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Em meio a avanços científicos sem precedentes na oncologia, crescente conjunto de evidências revela uma crise paralela e profunda na experiência humana do tratamento do câncer, tema que é foco de uma nova Comissão da Lancet Oncology. “Esta Comissão identifica um desequilíbrio crescente entre a inovação tecnológica e as dimensões humanas do tratamento do câncer. À medida que a área priorizou cada vez mais o desenvolvimento biofarmacêutico, a precisão genômica e a eficiência orientada pelo mercado, muitas vezes negligenciou práticas essenciais que preservam a dignidade, aliviam o sofrimento e constroem confiança”.

Pesquisa inédita apresentou uma solução de biópsia líquida capaz de detectar simultaneamente malignidades em estágio inicial e rastrear suas origens teciduais em oito tipos de câncer. O teste oferece uma técnica clínica promissora para a detecção do câncer, incluindo malignidades que não possuem padrões de triagem estabelecidos ou que apresentam altas taxas de incidência global.

Mudanças no estilo de vida durante a meia-idade não apresentaram associação significativa com o risco de câncer de mama pós-menopausa, exceto a perda de peso, como indicam resultados de estudo europeu que envolveu mais de 125 mil mulheres. “Entre os componentes individuais do estilo de vida, a melhora de uma unidade no escore do Índice de Massa Corporal (IMC) foi associada à redução de 6,4% no risco de câncer de mama pós-menopausa”, destacam os autores.

O estudo de fase 3 DESTINY-Breast09 demonstrou resultados expressivos da combinação de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) e pertuzumabe (P) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo sem tratamento prévio para doença avançada. Publicada na New England Journal of Medicine (NEJM), a análise interina mostrou uma mediana de sobrevida livre de progressão de 40,7 meses com T-DXd + P em comparação com 26,9 meses do regime THP (taxano, trastuzumabe e pertuzumabe), uma redução de 44% no risco de progressão ou morte (HR 0,56; IC95%, 0,44–0,71; p<0,00001). O oncologista Romualdo Barroso (foto) é coautor do trabalho.

Estudo de Mantel et al. buscou identificar como o apoio de agências internacionais impacta o desenvolvimento de Planos Nacionais de Controle do Câncer (PNCCs). Os resultados estão no Journal of Cancer Policy e devem ajudar a estabelecer uma metodologia comum para que as agências da ONU desenvolvam diretrizes para apoiar PNCCs em países de baixa e média renda.

Pesquisadores europeus desenvolveram modelos para predizer o risco de eventos coronários agudos em mulheres que receberam radioterapia (RT) pós-operatória como parte do tratamento para câncer de mama. Os resultados estão no European Journal of Cancer, em artigo de Spoor et al, e contribuem para orientar estratégias de otimização da dose de RT e aprimorar a proteção radiológica.

Estudo que explorou associações entre a composição corporal e marcadores relacionados à gravidade da doença em mulheres jovens recém-diagnosticadas com câncer de mama sugere que a infiltração de tecido adiposo e gordura no músculo esquelético (ou seja, mioesteatose) está associada ao estágio avançado da doença (III-IV) e a subtipos moleculares específicos (luminal B, triplo negativo e superexpressão de ER2-HER2 +), mesmo quando a quantidade total de massa muscular permanece inalterada. O trabalho tem como primeiro autor o pesquisador Jarson P. Costa-Pereira (foto), do programa de Nutrição e Saúde Pública da Universidade Federal de Pernambuco.

Estudo que analisou barreiras e atitudes em relação ao rastreamento do câncer cervical entre mulheres elegíveis, em São Paulo, mostra que o fortalecimento dos sistemas de atenção primária à saúde com abordagens centradas no paciente pode melhorar a adesão ao rastreamento e reduzir as desigualdades. Medo de más notícias (41%) e vergonha aparecem entre as principais barreiras, assim como longos tempos de espera e atrasos na notificação dos resultados.

A ansiedade gerada pela realização de exames de imagem (em inglês, scanxiety) em pacientes com câncer é um fenômeno clínico relevante, altamente prevalente e ainda subestimado na prática oncológica. É o que revela um estudo prospectivo longitudinal publicado no periódico Clinical Imaging, que identificou ansiedade relacionada a exames de imagem clinicamente significativa em 71,2% dos pacientes oncológicos avaliados.

O padrão de vigilância com tomografia computadorizada (TC) e dosagens seriadas do antígeno carcinoembrionário (CEA) após a cirurgia curativa para câncer colorretal estágio II/III não proporcionou benefício de sobrevida global em cinco anos. É o que demonstram os resultados do estudo francês PRODIGE-13, publicado no Annals of Oncology.

Quando o risco de recorrência do câncer de cólon se torna insignificante após a cirurgia e a terapia adjuvante, permitindo uma definição prática de cura? Análise conjunta de 35.213 pacientes de 15 ensaios clínicos randomizados de fase 3 demonstrou que a incidência de recidiva relacionada ao câncer de cólon declinou continuamente e caiu para menos de 0,5% no sexto ano após a cirurgia. Os resultados foram publicados no JAMA Oncology.