Bases moleculares e inovações terapêuticas no câncer de mama triplo negativo
A patologista Filomena Carvalho (foto), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, assina artigo de revisão sobre a evolução do tratamento do câncer de mama triplo negativo, mostrando como a compreensão crescente da biologia molecular permitiu que esse grupo de tumores se tornasse alvo de inovadoras estratégias terapêuticas. O trabalho foi publicado na Frontiers in Oncology e discute a trajetória desse conhecimento de forma sistemática, apresentando as bases moleculares, biomarcadores e novas possibilidades de tratamento.
Estudo publicado no periódico Human Genetics and Genomics Advances (HGG Advances) relatou que a variante R337H do gene TP53 existe como fundadora e compartilha um mesmo haplótipo entre famílias brasileiras, portuguesas e espanholas. Os pesquisadores também demonstraram a existência de três alelos TP53 p.R337H distintos adicionais. A bióloga brasileira Emilia Modolo Pinto (foto), pesquisadora no St. Jude Children's Research Hospital, é a primeira autora do trabalho.
Gabriel Salum D'Alessandro (foto), mastologista e cirurgião plástico do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) e Hospital Israelita Albert Einstein, é primeiro autor de estudo publicado no Journal of Surgical Oncology que avaliou o impacto da quimioterapia neoadjuvante nos resultados cirúrgicos associados à reconstrução mamária imediata com retalho do músculo latíssimo do dorso e implante de silicone após mastectomia para tratamento do câncer de mama.
Estudo brasileiro de Gustavo Viani (foto) e colegas apresentou evidências de mundo real em uma coorte de pacientes com carcinoma espinocelular glótico T1a-T1b, considerando os resultados oncológicos após radioterapia ou cirurgia. Os resultados foram publicados na Head & Neck Journal e mostram desfechos favoráveis com cirurgia ou radioterapia nessa população de pacientes.
Com o objetivo de disseminar as melhores práticas para validar, relatar e publicar ensaios clínicos de DNA tumoral circulante (ctDNA), o Grupo de Trabalho de Biópsia Líquida* desenvolveu um conjunto de 13 recomendações de consenso com considerações pré-analíticas e métricas para garantir dados de alta qualidade em ensaios de ctDNA. Fabiana Bettoni (foto), pesquisadora do Centro de Oncologia Molecular do Hospital Sírio-Libanês, comenta o consenso e seu impacto na decisão terapêutica.
Estudo liderado pelo National Institutes of Health dos EUA examinou os resultados de curto e longo prazo da gastrectomia total redutora de risco e seus impactos na qualidade de vida em indivíduos com síndrome de câncer gástrico difuso hereditário. Os resultados revelam que dois anos após a cirurgia, quase todos os pacientes apresentaram pelo menos uma morbidade crônica, demonstrando que a cirurgia de prevenção do câncer deve considerar também as consequências reais da remoção de órgãos.
A avaliação precisa do status nodal (N) é crítica para o manejo e prognóstico do câncer de pulmão de células não pequenas não metastático. Revisores do IASLC Lung Cancer Staging Project procuraram determinar se os atuais descritores N devem figurar na próxima 9ª edição do sistema internacional de estadiamento do câncer de pulmão pela classificação TNM. Os resultados mostram que os atuais descritores N devem ser mantidos, com a adição de novos subdescritores ao N2, para envolvimento de estação única (N2a) e envolvimento de múltiplas estações nodais (N2b).
Sobreviventes de linfoma de células do manto apresentam risco aumentado de malignidades secundárias, particularmente se tratados com R-bendamustina, e os fatores de risco incluem idade avançada, sexo masculino e histórico familiar de linfoma. O hematologista Nelson Hamerschlak (foto), do Hospital Israelita Albert Einstein, analisa os resultados do estudo publicado no European Journal of Cancer, que descreve a carga de malignidades secundárias nessa população.
