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A mastectomia bilateral para o tratamento de câncer de mama unilateral reduz o risco de mortalidade por câncer de mama em 20 anos? Estudo de coorte incluindo 661.270 mulheres com câncer de mama unilateral que foram pareadas por tipo de tratamento (lumpectomia, mastectomia unilateral ou mastectomia bilateral) e acompanhadas por 20 anos demonstrou que a mastectomia bilateral foi associada a uma redução estatisticamente significativa do risco de câncer de mama contralateral, mas não da mortalidade por câncer de mama. Os resultados foram publicados no JAMA Oncology.

Câncer, doença cardíaca coronária, demência e acidente vascular cerebral (AVC) são as principais causas de morbidade e mortalidade na Inglaterra. Análise sobre o ônus econômico (custos de assistência médica, assistência social e assistência informal, além de perdas de produtividade) estimou o impacto dessas quatro condições crônicas até 2050. “Nosso estudo mostra o efeito do envelhecimento populacional projetado nas próximas décadas. Com base apenas na mudança demográfica, os custos do câncer aumentarão em 40%, os da doença cardíaca coronária em 54%, os da demência em 100% e os do AVC em 85%”.

Ensaio randomizado de centro único mostrou que o tratamento guiado por um teste de expressão de 90 genes pode melhorar a sobrevida livre de progressão em comparação com a quimioterapia empírica entre pacientes com câncer de sítio primário desconhecido (CUP), demonstrando que o perfil genômico pode fornecer mais informações sobre a doença e expandir o arsenal terapêutico nesses pacientes. Os resultados estão em artigo de Liu et al. no Lancet Oncology.

Uma força-tarefa europeia emitiu recomendações para a pesquisa em câncer, com quatro conceitos-chave para ensaios clínicos iniciais no cenário neoadjuvante (NEO-ECT) antes de terapias locorregionais curativas:  envolvimento do paciente; revisão da relação risco-benefício e equilíbrio clínico/ético; randomização para reduzir o viés e, finalmente, a seleção de desfechos. “O desenho cuidadoso de NEO-ECTs permitirá o teste de novos tratamentos anticâncer em cenários mais precoces da doença, onde a atividade deve resultar em maiores taxas de cura, ao mesmo tempo em que garante que os pacientes não sejam prejudicados por atrasos em tratamentos curativos/definitivos, nem por toxicidade e morbidade de longo prazo ou de início tardio”, destaca o grupo europeu.

O estudo ARTICUNO avaliou retrospectivamente dados sobre a atividade de osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado com mutações pouco comuns do EGFR (uEGFR) tratados em 21 centros clínicos entre agosto de 2017 e março de 2023. “Este é o maior conjunto de dados de CPNPC com alterações incomuns de EGFR tratados com osimertinibe”, destacam os autores em artigo publicado no ESMO Open.

A prática insuficiente de atividade física aumenta o risco de doenças não transmissíveis, incluindo câncer, concorre para prejuízos na função física e cognitiva, ganho de peso e problemas de saúde mental. Análise que estimou a prevalência de atividade física em 197 países e territórios, de 2000 a 2022, mostra que mais de 30% da população mundial não cumpre os níveis mínimos recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Os resultados alertam para a importância de esforços multissetoriais para atingir a meta global de uma redução relativa de 15% na prevalência de atividade física insuficiente até 2030.

Revisão sistemática e meta-análise buscou avaliar a sobrevida e a função pulmonar após ressecção sublobar em comparação com a lobectomia no câncer de pulmão de células não pequenas estágio IA. “Até onde sabemos, este estudo é o primeiro a destacar especificamente a comparação de diferentes desenhos de estudo neste contexto”, afirmaram os autores. Os resultados foram publicados no Journal of Surgical Oncology. Isadora Mamede, da Universidade Federal de São João Del-Rei, é primeira autora do artigo, que tem o cirurgião torácico Marcelo Cypel, da Universidade de Toronto, como autor sênior.

Muitos adultos mais velhos com leucemia linfoblástica aguda precursora de células B (BCP-ALL) têm recidiva, apesar da remissão completa para doença residual mínima (MRD) negativa com quimioterapia combinada. A adição de blinatumomabe à quimioterapia resultou em benefício significativo de sobrevida global (HR 0,41) nessa população de pacientes, como revela análise atualizada de Mark Litzou e colegas, em artigo na New England Journal of Medicine. A SG em 3 anos foi de 85% vs. 68%, favorecendo o grupo tratado com blinatumomabe versus o grupo de QT de consolidação isoladamente.

Estudo britânico que avaliou os efeitos da triagem por sigmoidoscopia flexível após 21 anos de acompanhamento em homens e mulheres de 55 a 64 anos mostrou que a estratégia de rastreamento reduziu a incidência do câncer colorretal em 24% (HR 0,76), com impacto de 25% na redução da mortalidade (HR 0,75). A redução na incidência e mortalidade por câncer ocorreu predominantemente no colorretal distal, onde a incidência foi reduzida em 41% (0,59 [0,54–0,64]) e a mortalidade em 45% (0,55 [0,47–0,64]). “É impressionante que um procedimento de triagem único possa ter impacto tão duradouro na saúde pública ao longo de 21 anos”, destacam os autores.

O Comitê Consultivo de Medicamentos Oncológicos (ODAC) da U.S. Food and Drug Administration (FDA) reconheceu que durvalumabe (Imfinzi®, AstraZeneca) atingiu o endpoint primário de sobrevida livre de eventos (SLE) no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas ressecável com base nos resultados do ensaio de Fase 3 AEGEAN, com um perfil de segurança manejável.

Revisão sistemática e meta-análise que avaliou o impacto da radioterapia pós-mastectomia com protocolos hipofracionados em pacientes submetidos à reconstrução baseada em implantes mostrou risco significativamente menor de contratura capsular, deiscência da ferida e incidência reduzida de cirurgia de revisão em comparação ao grupo tratado com fracionamento convencional. Os resultados estão em acesso aberto, no periódico The Breast.

Publicado no Journal of Geriatric Oncology, o estudo PROGNOSIS-RCT examina se a avaliação geriátrica ampla (AGA) como complemento ao tratamento oncológico padrão pode prevenir hospitalizações não planejadas em idosos com fragilidade e câncer que iniciam tratamento oncológico curativo.

A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) atualizou sua diretriz de tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio III incorporando os resultados do estudo randomizado de Fase 3 LAURA, apresentado no ASCO 2024 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine (NEJM). A atualização publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO) destaca que pacientes com CPNPC estágio III irressecável com deleção do éxon 19 do EGFR ou mutação L858R do éxon 21 podem receber osimertinibe de consolidação após quimiorradioterapia definitiva.

O aumento dos chamados testes de detecção precoce de múltiplos cânceres pode representar um novo paradigma no rastreamento de vários tipos de câncer, como descreve Hilary A. Hobbins (foto), da IARC, em artigo na New England Journal of Medicine (NEJM). No entanto, a análise da especialista pede cautela, com exemplos concretos de que a nova era prometida ainda está longe de mostrar evidências de benefício.