Consenso ESMO: tratamento de doenças cardiovasculares em pacientes com câncer
A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) publicou um consenso com orientações sobre prevenção, rastreamento, monitoramento e tratamento de doenças cardiovasculares relacionadas ao câncer ou seu tratamento1. “É uma leitura obrigatória para todos os profissionais de saúde da área de cardiologia e oncologia”, afirma a cardio-oncologista Ariane Vieira Scarlatelli Macedo (foto), coordenadora da Cardio-oncologia da Santa Casa de São Paulo e Vice-Presidente do Grupo de Estudos de Cardio-oncologia da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
O estomatologista Daniel Cohen (foto), pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é primeiro autor de trabalho publicado na Scientific Reports1 que traça um perfil epidemiológico do melanoma da mucosa no Brasil, com ênfase nos preditores de morte precoce da doença. “Os dados epidemiológicos dos melanomas das mucosas no Brasil são escassos, daí a motivação para a realização deste trabalho de pesquisa”, afirmam os autores.
Revisão sistemática e meta-análise liderada pelo cirurgião oncológico Raphael Araújo (foto), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), buscou comparar as taxas de morbimortalidade pós-operatória entre pacientes com câncer de cabeça do pâncreas submetidos à cirurgia upfront e aqueles que receberam terapia neoadjuvante. Os resultados do estudo multicêntrico foram publicados no Journal of Surgical Oncology.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou o Clinical Cancer Advances 20201, um relatório anual que destaca os principais avanços do ano, assim como identifica necessidades não atendidas e oportunidades de pesquisa no tratamento do câncer. O relatório reconhece a maneira como as terapias sistêmicas melhoraram a eficácia da cirurgia, em muitos casos minimizaram a extensão necessária e até eliminaram a necessidade da abordagem para alguns pacientes.
Resultados reportados na New England Journal of Medicine com dados de longo prazo do NELSON trial mostram que a triagem tomográfica em indivíduos de alto risco diminui a mortalidade por câncer de pulmão, além de permitir a detecção da doença em estágios mais precoces em relação aos controles.
Como parte de uma estratégia global para eliminar o câncer do colo do útero, a Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe a meta de eliminar quatro casos por 100 mil mulheres e expandir a vacinação contra o papilomavírus humano (HPV) para alcançar 90% de cobertura até 2030, além de reforçar o rastreamento do câncer do colo do útero para 70% da população e ampliar o tratamento de lesões precursoras em 90% das mulheres afetadas. As metas globais foram publicadas em artigo no Lancet, que estima os resultados em 78 países de baixa e média renda. Quem comenta é Luisa Lina Villa (foto), chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do ICESP.
O uso adjuvante da combinação de dabrafenibe mais trametinibe reduziu o risco de recidiva versus placebo em pacientes com melanoma ressecado estádio III com mutação BRAFV600. As evidências são do estudo COMBI-AD, de Fase 3, que agora reporta em artigo no Lancet Oncology os resultados da análise exploratória pré-especificada da assinatura genômica, mostrando que a carga mutacional e a expressão do gene IFNγ são biomarcadores prognósticos para sobrevida livre de recidiva. Vinícius Vazquez (foto), chefe do Departamento de Melanoma e Sarcoma do Hospital do Amor, comenta os resultados.
Não há consenso sobre a definição de recorrência peritoneal (RP) e recorrência local (RL) na recidiva intra-abdominal do câncer colorretal. Artigo de Dumont, F. et al. na Surgical Oncology discute a caracterização de RP e RL, prognóstico e implicações clínicas. O cirurgião oncológico Daniel Cesar (foto), do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e membro da comissão de câncer colorretal da SBCO, comenta os resultados.
O cirurgião oncológico Ranyell Spencer (foto) é primeiro autor de consenso publicado em janeiro no Journal of Surgical Oncology, com recomendações para o tratamento de sarcomas de partes moles de extremidades (STSs, da sigla em inglês).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o inibidor da proteína BCL-2 venetoclax (Venclexta®, Abbvie) em combinação com obinutuzumabe, para tratamento de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), sem tratamento prévio.1 A aprovação foi baseada no estudo de fase III CLL 14, apresentado no Congresso da Associação Europeia de Hematologistas (EHA) em 2019.
Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Califórnia identificaram o mecanismo molecular ativado pela presença de tetra-hidrocanabinol (THC) que acelera o crescimento do câncer em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço positivo para HPV (papilomavírus humano). Os achados foram publicados 13 de janeiro na Clinical Cancer Research e abrem caminho para novas estratégias de tratamento.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) concedeu revisão prioritária para a indicação de olaparibe (Lynparza®) em pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático com mutações deletérias na linhagem germinativa ou no reparo da recombinação homóloga (HRR), que progrediram após tratamento prévio com os novos agentes hormonais.
A ASCO publicou em janeiro recomendações para uso de imagem em pacientes com câncer de próstata avançado. O guideline descreve as técnicas disponíveis e fornece diretrizes para subgrupos específicos, incluindo pacientes com suspeita de doença de alto risco, doença metastática não diagnosticada e recém-diagnosticada, casos suspeitos de recorrência após tratamento local e pacientes em progressão durante tratamento sistêmico.
Estudo publicado por Krook et al na Molecular Cancer Therapeutics mostra como a resistência ao tratamento com inibidor do receptor do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR) se desenvolve em pacientes com colangiocarcinoma. Os autores mostram, ainda, que a adição de um inibidor de mTOR às células restaurou sua sensibilidade ao inibidor de FGFR.
Em artigo publicado em janeiro, a NEJM Journal Watch discute um tema que está em alta: a inteligência artificial pode ajudar a resolver discrepâncias entre diagnósticos endoscópicos e patológicos de pólipos colorretais ≤ 3 mm?
Radioterapia IMRT pode se tornar uma opção no tratamento do câncer de bexiga linfonodo positivo, como sugerem os resultados de ensaio clínico reportado em acesso aberto no Clinical Oncology. Quem comenta é o radio-oncologista Rodrigo Hanriot (foto), coordenador do serviço de Radioterapia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.