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Quando os cuidados paliativos devem ser iniciados para reduzir a probabilidade de cuidados agressivos no fim da vida para pacientes com câncer de ovário? Estudo de coorte com 8.297 indivíduos com câncer de ovário mostrou que iniciar os cuidados paliativos mais de 3 meses antes da morte foi associado a menores taxas de óbito hospitalar, quimioterapia tardia, admissão na unidade de terapia intensiva e cuidados agressivos no fim da vida. Os resultados foram publicados no JAMA Network Open.

A agência norte-americana U.S.Food and Drug Administration concedeu aprovação acelerada para asciminib (Scemblix®, Novartis) no tratamento de pacientes adultos recém-diagnosticados com leucemia mieloide crônica (LMC) em fase crônica cromossomo Filadélfia positivo (Ph+). A decisão é baseada nos resultados no estudo ASC4FIRST, apresentado em Sessão Plenária no ASCO 2024 e publicado na New England Journal of Medicine (NEJM).

A Sociedade Europeia de Oncologia Ginecológica, a Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia e a Sociedade Europeia de Endoscopia Ginecológica desenvolveram diretrizes conjuntas e baseadas em evidências, com foco em aspectos-chave das estratégias de preservação da fertilidade e acompanhamento de pacientes com câncer cervical, câncer de ovário e tumores ovarianos limítrofes. Os resultados reforçam que a experiência multidisciplinar é fundamental para que os pacientes preservem o potencial de fertilidade durante e após o tratamento do câncer.

Questões relacionadas à fertilidade estão entre as principais preocupações após o câncer infantil. Estudo que avaliou a influência das exposições à terapia do câncer nos volumes testiculares da puberdade até a idade adulta, espermatogênese na idade adulta e resultados de paternidade em coortes envolvendo grande número de sobreviventes traz novos insights que podem orientar o aconselhamento precoce sobre fertilidade no tratamento do câncer.

Os cânceres de mama ER-low e HER2-low ilustram as limitações dos critérios diagnósticos tradicionais e destacam a necessidade de abordagens mais refinadas e integradas para a caracterização do câncer de mama. “À medida que a compreensão dos cânceres de mama HER2-low e ER-low continua a evoluir, é fundamental que patologistas e oncologistas colaborem no refinamento dos padrões de diagnóstico e no desenvolvimento de protocolos de tratamento personalizados”, destaca revisão de Nicola Fusco (dir.) e Giuseppe Viale (esq.), em artigo que busca consolidar o conhecimento atual sobre cânceres de mama HER2-low e ER-low, enfocando os desafios associados a sua identificação, implicações para o tratamento e gerenciamento clínico.

Quais fatores sociais, relacionados à doença e específicos do paciente estão associados à sobrevida global e à sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas em estágio limitado? Análise secundária post hoc do ensaio clínico randomizado CALGB 30610–RTOG 0538 incluiu 638 pacientes randomizados para radioterapia (uma ou duas vezes ao dia) e demonstrou que sexo feminino e idade inferior a 70 anos foram associados à melhora da sobrevida global, enquanto estágio linfonodal avançado e tratamento em centros de baixo ou médio volume de procedimentos foram associados a piores resultados.

A terapia focal ganhou aceitação ao longo do tempo, com uma proporção maior de pacientes com câncer de próstata clinicamente significativo em tratamento com crioterapia,  ultrassom focalizado de alta intensidade (HIFU) e eletroporação irreversível (IRE). Revisão sistemática e meta-análise que avaliou desfechos de longo prazo  entre homens tratados com terapia focal de 2008 a 2024 mostra que a sobrevida global agrupada foi de 98,0%, a sobrevida câncer específica de 99,3% e a sobrevida livre de metástases alcançou 98,5%, enquanto a taxa de progressão bioquímica  anual foi de 9,4%.

A cannabis nos EUA está em transição de um status ilegal nacional para a liberalização para uso medicinal ou recreativo. Revisão publicada no Lancet Regional Health reúne as mais abrangentes evidências até o momento sobre o uso de cannabis e risco de câncer, com o objetivo de informar recomendações de organizações de saúde pública, formuladores de políticas e profissionais clínicos.

