Avaliação da aderência ao tratamento endócrino no câncer de mama
No câncer de mama, a não adesão à terapia com tamoxifeno após a cirurgia constitui um grande obstáculo para melhores resultados. Em mais um PODCAST ONCONEWS, o mastologista Sílvio Bromberg, do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do departamento de Mastologia da BP Mirante, analisa estudo publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) que discute a detecção sorológica do uso do tamoxifeno e sua correlação com a aderência à medicação e com o risco de recorrência da doença. Ouça.
Imagine um teste de biópsia líquida capaz de rastrear indivíduos assintomáticos, para vários tipos de câncer. Em editorial, a edição de junho do Lancet Oncology destaca questionamentos e implicações éticas que cercam o desenvolvimento de um teste universal de biópsia líquida, em debate que ganha novo relevo depois da publicação dos estudos CCGA e DETECT-A. “Tenho grandes expectativas em relação à biópsia líquida, mas vejo com certa cautela o aprimoramento da técnica: detectar ctDNA de neoplasias em estágio inicial é mais difícil”, avalia Henrique Galvão (foto), médico geneticista, coordenador do Departamento de Oncogenética e presidente do Comitê de Bioética Clínica do Hospital de Amor, em Barretos.
A Food and Drug Administration (FDA) aprovou o anti-PD-L1 avelumabe (BAVENCIO®) para o tratamento de manutenção de pacientes com carcinoma urotelial (UC) localmente avançado ou metastático que não progrediram à primeira linha de tratamento com quimioterapia com platina. A aprovação é baseada nos resultados do estudo de Fase III JAVELIN Bladder 100, apresentados em Sessão Plenária no ASCO 2020.
Afonso Celso Pinto Nazário (foto) é autor sênior de revisão sistemática e metanálise que avaliou o impacto da cirurgia bariátrica no risco de desenvolver câncer de mama, ovário e câncer de endométrio em mulheres obesas. Os resultados foram publicados em junho na Surgery for Obesity and Related Diseases e mostram que a cirurgia bariátrica é um fator de proteção contra o câncer, reduzindo significativamente o risco dessas neoplasias.
Publicado na Practical Radiation Oncology, guideline da American Society for Radiation Oncology (ASTRO) revisa evidências sólidas e fornece graus de recomendação para o emprego de radioterapia em pacientes com câncer do colo do útero não metastático. “Através de uma força tarefa envolvendo expoentes da radioterapia de instituições renomadas dos EUA e Canadá, são descritas as indicações e as melhores práticas para radioterapia externa e braquiterapia nos cenários pós-operatório e definitivo. As recomendações também abordam a radioterapia em combinação com outros tratamentos, incluindo quimioterapia e cirurgia”, afirma Célia Viegas (foto), radio-oncologista do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e da Clínica São Carlos Saúde Oncológica.
Estudo experimental brasileiro publicado no periódico Diseases of the Colon & Rectum avaliou os efeitos radiossensibilizantes da metformina in vitro e in vivo, comparando-os com a atual combinação padrão de radiação/5-fluorouracil (RT/5FU). Paula Fontes Asprino, pesquisadora do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é a autora sênior do trabalho, que conta com a participação de Rodrigo Perez, cirurgião do Instituto Angelita & Joaquim Gama.
Artigo de Aitken e colaboradores, publicado na Nature, descreve o processo de mutagênese e mostra que a maioria das lesões de DNA causadoras de mutações não são reparadas dentro de um único ciclo celular. Em vez disso, lesões não reparadas em células filhas persistem por várias gerações celulares, com implicações em escala cromossômica. O oncologista Alessandro Leal (foto), responsável pela área de Medicina de Precisão do Hospital Israelita Albert Einstein, analisa os resultados.
A mutação R337H do gene TP53, por si só, não é suficiente para explicar por que alguns portadores da mutação desenvolvem câncer, enquanto outros não. Estudo liderado pela bióloga brasileira Emilia Modolo Pinto (foto), pesquisadora no St. Jude Children's Research Hospital, demonstrou que uma variante também herdada no gene supressor de tumor XAF1 aumenta o risco de câncer quando combinado com a mutação R337H do gene TP53. Os resultados do trabalho multicêntrico, que contou com a participação de diversas instituições brasileiras e europeias, foram publicados online na Science Advances.
Análise do German Hodgkin Study Group baseada em dados de mais de 4 mil sobreviventes de linfoma de Hodgkin ressalta a alta necessidade médica não atendida em relação aos efeitos adversos psicossociais da experiência com o câncer. Em 5 anos, problemas cognitivos, funcionais e sociais foram severa e persistentemente afetados, descrevem os autores, em artigo no JCO. Otávio Baiocchi (foto), coordenador do grupo de Linfomas da UNIFESP, comenta o trabalho.
Daniel de Carvalho (foto), professor associado na Faculdade de Medicina da Universidade de Toronto e pesquisador sênior no Princess Margaret Cancer Centre, apresentou na Sessão Plenária do AACR Virtual Annual Meeting II os resultados de uma abordagem de biópsia líquida (cfMeDIP-seq) capaz de detectar o carcinoma de células renais em estágio inicial e distinguir tumores clinicamente relevantes do sistema nervoso central. Os resultados foram publicados na Nature Medicine.
A edição de julho do Annals of Oncology traz diretrizes atualizadas da ESMO para o tratamento de neoplasias neuroendócrinas gastroenteropancreáticas (GEP-NENs). “As diretrizes anteriores do European Neuroendocrine Tumour Society (ENETS) eram bem fragmentadas, separadas por sítio tumoral, por condição, se é ou não funcionante. O guideline da ESMO é abrangente e prático, trazendo recomendações nos principais cenários, em um só documento”, observa a oncologista Rachel Riechelmann (foto), membro do corpo docente do grupo de Tumores Neuroendócrinos, Neoplasias Endócrinas e Carcinomas de Primário Desconhecido (CUP) da Sociedade Europeia.
Imagine um teste de biópsia líquida capaz de rastrear indivíduos assintomáticos, para vários tipos de câncer. Em editorial, a edição de junho do Lancet Oncology destaca questionamentos e implicações éticas que cercam o desenvolvimento de um teste universal de biópsia líquida, em debate que ganha novo relevo depois da publicação dos estudos CCGA e DETECT-A.
Uma calculadora de risco online aprimorada a partir de parâmetros clínico-patológicos alternativos pode ajudar a prever com mais precisão a probabilidade do linfonodo sentinela ser positivo em pacientes com melanoma cutâneo primário. O nomograma foi desenvolvido por pesquisadores australianos e publicado 12 de junho no Journal of Clinical Oncology. “É um modelo importante para auxiliar cirurgiões na discussão com os pacientes e permite um planejamento mais personalizado de conduta baseado no risco individual”, destaca o cirurgião oncológico Eduardo Bertolli (foto).
A interação do microbioma de tecidos tumorais com o desenvolvimento e tratamento do câncer continua a estimular a pesquisa e está sendo explorada em diferentes estudos, como discute artigo de Ashray Gunjur, no Lancet Oncology de junho. Afinal, como bactérias presentes nos tumores podem moldar o microambiente tumoral? Quem comenta é Dan Waitzberg (foto), professor associado do departamento de Gastroenterologia da FMUSP e Diretor científico da Bioma4me.
Ana Carolina de Carvalho (foto), pesquisadora do Centro de Pesquisa em Oncologia Molecular do Hospital de Câncer de Barretos, é primeira autora de artigo na Scientific Reports que descreve o perfil genômico de uma população de pacientes com carcinoma de células escamosas de orofaringe atendidos na instituição.