Câncer de mama lobular invasivo, do diagnóstico ao tratamento sistêmico
O câncer de mama lobular invasivo (CLI) é o segundo tipo de câncer de mama mais diagnosticado em mulheres, depois do câncer de mama invasivo sem tipo especial (NST). Artigo de revisão de Van Baelen et al. publicado no Annals of Oncology mostra que o CLI tem características patológicas e biológicas próprias, com diferenças importantes em relação ao NST quanto ao diagnóstico, resposta ao tratamento e resistência a terapias-alvo.
Estudo de fase II que buscou determinar a taxa de preservação de órgãos e os resultados de pacientes com câncer de reto em estágio inicial tratados com quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia de excisão transanal (TES) mostrou que três meses de quimioterapia de indução podem permitir a cirurgia de preservação de órgãos bem tolerada nessa população de pacientes. Os resultados foram publicados 18 de agosto no Journal of Clinical Oncology (JCO).
Gustavo Viani (foto), professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, é primeiro autor de estudo publicado no Lancet Regional Health – Americas que buscou avaliar se a radioterapia estereotática corporal é uma estratégia mais custo-efetiva no sistema público de saúde brasileiro do que a radioterapia fracionada convencional para o tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas estágio I não ressecável.
O oncologista Tiago Costa de Pádua (foto) é primeiro autor de artigo publicado no periódico Urologic Oncology que realiza uma revisão de escopo para avaliar a atividade, eficácia, eventos adversos relacionados ao tratamento e impacto na qualidade de vida dos anticorpos droga-conjugado no câncer urotelial metastático.
O radio-oncologista Fabio Ynoe Moraes (foto), professor associado no Departamento de Oncologia na Queen’s University, é primeiro autor de artigo1 publicado na Nature Medicine que descreve a força-tarefa Choosing Wisely for Oncology in Brazil, uma iniciativa para estimular o diálogo entre todos os atores envolvidos nos cuidados com o câncer, discutindo maneiras de promover cuidados em câncer de alta qualidade e acessíveis, evitando o uso de testes, procedimentos e tratamentos desnecessários.
A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) elaborou um consenso de especialistas que discorre sobre os diferentes componentes dos cuidados de sobrevida, modelos existentes e prioridades, a fim de facilitar a promoção de cuidados e pesquisas de alta qualidade nos pacientes sobreviventes do câncer. “Hoje, estimamos mais de 12 milhões de sobreviventes do câncer somente na Europa. Os desafios dos pacientes, do diagnóstico do câncer ao tratamento e além, levaram à criação de uma nova disciplina: cancer survivorship”, afirma o oncologista brasileiro Evandro de Azambuja (foto), chefe do Medical Support Team (ex-BREAST Data Centre) do Institut Jules Bordet, em Bruxelas, Bélgica. O trabalho foi publicado no Annals of Oncology.
Estudo publicado no periódico Transplantation and Cellular Therapy buscou descrever os resultados e examinar os fatores de risco para sobrevida global, sobrevida livre de leucemia, incidência cumulativa de recidiva, mortalidade sem recidiva (NRM) e doença do enxerto contra o hospedeiro (GVHD) após transplante alogênico de células-tronco para leucemia linfoblástica aguda em centros brasileiros. O hematologista Wellington Fernandes da Silva (foto), médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é o primeiro autor do trabalho.
Estudo realizado pelo Grupo de Câncer Hereditário do Ceará (CHANCE) descreve o perfil epidemiológico do câncer de mama hereditário em pacientes do Estado do Ceará com critérios de predisposição hereditária ao câncer e em investigação com painel multigênico. Os resultados publicados no periódico Frontiers in Oncology demonstram uma prevalência acima do esperado de variantes patogênicas germinativas recorrentes. A oncogeneticista Ana Carolina Leite Gifoni (na foto, à direita) é a primeira autora do trabalho, que tem Maria Isabel Achatz como autora sênior.
O urologista Thiago Camelo Mourão (foto) é primeiro autor de estudo publicado no Journal of Epidemiology and Global Health que buscou analisar as tendências nas taxas de mortalidade por câncer urológico no Brasil, considerando as disparidades e desigualdades socioeconômicas observadas nos recursos de saúde entre as regiões do país.
Estudo brasileiro buscou avaliar se o teste genético de BRCA1/2 e as estratégias preventivas para mulheres de alto risco para câncer hereditário de mama e ovário (HBOC) são custo-efetivas em comparação com a não realização dessas estratégias em um país de renda média-alta. Os resultados foram publicados no periódico Frontiers in Oncology, em artigo que tem como autora sênior a geneticista molecular Edenir Inêz Palmero (foto).“Embora o teste genético de BRCA1/2 em países desenvolvidos faça parte da realidade para pacientes de alto risco para câncer hereditário de mama e ovário (HBOC), o mesmo não ocorre em países de renda média e baixa”, observam os autores.
Resultados de estudo destacado no ASCO Plenary Series em agosto demonstrou que em uma grande coorte de indivíduos com câncer de pulmão, 14,9% apresentaram variantes patogênicas da linhagem germinativa (PGVs), quase todas clinicamente acionáveis. “A frequência substancial de PGVs em pacientes com câncer de pulmão, independentemente da história familiar ou história pessoal de outros cânceres, é semelhante à frequência observada em todos os outros tumores sólidos comuns para os quais o teste é atualmente recomendado”, observou o oncologista brasileiro Renato Martins (foto), chefe de hematologia, oncologia e cuidados paliativos do VCU Massey Cancer Center e coautor do trabalho.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu Revisão Prioritária para o inibidor de PARP olaparibe (Lynparza®, Astrazeneca) em combinação com abiraterona e prednisona ou prednisolona para o tratamento de pacientes adultos com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC). A decisão foi baseada nos resultados do estudo de Fase 3 PROpel, apresentado no ASCO GU 2022 e posteriormente publicado na NEJM Evidence.
O conjugado anticorpo-droga trastuzumabe deruxtecana mostrou alta taxa de resposta intracraniana em pacientes com metástases cerebrais ativas de câncer de mama HER2-positivo e deve ser considerado como opção de tratamento nesse cenário. É o que apontam os resultados do estudo TUXEDO-1, reportado 8 de agosto na Nature. "Os resultados apresentados no estudo confirmam o alto efeito terapêutico do T-DXd no sistema nervoso central, com taxa de resposta de 73%", destaca o oncologista Fabio Franke (foto), diretor do Oncosite – Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia.
A macroglobulinemia de Waldenström (MW) é um linfoma raro com características clínicas distintas. Estudo multicêntrico com participação dos brasileiros Larissa Teixeira e Guilherme Perini (foto), do Hospital Israelita Albert Einstein, investigou os padrões clínicos, terapêuticos e de resultados da MW na América Latina. Os resultados foram reportados no JCO Global Oncology e traduzem os primeiros dados de mundo real sobre MW na região.
Poucas opções de tratamento padrão estão disponíveis para pacientes com sarcomas metastáticos. Estudo de Somaiah et al. reportado no Lancet Oncology mostra que a combinação de durvalumabe e tremelimumabe é um regime de tratamento ativo para sarcoma avançado ou metastático e merece avaliação em subgrupos específicos em estudos futuros. O oncologista Rodrigo Munhoz (foto) comenta os resultados.