Onconews - Vol.I Número 01 - Out 2018

Index Vol. I Número 01 - Out. 2018

Bottom line

Por várias décadas, a classificação de Bokhman foi a base para a estratificação prognóstica e definição terapêutica do câncer de endométrio em todo o mundo. Com os dados do atlas genômico dos tumores (TCGA) e o avanço na compreensão da biologia molecular do câncer de endométrio, a doença foi reclassificada em quatro subtipos, com alterações moleculares específicas e desfechos distintos. Apesar de bastante provocativa, a classificação molecular ainda requer validação e não deve ser utilizada para determinar o tratamento desta neoplasia. Estudos prospectivos, como o PORTEC-4, estão em desenvolvimento com o objetivo de validar esta estratégia.

eduardo paulino



Eduardo Paulino (foto) é oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas/RJ e do Instituto Nacional de Câncer, Hospital do Câncer II/RJ

Bottom line

Na neoplasia de reto, diversas estratégias cirúrgicas visam garantir margens de ressecção adequadas para melhores resultados oncológicos, com menor morbidade e comprometimento funcional. A estratégia cirúrgica utilizada deve depender da disponibilidade dos diferentes métodos, treinamento do cirurgião e aspectos relacionados ao paciente e à doença. Embora a excisão total do mesorreto seja a estratégia terapêutica definitiva, é preciso conhecer previamente as dificuldades esperadas no procedimento cirúrgico. Independente da estratégia adotada, o planejamento da ressecção com exames de estadiamento adequados é fundamental para o sucesso do procedimento.

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O tratamento com drogas citotóxicas ou radioterapia pode comprometer a função e a reserva ovariana. Para preservar a fertilidade, a recomendação é a coleta de óocitos ou a preservação de tecido ovariano antes do tratamento. No câncer do colo do útero em estágios iniciais é possível preservar o corpo uterino e parte do colo, possibilitando a concepção e a gravidez. No carcinoma do endométrio o sítio tumoral é o próprio útero e o tratamento cirúrgico e/ou medicamentoso só é possível nos casos iniciais e no tipo endometrioide, grau 1 histológico com invasão superficial do estroma endometrial. A associação de ressecção histeroscópica e progestogênios oferece os melhores resultados.

jesus carvalhoJesus Paula Carvalho (foto) é ginecologista, Professor Livre Docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e Chefe da Equipe de Ginecologia no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

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Os índices prognósticos no câncer de mama tradicionais incluem o Nottingham Prognostic Indicator (NPI), os critérios de St. Gallen, as diretrizes de consenso do NIH e o Adjuvant!Online, todos baseados em critérios clínicos do tumor e paciente. O advento da tecnologia genômica permitiu o desenvolvimento de novos testes baseados na biologia. Ao contrário dos fatores prognósticos anatômicos, os testes genômicos podem apresentar uma interação entre a natureza dos genes incluídos em um perfil específico e o benefício da terapia sistêmica. Estes podem ser avaliados por plataformas avançadas como Oncotype, MammaPrint, BCI, entre outros, que tentam através do estudo genômico do tumor mostrar se o paciente teria benefício ou não em certas terapias propostas na rotina oncológica. A utilização das assinaturas genômicas auxilia de maneira substancial a decisão da terapia adjuvante, mas o custo destes testes ainda é elevado, o que dificulta o acesso e limita seu uso na prática diária.

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André Mattar (foto) é mastologista e Diretor do núcleo de Oncologia Clínica e Assistente do Centro de Pesquisa Clínica do Hospital Pérola Byington.

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A terapia endoscópica na doença precoce de esôfago deve sempre ser utilizada em uma lesão esofágica superficial, seja um carcinoma espinocelular (CEC) com NBI-ME (do inglês, narrow band imaging – magnifying endoscopy) padrão B1 ou B2 ou em uma área de esôfago de Barrett com displasia ou adenocarcinoma superficial. Sempre que possível é indicado a Endoscopic Submucosal Dissection (ESD). Se for inviável, outras técnicas de ressecção (EMR ou EPMR) podem ser utilizadas, complementadas por técnicas de ablação, quando necessário. No momento, pacientes mais jovens ou com oncogênese de campo bem evidente têm recebido o tratamento mais agressivo, quer seja pela agressividade da replicação celular ou pela possibilidade de desenvolver lesões multicêntricas.

marcelo simas

Marcelo Simas de Lima (foto) é cirurgião do aparelho digestivo e endoscopista. Atua no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), na BP Diagnósticos, da Beneficência Portuguesa de São Paulo e no Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Bottom Line

Urologistas e oncologistas esperam que, além do diagnóstico, informações sobre fatores prognósticos relevantes relacionados ao grau histológico, extensão da doença, estadiamento e status das margens cirúrgicas, assim como outras informações relevantes em casos especiais, constem nos laudos anatomopatológicos.

mariia germanos




Marilia Germanos de Castro (foto) é uropatologista do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.



Bottom Line

O diagnóstico de leucemia mieloide aguda (LMA) deve ser feito baseado em achados clínicos, morfológicos, imunofenotípicos, moleculares e citogenéticos. O tratamento clássico da LMA divide-se em indução (com antracíclico e citarabina) e consolidação. Os antracíclicos classicamente utilizados são a idarrubicina e a daunorrubicina. Na terapia de consolidação, o uso de dois a quatro ciclos de citarabina em altas doses, o transplante autólogo e o transplante alogênico têm sido utilizados de acordo com o prognóstico do paciente.

nelson hamerschlak


Nelson Hamerschlak (foto) é Professor livre-docente pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Programa de Hematologia e Transplantes de Medula Óssea do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).

Bottom line

Os regimes de quimioterapia atuais não são capazes de proporcionar resposta sustentada e o uso isolado é considerado tratamento paliativo. A maioria dos pacientes não são candidatos ao tratamento de escolha, seja por falha na mobilização de células progenitoras hematopoiéticas, refratariedade da doença ou condição clínica. Novas drogas baseadas no perfil de expressão gênica e na busca de menor toxicidade são expectativas para avançar no tratamento desses pacientes. Avanços são necessários para melhorar os resultados terapêuticos.

Bottom Line

Múltiplas modalidades de tratamento, incluindo análogos de somatostatina, terapias-alvo, quimioterapia, radioisótopos e terapias locais têm papel assegurado no manejo de pacientes com TNE, mas questões como a melhor forma de avaliar resposta ao tratamento e de sequenciar as diferentes modalidades de terapia permanecem sem resposta.

duilio rocha


Duílio Reis da Rocha Filho (foto) é chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE), Oncologista Clínico da Clínica Fujiday, membro da Diretoria do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG) e da Diretoria da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Bottom Line

As principais utilizações da radioterapia com finalidade paliativa no tratamento do câncer incluem as metástases ósseas, as metástases cerebrais e outras metástases ou tumores primários localmente avançados ou recorrentes que provoquem sintomas como dor, sangramento e obstrução. Regimes hipofracionados são a opção de escolha, com doses altas por fração e técnica no mínimo conformada para assegurar a adequada e segura distribuição de dose.

robson ferrigno


Robson Ferrigno (foto) é radio-oncologista e coordenador dos Serviços de Radioterapia dos Hospitais BP e BP Mirante