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ELCC 2025

No estudo AEGEAN, durvalumabe perioperatório (D) + quimioterapia (QT) neoadjuvante melhorou significativamente a sobrevida livre de eventos e a resposta patológica completa em comparação a QT neoadjuvante isoladamente em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas ressecável (R-CPCNP), com perfil de segurança consistente com os agentes individuais. Na ELCC 2025, Giulia Pasello (foto), da Universidade de Padova, apresentou dados relatados pelos pacientes (PRO, de patient-reported outcomes), com resultados que apoiam ainda mais durvalumabe perioperatório como nova opção de tratamento para essa população de pacientes.

Suresh S. Ramalingam (foto), oncologista do Winship Cancer Institute da Emory University  apresentou na ELCC 2025  dados atualizados do ensaio de Fase III LAURA. Os resultados confirmam tendência do benefício de sobrevida global com osimertinibe no tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio III em pacientes com mutação de EGFR.

Estudo apresentado no ELCC 2025 pelo cirurgião torácico Marco Nardini (foto), do NHS Trust, fornece uma pontuação de risco pré-operatório para prever a complexidade da cirurgia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio II-III após nivolumabe neoadjuvante. Os resultados mostram que a ferramenta pode dar suporte a um melhor planejamento e entrega mais segura dos procedimentos.

Estudo selecionado para apresentação em sessão mini-oral na ELCC 2025 buscou validar um escore de malignidade de nódulo pulmonar baseado em inteligência artificial (qXR-LNMS) para detectar nódulos pulmonares incidentais (NPIs) de alto risco em 5 países (Egito, Índia, Indonésia, México, Turquia). “O valor preditivo positivo e o valor preditivo negativo observados demonstram a utilidade do escore baseado em IA para prever o risco provável de NPI benigno e maligno na radiografia do tórax em comparação com a avaliação do radiologista da tomografia computadorizada de baixa dose”, destacaram os autores.

Análise interina do estudo prospectivo LUNG HEART investigou a associação entre a dose administrada às subestruturas cardíacas e o desenvolvimento de cardiotoxicidade e sobrevida global em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio inicial tratados com radioterapia corporal ablativa estereotáxica (SABR). Os resultados apresentados em sessão mini-oral na ELCC 2025 mostraram que nessa população de pacientes, doenças cardíacas preexistentes e doses médias mais altas na artéria coronária descendente anterior esquerda aumentaram significativamente o risco de desenvolver eventos cardíacos de grau 3 ou superiores.

No estudo SAKK 16/14, durvalumabe perioperatório mostrou resultados favoráveis ​​para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) ressecável em estágio IIIA(N2), benefício que foi confirmado em estudos randomizados. Na ELCC 2025 dados da análise final foram destacados em sessão mini-oral, em apresentação do oncologista Sacha I. Rothschild (foto), da Universidade de Basel, demonstrando que a adição de imunoterapia quase dobrou a taxa de sobrevida global (SG) e sobrevida livre de eventos (SLE) em 5 anos. A taxa de SG em 5 anos foi de 100% em pacientes que atingiram resposta patológica completa e de 97% entre os que atingiram resposta patológica maior.

Na primeira análise intermediária planejada do estudo ADRIATIC de fase III, o tratamento de consolidação com durvalumabe (D) melhorou significativamente a sobrevida global e livre de progressão em comparação ao placebo (P), em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa sem progressão após quimiorradioterapia concomitante (cCRT). Na ELCC 2025, análises exploratórias apresentadas por Suresh Senan (foto), da Universidade de Amsterdam, caracterizaram os padrões de progressão da doença, com resultados sugerindo que a consolidação com D reduziu a taxa de metástases extratorácicas e prolongou o tempo de progressão ou morte para metástases, incluindo metástases cerebrais/SNC.

O desenvolvimento de modelos de inteligência artificial (IA) explicáveis ​​e econômicos garante acessibilidade e transparência e promove a tomada de decisões conjuntas entre clínicos e pacientes no câncer de pulmão. A conclusão é de pesquisadores do instituto de tumores de Milão, que aplicaram ferramentas de IA aos dados clínicos e laboratoriais do estudo APOLLO11, com resultados demonstrando que a IA foi capaz de prever a sobrevida a longo prazo em 1031 pacientes com CPCNP tratados com imuno-oncológicos.

Fernanda Malucelli Favorito (foto) apresenta em poster na ELCC 2025 estudo que analisa os efeitos do status socioeconômico (SES) no diagnóstico e na sobrevida do câncer de pulmão de células não pequenas, considerando duas décadas (2000-2020) de registros da Fundação Oncocentro de São Paulo. Os resultados revelam que menor SES está associado a piores desfechos, enquanto ensino superior e maior renda estão ligados a diagnósticos mais precoces e melhor sobrevida. A análise também mostra que 27% dos pacientes esperaram mais que 60 dias pelo início do tratamento.