Novo regime aumenta profundidade de resposta no mieloma múltiplo
Para pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticado elegíveis ao transplante autólogo de células tronco hematopoiéticas (TCTH), a indução e consolidação pós-transplante podem ser realizadas com a combinação de lenalidomida, bortezomibe e dexametasona (VRd). Agora, resultados do estudo de Voorhees et al. publicado na edição de agosto da Blood mostram que a adição de daratumumabe a este regime aumentou as taxas de resposta completa e a negatividade para doença residual mínima após a consolidação, sem novos eventos de segurança. Quem analisa os resultados é o oncohematologista Guilherme Perini (foto).
A combinação de um vírus oncolítico e terapia CAR T-cells demonstrou resultados promissores no tratamento de tumores sólidos difíceis de tratar apenas com a terapia CAR T. Os resultados do estudo pré-clínico liderado por pesquisadores do City of Hope foram publicados na Science Translational Medicine. “A estratégia representa uma importante prova de conceito que pode ser explorada para a expressão de outros antígenos além do CD19 para os quais haja CARs validados”, avalia Martín Bonamino (foto), pesquisador do Instituto Nacional de Cancer (INCA) e da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ).
O cirurgião oncológico Hugo Fontan Köhler (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, é o primeiro autor de estudo de base populacional que avalia o impacto da modalidade de tratamento na sobrevida de pacientes com câncer de laringe estágio IV. Os resultados publicados no American Journal of Otolaryngology chamam a atenção para a extrapolação dos resultados de ensaios clínicos para a prática do mundo real.
Não existem evidências de que medicamentos para baixar a pressão arterial aumentem o risco de câncer. A conclusão é do maior estudo sobre os resultados de câncer em participantes de ensaios clínicos randomizados que investigam medicamentos anti-hipertensivos - cerca de 260 mil pessoas em 31 ensaios. Os dados foram apresentados no Congresso da European Society of Cardiology (ESC 2020), que aconteceu entre os dias 29 de agosto e 1º de setembro, em formato virtual.
A neurotoxicidade decorrente da terapia antineoplásica é um dos efeitos colaterais comuns e frequentemente limitante da dose. Como reconhecer sinais precursores e, especialmente, como manejar e, se possível, reverter os sintomas? A ESMO atualizou diretrizes de prática clínica enfocando aspectos específicos da neurotoxicidade induzida por terapia sistêmica. Ricardo Caponero (foto), oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta as diretrizes.
Estudo de pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) avaliou o padrão de recorrência e os fatores de risco associados à recorrência em pacientes com adenocarcinoma da junção esofagogástrica submetidos à ressecção cirúrgica. Os resultados foram publicados no American Journal of Surgery, em artigo que tem como primeiro autor o cirurgião oncológico Flávio Roberto Takeda (foto).
Gustavo Nader Marta (foto), radio-oncologista do ICESP-FMUSP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é o primeiro autor de revisão crítica que fornece uma visão geral da aplicabilidade da radioterapia com hipofracionamento moderado para pacientes com câncer de mama, com foco nos fatores que influenciam a tomada de decisão clínica. O trabalho multicêntrico foi publicado no periódico Critical Reviews in Oncology / Hematology.
A Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO) publicou recomendações sobre o uso de sequenciamento de próxima geração (NGS) para pacientes com câncer metastático. “Este manuscrito traz pela primeira vez o posicionamento de uma Sociedade Médica sobre a utilização racional do NGS em pacientes com câncer metastático, levando em consideração pontos críticos como nível de evidência para acionabilidade clínica de alvos terapêuticos, custo-efetividade e utilidade pública”, afirma Rodrigo Guindalini (foto), oncologista e oncogeneticista da Oncologia D’Or. O trabalho foi publicado no Annals of Oncology.
Qual a eficácia da terapia endócrina neoadjuvante na redução do estadiamento axilar e na realização de uma cirurgia conservadora da mama? O mastologista Silvio Bromberg, médico do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do departamento de Mastologia da BP Mirante, discute os resultados de estudo retrospectivo publicado no Annals of Surgical Oncology que buscou responder essa questão. Ouça, em mais um PODCAST ONCONEWS.