O uso prolongado de aspirina para prevenção de doenças cardiovasculares é recomendado há décadas. No entanto, há incertezas quanto aos efeitos de longo prazo do uso de aspirina em pacientes com câncer. Estudo de coorte que utilizou grandes bases de dados mostra que indivíduos com câncer que fizeram uso profilático de aspirina em baixa dosagem reduziram o risco de morte por todas as causas, mas não o risco cardiovascular ou na mortalidade específica por câncer.

Estudo randomizado de fase II que avaliou o efeito dos polissacarídeos de Astragalus (PG2) combinado com quimioterapia adjuvante concluiu que o uso de PG2 pode reduzir a fadiga induzida por quimioterapia, controlar a insônia e o efeito negativo nas perspectivas futuras, melhorando  o estado de saúde global e a adesão ao tratamento quimioterápico em pacientes com câncer de mama, principalmente em mulheres pré-menopáusicas.

Estudo liderado por pesquisadores do MD Anderson Cancer Center demonstrou que pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas metastático não escamoso com mutações específicas nos genes supressores de tumor STK11 e/ou KEAP1 podem se beneficiar da adição do anti-CTLA-4 tremelimumabe a uma combinação de durvalumabe mais quimioterapia para superar a resistência ao tratamento comum nesta população de pacientes. Os resultados foram publicados na Nature, em artigo com participação dos pesquisadores brasileiros Haniel Araujo (foto), Marcelo Negrão e Álvaro Guimarães Paula.

Estudo que comparou o desempenho do sequenciamento de próxima geração (NGS) na detecção de mutações comuns e incomuns do gene EGFR em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado traz novos insights sobre métodos de patologia molecular. “Nosso estudo destaca que o NGS é capaz de identificar um número muito maior de mutações EGFR acionáveis ​​do que as abordagens RT-qPCR, proporcionando a mais pacientes a oportunidade de receber tratamentos direcionados a EGFR”, concluem os autores.

Há uma tendência preocupante de declínio ou estagnação no rastreamento do câncer cervical em alguns países de alta renda, o que afeta desproporcionalmente mulheres de comunidades desfavorecidas. O alerta foi reforçado por Descamps et al. no International Journal of Cancer, em comunicado que discute desafios e oportunidades identificados pelo consenso ACCESS  (Advancing Cervical CancER ScreeningS), e  destaca a importância de compartilhar as melhores práticas, através do diálogo internacional e da colaboração entre as partes interessadas.

Dados da análise final de sobrevida livre de doença invasiva (SLDi) do estudo randomizado de fase III NATALEE corroboram a eficácia e segurança de ribociclibe adjuvante em pacientes com câncer de mama inicial HR+/HER2−, demonstrando redução de 25% no risco de eventos de SLDi com ribociclibe mais terapia endócrina (HR 0,749, IC de 95% 0,628-0,892; P=0,0012). O trabalho tem participação dos oncologistas Carlos Barrios, do LACOG (foto) e Felipe Cruz (à direita), do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer.

As taxas globais de mortes padronizadas por idade e anos de vida ajustados por incapacidade (DALYs) atribuíveis ao câncer relacionado à dieta são consideráveis ​​e respondem por uma carga substancial da doença. O alerta é de estudo que utilizou dados do Estudo da Carga Global de Doenças para estimar as cargas e tendências agrupadas de cinco tipos de câncer atribuíveis a comportamentos alimentares. Os resultados foram publicados no European Journal of Cancer Prevention.

Estudo de coorte publicado no JAMA Otolaryngology Head & Neck Surgery mostrou que a prevalência de depressão foi duas vezes maior em pacientes com câncer de cabeça e pescoço em comparação com pacientes com outros tipos de câncer, com pequenas diferenças em autorrelatos subjetivos de depressão. “Os resultados sugerem que o autorrelato de depressão pode resultar em subnotificação e subtratamentos, destacando a necessidade de melhorar a identificação e otimizar o tratamento dessa população”, observaram os autores.