Exercise) é viável e aceitável entre mulheres com câncer de mama em estágio I-III recém-diagnosticado e encaminhadas para cirurgia como tratamento de primeira linha. Os resultados estão em artigo publicado na Cancer, periódico da American Cancer Society.

As oncologistas Luciana de Moura Leite, do AC Camargo Cancer Center, e Luiza Nardin Weis (foto), da Dasa Oncologia, são coautoras de estudo multicêntrico internacional que buscou avaliar o conhecimento, a prática e as atitudes dos médicos sobre questões relacionadas à fertilidade e à gravidez em pacientes jovens (≤ 40 anos) com câncer de mama avançado. Os resultados publicados na The Breast despertam preocupação, revelando que de 10% a 20% dos médicos prescrevem tratamentos contraindicados a essas pacientes durante a gravidez e que cerca de 20% não prescrevem rotineiramente métodos contraceptivos.

Ensaio clínico randomizado realizado no Hospital de Câncer de Barretos avaliou a ansiedade, a depressão e a satisfação de pacientes oncológicos de acordo com o tipo de condução ao centro cirúrgico, comparando a deambulação com a maca. Os resultados mostram que 100% dos que foram conduzidos ao centro cirúrgico caminhando, com suas próprias roupas e na companhia de um familiar estavam muito satisfeitos ou satisfeitos. Já no grupo conduzido em maca e trajando pijama, esse número cai para 79,0% (p-valor 0,001). O trabalho tem como primeira autora a pesquisadora Gabriela da Silva Oliveira (foto).

O regime FLOT/TFOX modificado pode representar nova opção de tratamento de primeira linha (1L) para pacientes com adenocarcinoma gástrico e da junção gastroesofágica (JGE) avançado HER2-negativo elegíveis para esta quimioterapia tripla com docetaxel, como mostram os resultados do estudo PRODIGE 51- FFCD-GASTFOX, relatados por Zaanan et al. no Lancet Oncology.

Pesquisa com participação brasileira, que incluiu a colaboração da geneticista Patrícia Ashton-Prolla (foto), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, sugere que as assinaturas mutacionais SBS88 e ID18 associadas à colibactina, toxina produzida por algumas cepas da bactéria E.coli, podem contribuir para o aumento da incidência do câncer colorretal de início precoce. A presença de SBS88 e ID18 foi 3,3 vezes mais frequente em indivíduos diagnosticados antes dos 40 anos do que naqueles com mais de 70 anos, descrevem os autores, em artigo na Nature.

Estudo publicado no European Journal of Cancer buscou validar a nona edição do sistema de estadiamento tumor-nódulo-metástase (TNM) para o câncer de pulmão de células não pequenas ressecado cirurgicamente publicada pela Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC). “Em comparação com a oitava edição do sistema de estadiamento TNM, a nona edição demonstrou melhor acurácia prognóstica e capacidade discriminatória superior para estadiamentos clínicos e patológicos”, avaliam os autores.

Estudo de coorte investigou os sintomas que precedem o cuidado agudo em pacientes com câncer e quantificou as diferenças na documentação dos sintomas entre subgrupos sociodemográficos e histológicos do câncer. Os resultados publicados no JAMA Network Open revelam os sintomas frequentemente observados, como dor, náusea e vômito, e destacam a necessidade de desenvolver intervenções direcionadas para melhorar o manejo desses sintomas.

Pesquisa do oncologista Paulo Henrique Aires de Freitas (foto), do Mestrado Profissional do AC Camargo Cancer Center, mostra que 8 indicações revogadas pela Food and Drug Administration (FDA) depois de obter aprovação acelerada continuam vigentes no Brasil para o tratamento do câncer. “Mesmo depois de revogadas pelo FDA, essas indicações constam em bula e continuam a valer no Brasil – sem evidências de benefício clínico”, alerta.

A incidência do câncer de orofaringe tem aumentado globalmente como consequência da infecção pelo papilomavírus humano, principalmente em países de alta renda. Estudo que buscou estimar a incidência, as tendências e as previsões do câncer de orofaringe a partir dos registros de câncer de base populacional (RCBP) brasileiros mostra variações regionais importantes, com taxas mais altas de incidência observadas nas regiões Sudeste e Sul.

Estudo de coorte internacional retrospectivo investigou a segurança da tecnologia de reprodução assistida (TRA) em jovens portadoras de BRCA1/2 após o diagnóstico de câncer de mama. Os resultados foram publicados em acesso aberto no European Journal of Cancer e demonstram que a TRA não foi associada a um risco aumentado de eventos de sobrevida livre de doença nessa população.

O oncologista Cassio Murilo Hidalgo Filho (foto) é autor de estudo retrospectivo que avalia as taxas de resposta radiológica, sobrevida global, toxicidades relacionadas ao tratamento e taxas de resposta completa em pacientes com carcinoma de nasofaringe localmente avançado submetidos a quimioterapia de indução. “A quimioterapia de indução é fundamental para o tratamento do carcinoma nasofaríngeo localmente avançado, mas dados reais sobre sua eficácia e toxicidade são limitados”, observam os pesquisadores.

A radioterapia torácica (RTT) de 60 Gy/40 frações, duas vezes ao dia, foi bem tolerada e prolongou a sobrevida em comparação com a RTT estabelecida de 45 Gy/30 frações em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) em estágio limitado. É o que mostram resultados de Grønberg et al. no Journal of Thoracic Oncology no primeiro ensaio clínico randomizado a demonstrar benefício de sobrevida com o aumento da dose de RTT nessa população de pacientes.  A sobrevida global mediana no grupo de 60 Gy foi quase duas vezes maior do que no grupo de 45 Gy (43,5 vs. 22,5 meses), com aumento clinicamente relevante na taxa de sobrevida em 5 anos, de 28,4% para 39,4%.

A adesão à terapia endócrina é indispensável para atingir os objetivos clínicos e melhorar o prognóstico de pacientes com câncer de mama não metastático positivo para receptor de estrogênio. Estudo de mundo real que buscou avaliar a adesão à terapia endócrina (TE) em todo o Brasil mostra que a taxa de adesão ao tratamento foi de 58,7%, revelando que mais de um terço das pacientes não eram aderentes à TE no período avaliado. A pesquisa tem como primeira autora a oncologista Daniele Assad Suzuki (foto), do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, e está em acesso aberto no JCO Global Oncology.