ACOSOG Z11102: recidiva local após terapia conservadora da mama em pacientes com múltiplas lesões mamárias
Pacientes com múltiplos tumores na mesma mama submetidas à ressecção segmentar seguida de radioterapia tiveram taxas de recidiva local comparáveis às historicamente observadas em pacientes com tumor único. Os resultados do ensaio clínico prospectivo fase II ACOSOG Z11102 (Alliance) foram publicados no Journal of Clinical Oncology (JCO). Quem analisa os resultados do estudo é o mastologista Afonso Celso Pinto Nazário (foto).
Qual é a variação percentual de não-inferioridade do estradiol sérico com 2 esquemas alternativos de exemestano (25 mg 3 vezes por semana ou uma vez por semana) em comparação com a dose padrão de 25 mg uma vez ao dia no câncer de mama receptor de estrogênio positivo, em pacientes pós-menopausa? Estudo de Serrano et al publicado online no Jama Oncology mostra que exemestano, 25 mg administrado 3 vezes por semana não foi inferior à dose diária padrão, indicando que esse esquema reduzido deve ser mais estudado, principalmente em mulheres que não toleram a dose diária no cenário adjuvante. O oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto) analisa os resultados.
Estudo de coorte retrospectivo publicado no JAMA Network Open por Fulop et al. identificou que o uso de antibióticos na periquimioterapia foi significativamente associado à melhora da sobrevida em pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático (ACDP) metastático tratados com quimioterapia de primeira linha à base de gencitabina, mas não naqueles recebendo quimioterapia de primeira linha baseada em fluorouracil. O cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto) analisa os resultados.
Estudo liderado por pesquisadores japoneses mostrou que a associação da infecção por Helicobacter pylori e variantes patogênicas germinativas em genes de recombinação homóloga pode aumentar o risco de câncer gástrico. Os resultados foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM). “Sem dúvida, este é um dos estudos mais relevantes em câncer gástrico publicado nos últimos anos”, avalia a oncologista André Murad (foto).
Parar de fumar após o diagnóstico de carcinoma de células renais (CCR) pode melhorar significativamente a sobrevida e reduzir o risco de progressão da doença e mortalidade por câncer entre os pacientes que fumam. É o que conclui estudo publicado online 29 de março no Journal of Clinical Oncology, demonstrando que parar de fumar após o diagnóstico de câncer renal foi associado a um risco quase 50% menor de morte e 56% menor de progressão da doença.
Sweeney et al reportaram no Lancet Oncology dados da primeira análise de sobrevida global planejada do ensaio ENZAMET, com o objetivo de definir o benefício do tratamento com enzalutamida em diferentes subgrupos prognósticos no câncer de próstata (doença síncrona e metacrônica de alto ou baixo volume) e naqueles que receberam docetaxel concomitantemente. Os resultados mostram que a adição de enzalutamida ao padrão de tratamento mostrou melhora sustentada na sobrevida global para pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível e deve ser considerada como opção de tratamento. "A atualização do estudo ENZAMET com os dados de 5 anos ratifica a adição de enzalutamida como tratamento padrão para pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração", afirma o oncologista Diogo Bastos (foto).
A U.S Food and Drug Administration (FDA) publicou um novo guia com orientações para patrocinadores de estudos clínicos, desta vez com diretrizes que reforçam a importância de ensaios randomizados em relação aos estudos de braço único para embasar a aprovação acelerada. Intitulado "Considerações sobre Ensaios Clínicos para Apoiar a Aprovação Acelerada da Terapêutica em Oncologia", o guia reafirma que o clássico ensaio randomizado controlado é a abordagem preferida, proporcionando uma avaliação mais robusta da eficácia e segurança, além de permitir comparações diretas com uma terapia disponível. O oncologista Fábio Franke (foto) comenta as orientações da agência reguladora norte-americana.
