Variante germline rara em ATM influencia o desenvolvimento de LLC
Estudo de Lampson et al. buscou determinar se variantes raras de ATM de linhagem germinativa são mais frequentes na leucemia linfocítica crônica (LLC) em comparação com outras malignidades hematológicas e se influenciam as características clínicas da LLC. Os resultados mostram que sim, indicando que pacientes com LLC têm uma taxa excepcionalmente alta de variantes germinativas raras em ATM na comparação com pacientes com outras malignidades hematológicas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o anticorpo droga-conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, AstraZeneca e Daiichi Sankyo) para o tratamento de pacientes adultas com câncer de mama HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2+/ISH-) irressecável ou metastático que receberam quimioterapia prévia no cenário metastático ou tiveram recorrência da doença durante ou dentro de seis meses após a conclusão da quimioterapia adjuvante. A decisão publicada dia 31 de outubro no Diário Oficial da União (DOU nº 206)1 é baseada nos resultados do estudo de Fase III DESTINY-Breast04, apresentado em sessão plenária no ASCO 2022 e publicado na New England Journal of Medicine (NEJM)2.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a terapia CAR-T Cell axicabtageno ciloleucel (Yescarta®, Kite/Gilead) para tratamento de pacientes adultos com linfoma de grandes células B (LGCB), incluindo linfoma difuso de grandes células B (LDGCB), linfoma primário do mediastino de grandes células B, linfoma de células B de alto grau e LDGCB surgindo de linfoma folicular e linfoma folicular (LF) recidivado ou refratário após dois ou mais tratamentos. A aprovação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU nº 203)1 e é baseada nos resultados de dois estudos, ZUMA-1 e ZUMA-5.
Estudo realizado no Instituto Nacional do Câncer (INCA) buscou avaliar os resultados de sobrevida em pacientes com câncer de mama infectadas pelo vírus HIV em comparação com pacientes soronegativas tratadas na unidade hospitalar especializada em câncer de mama da instituição entre 2000 e 2014. Os resultados publicados na The Breast demonstram que as pacientes soropositivas apresentaram um pior prognóstico, independente dos fatores tumorais. “Este foi o primeiro estudo a avaliar a sobrevida ao câncer de mama em mulheres HIV+ em uma instituição de referência no tratamento do câncer no Brasil”, observam os autores. A pesquisadora Mariana Pinto Ferreira (foto) é a primeira autora do trabalho.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o anticorpo droga-conjugado sacituzumabe govitecana (Trodelvy®, Gilead Sciences) para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama triplo-negativo irressecável ou metastático que receberam duas ou mais terapias sistêmicas anteriores, incluindo pelo menos uma para doença avançada. A decisão foi publicada dia 17 de outubro no Diário Oficial da União (DOU nº 197)1 e é baseada nos resultados do estudo de Fase 3 ASCENT, publicado na New England Journal of Medicine2.
Pesquisadores do Tisch Cancer Institute do Mount Sinai identificaram um novo gene que é essencial para o crescimento do câncer de cólon, demonstrando que a inflamação no ambiente externo ao redor do tumor pode contribuir para o crescimento de células tumorais. Os achados estão em artigo de Zhou, RW, na Nature Communications.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) publicou recomendações para o desenvolvimento de drogas agnósticas em oncologia. “Embora os pedidos de um medicamento oncológico agnóstico sejam revisados quanto à segurança e eficácia sob o mesmo padrão legal e regulatório que os medicamentos indicados para um câncer específico, o desenvolvimento de um medicamento oncológico agnóstico levanta questões que geralmente não surgem em abordagens de desenvolvimento mais tradicionais”, explica a agência reguladora.
Artigo de Thomas J. Hwang e Otis W. Brawley publicado na New England Jounal of Medicine destaca esforço do FDA e do Congresso norte-americano, com o objetivo de ampliar a diversidade de participantes na pesquisa clínica. “Na primeira grande mudança de política para equidade em pesquisa clínica em quase três décadas, o Congresso está se movendo para aprovar novas medidas destinadas a melhorar a diversidade dos ensaios clínicos”, descrevem os autores.
As atuais opções de tratamento padrão para pacientes com seminoma em estágio IIA ou estágio IIB resultam em taxas de sobrevida livre de progressão em 3 anos de pelo menos 90%, mas apresentam riscos de efeitos tóxicos agudos e tardios, incluindo malignidades secundárias. Estudo reportado no Lancet Oncology avaliou uma nova abordagem combinando o de-escalonamento tanto da quimioterapia quanto da radioterapia e sugere que essa pode ser uma estratégia viável para reduzir a toxicidade, preservando a eficácia do tratamento nessa população de pacientes. O oncologista Flavio Mavignier Carcano (foto) analisa os resultados.
Com o objetivo de melhorar o acesso à assistência oncológica de qualidade, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO®) reflete sobre o custo do câncer e modelos inovadores, com foco em países de baixa e média renda (LMICs, da sigla em inglês). A iniciativa marca a realização do World Cancer Congress, de 18 a 20 de outubro, em Genebra, e é objeto de uma série especial do JCO Global Oncology, que tem como editor-chefe o brasileiro Gilberto Lopes (foto). Entre os destaques, a importância de integrar cuidados paliativos na prática oncológica padrão, assim como o esforço de garantir o fornecimento de medicamentos essenciais para todos os pacientes, independentemente da configuração de recursos.
O sarcoma de partes moles é um efeito colateral raro, mas grave, da radioterapia para tratar o câncer de mama e as taxas estão aumentando nos EUA. Artigo de Veiga et al. publicado no Lancet Oncology apresenta resultados da análise de duas coortes de sobreviventes de câncer de mama nos EUA, demonstrando que a radioterapia foi o fator de risco mais forte para sarcoma de partes moles torácicos em ambas as coortes avaliadas, enquanto o histórico de hipertensão e diabetes foi associado a um risco cinco vezes maior de angiossarcoma. A oncologista Carolina Cardoso (foto) comenta os resultados.
A psico-oncologista Cristiane Decat Bergerot (foto) é primeira autora de estudo que buscou avaliar o efeito de um programa de avaliação biopsicossocial nas internações hospitalares e no tempo de permanência no hospital em uma amostra heterogênea de pacientes diagnosticados com câncer, no período de março de 2020 a dezembro de 2021. O estudo foi selecionado para apresentação oral no 2022 ASCO Quality Care Symposium.1
Patrícia Alves Sbragi (foto), oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é autora de estudo que analisa como a composição da microbiota influencia tanto na prevenção do câncer de endométrio, quanto na obtenção de melhores resultados terapêuticos e de qualidade de vida durante o tratamento da doença.
A inflamação crônica pode desempenhar papel relevante no desenvolvimento de problemas cognitivos em sobreviventes de câncer de mama. É o que demonstra estudo longitudinal que avaliou a relação entre os níveis de proteína C reativa (PCR) e cognição nessa população de pacientes, sugerindo que o teste de PCR pode ser clinicamente útil nos cuidados de sobrevida.