Eventos tardios ou de longo prazo associados ao tratamento do câncer
Estudo de revisão publicado na Nature Reviews Clinical Oncology por Lustberg et al. mostra que os eventos tardios ou de longo prazo associados à quimioterapia e a outros tratamentos contra o câncer ainda representam uma grande carga para os pacientes, não apenas com efeito direto na qualidade de vida, mas também com potencial de comprometer a intensidade e a continuação do tratamento, afetando até mesmo o risco de recorrência do câncer.
A Food and Drug Administration (FDA) aprovou quizartinib (Vanflyta, Daiichi Sankyo, Inc.) com indução padrão de citarabina e antraciclina e consolidação de citarabina, e como monoterapia de manutenção após quimioterapia de consolidação, para o tratamento de pacientes adultos com diagnóstico recente de leucemia mieloide aguda (LMA) com duplicação interna em tandem no gene FLT3 positiva, conforme detectado por um teste aprovado pela FDA (LeukoStrat CDx FLT3 Mutation Assay). A aprovação é baseada nos resultados do estudo QuANTUM-First.
Apesar do efeito positivo na qualidade de vida e sobrevida, poucos centros de câncer envolvem seus pacientes em tratamentos baseados em evidência para combater o uso do tabaco. Estudo de Jenssen et al. publicado online no Journal of Clinical Oncology mostra que estratégias direcionadas podem aumentar a adesão ao tratamento contra o uso de tabaco (TUT) na oncologia.
Mulheres diagnosticadas e tratadas para câncer de mama aumentaram o envelhecimento biológico em comparação com mulheres sem câncer de mama, como indica estudo realizado por pesquisadores do National Institutes of Health (NIH) e colaboradores. A associação com o envelhecimento biológico mais rápido foi mais pronunciada para mulheres que receberam radioterapia para o câncer de mama, enquanto a cirurgia não mostrou associação com o envelhecimento biológico.
A quimioterapia neoadjuvante e a quimiorradioterapia têm um efeito diferencial na sobrevida do carcinoma esofágico ou de junção gastroesofágica (GEJ) considerando, em particular, a histologia, localização do tumor e o sexo do paciente? Para estudar o efeito da quimioterapia ou da quimiorradioterapia nessa população de pacientes, com foco na localização do tumor e nos subgrupos histológicos, Faron et al. realizaram uma meta-análise de rede a partir de dados individuais de participantes de ensaios clínicos randomizados (RCTs).
Estudo prospectivo multicêntrico buscou mapear a microbiota e o metaboloma da mucosa do câncer colorretal (CRC) e definir sua influência nos resultados oncológicos. Os achados sugerem que redes de patobiontes no nicho da mucosa tumoral estão associadas a mutações e subtipos metabólicos que predizem resultados favoráveis após a ressecção primária do CRC.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou diretrizes atualizadas1 para a avaliação e manejo de pacientes idosos submetidos à terapia sistêmica contra o câncer. O painel de especialistas reitera a recomendação anterior (2018) e destaca a importância da avaliação geriátrica incluindo todos os domínios essenciais para pacientes com câncer acima de 65 anos, a fim de identificar vulnerabilidades ou deficiências que podem não ser rotineiramente capturadas em avaliações oncológicas. A atualização foi publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO), em artigo com participação da psico-oncologista Cristiane Bergerot (foto).
Estudo de Lee et al. publicado no British Journal of Canter buscou avaliar a influência da duração do sono, adequação do sono e sonolência diurna nos resultados de sobrevida em pacientes com câncer de cólon em estágio III.
Estudo publicado no Gene com participação da geneticista brasileira Patrícia Ashton-Prolla (foto), coordenadora do Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação e professora do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, buscou identificar o estado dos telômeros em carcinomas periampulares, um grupo raro e heterogênero de cânceres ao redor da ampola de Vater. Os resultados podem fomentar novos estudos de patologia molecular e auxiliar no desenvolvimento de teranósticos para carcinomas periampulares.
Evandro de Azambuja (foto), oncologista do Institut Jules Bordet, em Bruxelas, Bélgica, é autor sênior de revisão sistemática e meta-análise publicada no ESMO Open que avaliou o valor prognóstico do status HER2-low em pacientes com câncer de mama. “Garantir a identificação adequada de pacientes com doença de HER2-low tornou-se essencial para não negar aos pacientes um tratamento altamente eficaz com novos agentes direcionados”, avaliam os autores.
Estudo publicado na Cancer, periódico da American Cancer Society (ACS), avalia a alocação de autoria e inscrição de pacientes entre países de renda alta (HIC) e renda média-baixa/média-alta (LMIC/UMIC) em ensaios clínicos randomizados (RCTs) oncológicos globais realizados entre 2014 e 2017. “Esse estudo é muito importante porque mostra o quão pouco países de média e baixa renda participam de estudos clínicos ditos globais”, afirma a oncologista Rachel Riechelmann (foto), coautora do trabalho.
Adeylson Guimarães Ribeiro (foto), pesquisador da International Agency for Research on Cancer (IARC) e do Hospital de Câncer de Barretos, é primeiro autor de dois trabalhos que comparam os perfis de incidência e mortalidade para os principais tipos de câncer de acordo com variações geográficas e por nível socioeconômico no estado de São Paulo. “O objetivo é contribuir para a formulação de políticas de câncer, incluindo programas preventivos, de triagem e tratamento que possam reduzir o impacto futuro da doença nessas populações”, destacam os autores.
Estudo de Pasqual et al. publicado no Lancet Regional Health mostrou associação positiva entre a incidência do câncer de tireoide e excesso de adiposidade e condições metabólicas relacionadas à obesidade.
Novas pesquisas podem reconfigurar as atuais diretrizes de triagem para síndrome de Lynch, a causa mais comum de câncer colorretal e endometrial hereditário. Estudo de pesquisadores do Cedars-Sinai publicado no Journal of the National Comprehensive Cancer Network (JNCCN) concluiu que as diretrizes deixam um número significativo de pacientes sem diagnóstico.
A avaliação dos impactos na saúde do aspartame foi divulgada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em análise realizada pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (Joint FAO/WHO Expert Committee on Food Additives – JECFA) e pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC). Citando evidências limitadas de carcinogenicidade em humanos, a IARC classificou o aspartame como possivelmente carcinogênico para humanos (IARC Grupo 2B) e o JECFA reafirmou ser aceitável a ingestão diária de 40 mg/kg de peso corporal.
Pesquisa publicada no Blood Advances destaca a potencial associação entre índice de massa corporal (IMC) elevado e resultados inferiores no tratamento para leucemia linfoblástica aguda (LLA) em adolescentes e adultos jovens. O estudo lança luz sobre o impacto do peso nas toxicidades e nos resultados terapêuticos, em análise que identificou piores desfechos clínicos entre indivíduos com obesidade ou sobrepeso, com menores taxas de sobrevida.