Cirurgia bariátrica e prevenção do câncer hematológico associado à obesidade
A cirurgia da obesidade está associada a um risco 40% menor de câncer hematológico. É o que aponta estudo da Universidade de Gotemburgo, em achado que deve fomentar futuras pesquisas na área.
Estudo internacional liderado por pesquisadores do Centro de Epidemiologia Genética da Keck School of Medicine da USC e do USC Norris Comprehensive Cancer Center identificou mutações em 11 genes associados a formas agressivas de câncer de próstata. Os achados são do maior estudo do gênero já realizado, explorando o exoma de 17.546 pacientes com câncer de próstata. O oncogeneticista José Claudio Casali da Rocha (foto) comenta os resultados.
Estudo que revisou mais de 8.500 pacientes da Mayo Clinic tratados com inibidores de checkpoint imune (ICI) procurou avaliar o impacto do bloqueio cardíaco completo na mortalidade por miocardite associada a ICI, em análise que apresenta preditores clínicos e dados de incidência.
Estudo publicado no Annals of Oncology avaliou a expressão HER2-low em uma grande coorte de pacientes com vários tipos de tumores sólidos submetidos a testes de HER2 para terapia personalizada contra o câncer. “Em breve a baixa expressão da oncoproteína HER2 poderá se tornar um marcador agnóstico para tratamento do câncer”, avalia Cristovam Scapulatempo-Neto (foto), Diretor médico de Patologia e genética do laboratório GeneOne/DASA.
Estudo multicêntrico liderado por pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center investigou o microambiente imunológico dos adenocarcinomas ductais pancreáticos (PDACs), explorando a relevância da compartimentalização dos linfócitos T e B em estruturas linfoides terciárias (TLSs) para a geração de imunidade antitumoral no local acometido pelo tumor. O pesquisador Tiago Medina (foto) é o autor correspondente e líder do trabalho publicado no periódico Gut.
A metformina tem sido associada a menor risco de câncer em pesquisas epidemiológicas e pré-clínicas, mas análise do ensaio MA.32 do Canadian Cancer Trials Group mostrou que metformina adjuvante não afetou o risco de novo câncer de mama contralateral, qualquer câncer invasivo, câncer fora da mama, câncer associado à obesidade ou ao tabaco.
Estudo que aproveitou dados clinicopatológicos e lâminas histológicas de uma grande série de casos de câncer endometrial (GOG-210) buscou avaliar se tumores mistos de células claras/endometrioide e de células claras/seroso diferem do carcinoma de células claras puro quanto ao padrão inicial de disseminação e na sobrevida do paciente. José Carlos Sadalla (foto) analisa os resultados.
Estudo publicado online na Pancreatology destacou a incidência do câncer de pâncreas e a mortalidade pela doença em 36 países europeus e suas correlações com indicadores de cuidados de saúde. Os resultados mostram que o acesso à saúde e a prestação de cuidados de alta qualidade são determinantes na incidência e, mais ainda, na mortalidade por câncer pancreático.
O splicing alternativo, um processo através do qual diferentes transcrições são produzidas a partir do mesmo gene, está implicado em vários tipos de câncer. Li et al. descobriram que o splicing alternativo causou a formação de estruturas associadas a metástases chamadas invadopódios em células de câncer colorretal (CRC). Os resultados estão na Science Signaling e abrem caminho potencial para um alvo terapêutico e um biomarcador preditivo para CRC metastático.
Estudo publicado no British Journal of Cancer mostrou que o teste Dxcover® teve sensibilidade e foi eficaz para detectar 8 dos mais incidentes tipos de câncer, a partir de um exame de sangue rápido e de baixo custo. “É um trabalho extremamente promissor no campo de biópsia líquida para diagnóstico de câncer”, analisa Dirce Maria Carraro (foto), pesquisadora principal do grupo de Genômica e Biologia Molecular do A.C.Camargo Cancer Center.
O exercício aeróbico regular e intenso pode reduzir o risco de câncer colorretal em pacientes com Síndrome de Lynch, melhorando a capacidade do sistema imunológico de detectar e remover células potencialmente prejudiciais. Os resultados foram publicados na Clinical Cancer Research e mostram, pela primeira vez, efeitos biológicos da atividade física no sistema imunológico nessa população com alto risco de câncer.
Publicado em acesso aberto no Lancet Gastroenterology & Hepatology, o ensaio randomizado de Fase 3 Neo-AEGIS comparou a terapia trimodal (radioterapia pré-operatória com carboplatina mais paclitaxel [regime CROSS]) com regimes de quimioterapia perioperatória MAGIC modificado (epirrubicina + cisplatina ou oxaliplatina + fluorouracil ou capecitabina) antes de 2018; e FLOT (fluorouracil, leucovorina, oxaliplatina e docetaxel - após 2018) em pacientes com adenocarcinoma do esôfago e da junção esofagogástrica. “O fato de os dois braços do estudo terem utilizado regimes que hoje são considerados subótimos limita a validade de suas conclusões e faz com que seus resultados não levem a uma mudança de conduta”, avalia o oncologista Duilio Rocha Filho (foto).
Quais pacientes com rabdomiossarcoma (RMS) precisam de radioterapia? Estudo publicado no JCO ajuda a orientar os médicos quanto às indicações de radioterapia e doses apropriadas de radiação em pacientes com RMS localizado.
O uso de abemaciclibe, neratinibe ou CC-115 melhora a sobrevida no glioblastoma recém-diagnosticado? Estudo de Rahman et al. baseado na randomização adaptativa mostrou que abemaciclibe e neratinibe foram associados a melhor sobrevida livre de progressão, mas não a ganho de sobrevida global.
Editorial de Mosele et al. no Annals of Oncology destaca o crescente interesse pelos chamados ADCs, os conjugados de anticorpos e medicamentos, que inovam ao explorar uma nova abordagem no tratamento do câncer. “Teoricamente, os ADCs funcionam como sistemas de administração de medicamentos, administrando altas doses de agentes citotóxicos dentro das células cancerígenas, aumentando assim a morte dessas células e poupando os tecidos normais”, descrevem os autores.
Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (INCA) desenvolveram um protocolo que pode baratear os custos de produção para expandir os estudos com células CAR-T e permitir sua implantação no Sistema Único de Saúde (SUS). Depois dos bons resultados pré-clínicos já publicados1, Martin Bonamino (foto) e colegas se preparam para entregar à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o Dossiê de Desenvolvimento Clínico de Medicamento (DDCM), com a previsão de receber sinal verde para os estudos clínicos com CAR-T cells no INCA já no próximo ano. “É um esforço que pode assegurar acesso a uma tecnologia que está na fronteira do tratamento do câncer”, diz Martín.