Estudo liderado por Jennifer W. Mack, do Dana-Farber Cancer Institute, concluiu que adolescentes e adultos jovens, com idades entre 12 e 39 anos, recebem frequentemente medidas médicas intensivas no final da vida, incluindo cuidados na UTI em cerca de um terço dos casos. “Os dados descritos são, com certeza, muito melhores do que a realidade brasileira, e mostram claramente o quanto essa população ainda necessita de uma abordagem apropriada”, diz o oncologista Ricardo Caponero (foto), que analisa os resultados.
Revisão sistemática e meta-análise buscou estimar a proporção de pacientes com câncer colorretal que apresentam superexpressão e/ou amplificação de HER2 ou são HER2+, em geral e em pacientes com doença RAS selvagem. Os resultados foram publicados no periódico JNCI Cancer Spectrum.
Os avanços nas estratégias de resgate durante as últimas décadas melhoraram a sobrevida global em pacientes com câncer retal que apresentaram falha no tratamento. Os resultados são de estudo de Fleischmann et al publicado no JAMA Network Open.
Estudo brasileiro publicado na Cancers buscou avaliar os casos de tumores na bolsa do marcapasso cardíaco relatados na literatura, além de aprimorar estratégias de detecção precoce e melhorar o manejo dos pacientes acometidos. O trabalho tem como primeiro autor o pesquisador Francisco Cezar Aquino de Moraes (foto), da Universidade Federal do Pará.
Globalmente, o cenário de financiamento para a pesquisa em câncer tornou-se cada vez mais desafiador pós-COVID-19, especialmente em regiões com recursos limitados e sem um ecossistema de pesquisa fortalecido. Estudo de Fox e colegas publicado no JCO Global Oncology produziu uma lista de prioridades para a pesquisa em câncer em países com recursos limitados, informada por investigadores e pacientes.
Estudo de coorte retrospectivo mostrou que a desnutrição perioperatória em pacientes submetidos a cirurgia para câncer de cabeça e pescoço afeta desproporcionalmente pacientes negros e sem seguro privado e está associada ao aumento do tempo de internação hospitalar, custos e complicações pós-operatórias. Os resultados foram publicados no JAMA Network Open. O cirurgião de cabeça e pescoço Leandro Luongo Matos (foto) comenta os resultados.
O papel da radioterapia fracionada (RT) em combinação com cirurgia no tratamento preservador de membros do sarcoma de partes moles (STS) está bem estabelecido, mas a eficácia e segurança da radioterapia pré-operatória de 5 dias permanecem controversas. Estudo brasileiro publicado no periódico Radiotherapy & Oncology por Fabio Ynoe Moraes (foto) e colegas mostra que regimes que utilizam dose efetiva biológica mais elevada - doses iguais ou superiores a 30 Gy em 5 frações - resultaram em melhor controle local.
Estudo brasileiro publicado no JCO Global Oncology buscou avaliar a indicação de radioterapia cerebral (BrRT) durante os cuidados de fim de vida. O trabalho tem como primeiro autor o oncologista Saulo Brito Silva (foto), da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, e mostra que avaliar quais pacientes podem se beneficiar da radioterapia cerebral (BrRT) ajuda a reduzir o sofrimento dos pacientes com tratamentos ineficazes, quando o manejo paliativo seria mais apropriado, além de otimizar a utilização de recursos, o que é especialmente importante em países com recursos limitados.
Cristiane Bergerot (foto), psico-oncologista no Grupo Oncoclínicas, é primeira autora de ensaio clínico randomizado que avaliou a viabilidade e eficácia preliminar da integração de intervenções de cuidados de suporte guiadas por avaliação geriátrica (do inglês, GAIN-S - geriatric assessment-guided supportive care interventions) realizadas de forma remota para idosos com câncer avançado no Brasil. O estudo foi selecionado para apresentação oral em General Session no 2023 ASCO Quality Care Symposium.