Estudo de McDonald et al publicado no Journal of Clinical Oncology mostrou associação positiva entre a irradiação corporal total (TBI) em idade precoce e o desenvolvimento subsequente de câncer de mama em sobreviventes de transplante de medula óssea (TMO). Segundo os autores, esses achados devem ser considerados para orientar o rastreamento do câncer de mama nessa população. “A exposição à TBI em idade <30 anos foi associada a um risco 4,4 vezes maior de câncer de mama em sobreviventes de TMO alogênico e a um risco 4,6 vezes maior em sobreviventes de TMO autólogo”, alertam. O oncohematologista Ângelo Maiolino (foto) comenta os resultados.
O tabagismo está associado ao aumento do risco de câncer colorretal (CRC), mas não está claro qual é a força dessa associação, se existe uma dose-resposta, ou mesmo qual o efeito do tabagismo em diferentes subtipos de CRC. Meta-análise que avaliou 188 estudos reportou os resultados em artigo publicado em agosto por Botteri E et al. no American Journal of Gastroenteroly.
Estudo realizado no Reino Unido avaliou o risco de morte por COVID-19 de acordo com o subtipo de câncer, em uma análise prospectiva que considerou mais de mil pacientes. Os resultados foram reportados 24 de agosto no Lancet Oncology e devem ser vistos com cautela. “Pacientes com neoplasias hematológicas (leucemia, linfoma e mieloma) estão sobrerrepresentados, o que talvez sugira uma suscetibilidade aumentada a priori à infecção viral”, destacam os autores.
Existem inúmeras barreiras para o tratamento do câncer testicular em populações carentes, que podem levar a piores resultados de sobrevida. Estudo publicado na Cancer1 por pesquisadores da Universidade do Texas e do UT Southwestern Medical Center mostra como a integração e padronização do atendimento podem superar os fatores sociodemográficos que limitam o atendimento ao paciente. Flavio Cárcano (foto), oncologista do Hospital de Câncer de Barretos, analisa os resultados.
Estudo randomizado de Fase III conduzido no Tata Memorial Center, na Índia, mostrou que quimioterapia metronômica oral não é inferior à cisplatina intravenosa no que diz respeito à sobrevida global em câncer de cabeça e pescoço no cenário paliativo e está associada a menos eventos adversos. “Representa um novo padrão de tratamento alternativo quando as opções atualmente aprovadas pela NCCN para terapia paliativa não forem viáveis “, destacam os autores, em artigo no Lancet Global Health. A oncologista Aline Chaves (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) e médica da clínica DOM Oncologia, comenta o trabalho.
Artigo de Adler et al. publicado 19 de agosto no NEJM Journal Watch discutiu os resultados do estudo de Zhang L et al sobre ablação guiada por ultrassom endoscópico em tumores pancreáticos. A revisão sustenta que a taxa de sucesso clínico de procedimentos de ablação é encorajadora e que a maioria dos eventos adversos foram leves e tratados com medicamentos, mas ressalva que muitos dos estudos incluídos na meta-análise foram pequenos e com acompanhamento limitado. “Embora o estudo sugira que a ablação guiada por EUS é eficaz, os critérios aplicados para definir o sucesso clínico devem ser analisados para melhor avaliar a eficácia do método”, observa Marianny Sulbaran (foto), endoscopista do HCFMUSP.
Estudo de coorte retrospectivo buscou avaliar a letalidade da neoplasia trofoblástica gestacional em mulheres brasileiras, comparando os casos de morte pela doença com as sobreviventes e identificando fatores associados à letalidade. “O estudo é o primeiro a analisar independentemente os fatores de risco para morte entre neoplasia trofoblástica gestacional de baixo e alto risco, em comparação com sobreviventes”, explicam os ginecologistas Fernanda Freitas e Antonio Braga (foto), autores do artigo publicado no periódico Gynecologic Oncology.