A adição de imunoterapia à quimioterapia padrão no tratamento de primeira linha do câncer de endométrio avançado ou na primeira recorrência melhora significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) em comparação com a quimioterapia isolada, com tendencia a melhor sobrevida global (SG), como sugerem resultados do estudo de fase 3 RUBY (ENGOT-EN6-NSGO/GOG3031) indicando a primeira confirmação dos benefícios da imunoterapia nessa população de pacientes. O estudo foi destaque no ESMO Virtual Plenary realizado 27 de março e publicado na New England Journal of Medicine (NEJM). “Este estudo mostra um grande avanço no tratamento das pacientes com câncer de endométrio”, avalia a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto).
Após um acompanhamento de 15 anos, a vigilância ativa no câncer de próstata localizado apresentou as mesmas taxas de sobrevida que a radioterapia ou a cirurgia. Os resultados são do estudo ProtecT, apresentado em março no Congresso da Associação Europeia de Urologia (EAU), em Milão, e publicado na New England Journal of Medicine (NEJM). “É um estudo extremamente importante que reforça a vigilância ativa como uma estratégia de tratamento eficaz, principalmente em pacientes gleason 6”, avalia o oncologista Eduardo Zucca (foto).
Resultados preliminares do estudo de Fase 3 GLOW destacados na edição de março do ASCO Plenary Series demonstraram a eficácia da combinação de zolbetuximab + CAPOX no tratamento de primeira linha de pacientes com adenocarcinoma gástrico ou de junção gastroesofágica localmente avançado ou metastático claudina-18.2+ (CLDN18.2+)/HER2-negativo. “O estudo GLOW consolida o zolbetuximabe como uma opção no tratamento de primeira linha dos doentes com câncer gástrico avançado CLDN18.2 positivo/HER2 negativo”, avalia o oncologista Duilio Rocha Filho (foto).
O estudo pivotal de Fase 3 POSEIDON demonstrou melhora significativa na sobrevida global e sobrevida livre de progressão com a adição de durvalumabe (Imfinzi®, Astrazeneca) e tremelimumabe (Imjudo®, Astrazeneca) à quimioterapia à base de platina no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão de células não pequenas metastático (CPCNPm) sem alterações de EGFR/ALK. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Oncology (JCO), em artigo com a participação do oncologista brasileiro Luiz Henrique Araújo (foto).
Estudo publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) utilizou um modelo de risco genético com informações sobre todas as variantes conhecidas de suscetibilidade genética ao câncer de próstata, juntamente com informações residuais de histórico familiar da doença, para predizer com precisão o risco de desenvolver a doença.
Publicados no Annals of Surgery, os resultados do seguimento de 5 anos do estudo RAPIDO mostraram que pacientes com câncer de reto localizado submetidos ao tratamento com terapia neoadjuvante total (TNT) com radioterapia de curso curto e quimioterapia de consolidação apresentaram benefício de redução de metástases à distância. No entanto, esta forma de TNT foi associada a um maior risco de recidiva locorregional da doença. Estes achados comprometem o uso desta estratégia de TNT nessa população de pacientes? Os médicos Bruna Vailati, Rodrigo Perez (na foto, à direita) e Robson Ferrigno comentam os resultados, que ainda estão longe de representar um consenso.
Uma nova terapia celular demonstrou resultados encorajadores em pacientes com mieloma múltiplo. É o que descreve artigo de Rodriguez-Otero et al. na New England Journal of Medicine (NEJM), mostrando que idecabtagene vileucel (ide-cel) prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão em pacientes com mieloma múltiplo recorrente e refratário e melhorou a resposta em comparação com os regimes padrão nessa população politratada. O hematologista brasileiro Luciano Costa (foto), professor na Universidade do Alabama, em Birmingham, é coautor do trabalho.
Revisão publicada 15 de março no British Medical Journal resumiu os recentes avanços nos mecanismos, caracterização clínica e novas estratégias de manejo do comprometimento cognitivo associado ao tratamento de cânceres do sistema nervoso não central.