FDA concede aprovação acelerada para trastuzumabe deruxtecana no CPCNP metastático HER2-mutado
A Food and Drug Administration (FDA) concedeu aprovação acelerada ao anticorpo droga-conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo/Astrazeneca) para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) irressecável ou metastático cujos tumores tenham mutações ativadoras de HER2 (ERBB2), conforme detectado por um teste aprovado pela agência reguladora norte-americana, e que tenham recebido uma terapia sistêmica anterior. Este é o primeiro medicamento aprovado para CPCNP com mutação HER2. A aprovação é baseada nos resultados preliminares do estudo de Fase 2 DESTINY-Lung02.
Há uma sub-representação com desequilíbrios demográficos e geográficos significativos nos principais ensaios clínicos que levaram a aprovações de medicamentos para leucemias e mieloma múltiplo em comparação com a população afetada, descreve análise de Casey et al publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO). ““Essa é uma questão que vem preocupando os pesquisadores e as próprias agências reguladoras do mundo inteiro, porque esses estudos importantes para aprovação regulatória não têm incluído pacientes que muitas vezes representam a maioria dos pacientes afetados por aquela condição", afirma o oncohematologista Angelo Maiolino (foto).
Qual a associação entre downstaging e resultados de sobrevida em pacientes com carcinoma hepatocelular após transplante de fígado? Estudo multicêntrico que reportou 10 anos da experiência norte-americana mostrou que o downstaging bem-sucedido, dentro dos critérios de Milão (MC), é uma opção viável para o tratamento do carcinoma hepatocelular antes do transplante hepático, com resultados significativos a longo prazo. O cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto) analisa os resultados.
Estudo reportado por Brown et al. no Journal of Clinical Oncology mostrou que volumes maiores de atividade física recreativa, duração mais longa de atividade física aeróbica de intensidade leve a moderada ou qualquer atividade física aeróbica de intensidade vigorosa foram associadas com melhorias na sobrevida livre de doença (SLD) de pacientes com câncer colorretal (CCR). O oncologista Rivadávio Antunes de Oliveira (foto), comenta os resultados.
A centralização dos serviços especializados em câncer está ocorrendo em muitos países, muitas vezes sem avaliar o impacto potencial antes da implementação. Desenvolvemos um modelo de planejamento de serviços de saúde que pode estimar os impactos esperados de diferentes cenários de centralização, considerando aspectos como tempo de viagem, equidade no acesso aos serviços, resultados dos pacientes e carga de trabalho hospitalar, descrevem os autores, em artigo no Lancet Oncology que ilustra a iniciativa usando a cirurgia de câncer retal como exemplo.
O tratamento com trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, AstraZeneca e Daiichi Sankyo) foi aprovado nos EUA para pacientes adultas com câncer de mama HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2+/ISH-) irressecável ou metastático que receberam quimioterapia prévia no cenário metastático ou tiveram recorrência da doença durante ou dentro de seis meses após a conclusão da quimioterapia adjuvante. A decisão é da Food and Drug Administration (FDA) e foi baseada nos resultados do estudo de Fase III DESTINY-Breast04.
No estudo de Fase III EMPOWER-Cervical 1, o anticorpo anti-PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) conferiu sobrevida significativamente maior em comparação com a quimioterapia de agente único de escolha do investigador em pacientes com câncer do colo do útero recorrente após quimioterapia de primeira linha contendo platina. Agora, os resultados relatados pelas pacientes deste estudo pivotal foram publicados no European Journal of Cancer, em artigo com a participação da oncologista Andreia Melo (foto), chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Com base no baixo risco de recorrência local em pacientes idosas com câncer de mama após cirurgia conservadora seguida de irradiação total da mama (WBI), o Grupo Dinamarquês de Câncer de Mama iniciou o estudo de não-inferioridade avaliando a irradiação parcial de mama com feixe externo (PBI). Os resultados reportados no Journal of Clinical Oncology por Offersen et al. mostram que PBI de feixe externo não foi inferior a WBI em termos de endurecimento mamário para pacientes com câncer de mama de baixo risco. A médica especialista em radioterapia Ligia Casão Arteaga (foto) comenta os resultados.
A brasileira Patrícia Ashton-Prolla (foto) é autora sênior de estudo que buscou caracterizar a prevalência de variantes patogênicas de linhagem germinativa entre latino-americanos e hispânicos nos EUA submetidos a testes para câncer hereditário de mama e ovário (HBOC). Os resultados publicados no JCO Global Oncology destacam a importância do teste de painel multigênico em pacientes latino-americanos com diagnóstico recente ou histórico de câncer de mama ou ovário, grupo que pode se beneficiar de mudanças no manejo médico, incluindo terapias-alvo e cirurgias de redução de risco, além de ações de vigilância e prevenção que envolvem aconselhamento genético e testes em cascata para familiares em risco.
Samir Abdallah Hanna (foto), médico especialista em radioterapia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é primeiro autor de estudo que buscou analisar a execução e implantação das instalações propostas pelo Plano de Expansão da Radioterapia para o Sistema Único de Saúde do Brasil (PER-SUS) e sua capacidade de enfrentamento dos problemas de acesso à radioterapia no Brasil. Os resultados publicados no periódico Lancet Regional Health – Americas demonstram que após dez anos, o projeto entregou cerca de 50% da implantação planejada de equipamentos de radioterapia. “Houve um crescimento de 17% no número nacional de aceleradores lineares (LINACS) com PER-SUS, contra um aumento de 32% na incidência de câncer no Brasil no mesmo período”, afirmam os autores.
O epidemiologista Leandro Fórnias Machado de Rezende (foto) é autor sênior de estudo publicado no periódico Scientific Reports, da Nature, que examina tendências temporais e epidemia de obesidade projetada em adultos brasileiros entre 2006 e 2030 por sexo, raça/cor da pele, escolaridade e capitais dos estados do país. “Nossos achados indicam um aumento sustentado da epidemia de obesidade em todos os subgrupos sociodemográficas e em todo o país. A obesidade pode atingir três em cada 10 adultos até 2030”, ressaltam os autores. José Matheus Estivaleti, do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), é o primeiro autor do trabalho.
A exposição a longo prazo a partículas com menos de 2,5 μm de diâmetro (PM2·5) relacionado a incêndios florestais pode aumentar o risco de mortalidade por vários tipos de câncer. Os resultados são de estudo publicado no Lancet Oncology que buscou avaliar a associação entre PM2·5 relacionado a incêndios florestais e mortalidade por câncer no Brasil com base em registros de óbitos nacionais entre 2010 e 2016. O trabalho conta com a participação dos pesquisadores brasileiros Micheline Coêlho (foto) e Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Qual a magnitude do benefício da metastasectomia em comparação com o tratamento sistêmico isolado em pacientes com carcinoma de células renais metastático (mRCC)? Estudo observacional publicado na edição de agosto da Clinical Genitourinary Cancer apoia o conceito da metastasectomia e sua associação com benefício de sobrevida global em pacientes com mRCC. “A metastasectomia é sempre uma alternativa a considerar nos casos em que uma ressecção completa é viável”, destaca o urologista Gustavo Franco Carvalhal (foto), chefe do serviço de Urologia da PUCRS e cirurgião robótico do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, que comenta os principais resultados.