Vacinação contra HPV e risco de câncer do colo do útero invasivo
A eficácia e efetividade da vacina quadrivalente contra o papilomavírus humano (HPV) na prevenção de lesões cervicais de alto grau já foram amplamente demonstradas, mas faltavam evidências sólidas sobre a relação entre a vacinação e o risco subsequente de câncer cervical invasivo. Agora, um grande estudo sueco publicado em 1º de outubro de 2020 no New England Journal of Medicine confirmou que a vacinação reduziu substancialmente o risco da doença em nível populacional. “Esse estudo aponta para uma redução impressionante de 88% no risco de desenvolver câncer de colo do útero invasivo nas jovens vacinadas quando comparadas com as não vacinadas”, afirma a bióloga Luisa Lina Villa (foto), referência em pesquisa do HPV.
Estudo publicado no Journal of Gastrointestinal Cancer analisou as taxas de encaminhamento de pacientes com câncer colorretal e presença de deficiência do sistema DNA Mismatch Repair para avaliação de associação com síndrome hereditária em um centro de câncer, descrevendo a caracterização clínica e molecular desses tumores. A oncologista Maria Nirvana Formiga (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, é a autora principal do trabalho; Anderson Alécio Gomes, ex-residente da instituição, é o primeiro autor.
Promovido pela American Association for Cancer Research (AACR), a Virtual 13th AACR Conference on the Science of Cancer Health Disparities in Racial/Ethnic Minorities and the Medically Underserved busca discutir as disparidades na assistência do câncer e promover a equidade no tratamento. O evento acontece entre os dias 02 e 04 de outubro.
O oncologista Cristiano de Pádua Souza (foto) é primeiro autor de estudo publicado no periódico Cancers que buscou avaliar o papel de microRNAs como biomarcadores diagnósticos, prognósticos e preditivos no câncer de pulmão. O trabalho é fruto da parceria entre a Universidade Estadual Paulista - Botucatu (UNESP) e o Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor). Patricia Reis, professora associada de oncologia molecular na Unesp, é autora sênior do estudo.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) elaborou recomendações para o tratamento perioperatório do câncer no contexto de recursos limitados durante a pandemia da COVID-19. O documento foi publicado no Annals of Surgical Oncology1, em artigo que tem como primeiro autor o cirurgião oncológico Reitan Ribeiro (foto). Alexandre Oliveira, presidente da SBCO, é o autor sênior do trabalho.
Três estudos publicados em periódicos de alto impacto reforçam evidências para o tratamento de radioterapia em pacientes com câncer de próstata de alto risco: o ensaio RADICALS-RT, publicado dia 28 de setembro no Lancet, além dos estudos RAVES e GETUG-AFU 17, na edição de outubro do Lancet Oncology (vol. 21, nº 10). O radio-oncologista Daniel Przybysz (foto) analisa os resultados.
Estudo financiado pelo National Cancer Institute mostra que também nos Estados Unidos se repete um cenário de desigualdades que impacta a assistência oncológica e aumenta o risco de mortalidade por câncer em populações economicamente vulneráveis. Para cada tipo de câncer analisado, a mortalidade foi entre 11 e 50% maior nas localidades com pobreza persistente. “São populações que enfrentam risco desproporcionalmente alto de mortalidade por câncer”, resume a primeira autora, Jennifer Moss (foto), da Penn State College of Medicine, em artigo na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention.
A radioterapia de resgate precoce pode resultar em controle bioquímico semelhante ao proporcionado pela radioterapia adjuvante, com menor toxicidade. É o que mostram resultados do ensaio RAVES, reportados na edição de outubro do Lancet Oncology.
O ensaio clínico GETUG-AFU 17 reportou seus resultados de Fase III na edição de outubro do Lancet Oncology, corroborando evidências de que a radioterapia adjuvante aumentou o risco de toxicidade geniturinária e disfunção erétil em pacientes com câncer de próstata localizado de alto risco. “A radioterapia de resgate poderia poupar os homens de tratamento excessivo com radioterapia e eventos adversos associados”, sustentam os autores.
Artigo de Montopoli et al. sugeriu que a terapia de privação androgênica (ADT ) poderia proteger parcialmente pacientes com câncer de próstata da infecção por SARS-CoV-2. Agora, pesquisadores do Helsinki University Hospital publicaram novos dados no Annals of Oncology, indicando que não houve diferença nas possíveis comorbidades e na gravidade da doença provocada pela COVID-19 entre pacientes com e sem ADT.
Estudo epidemiológico que avaliou a associação entre câncer de ovário e ácidos graxos mostra que a ingestão de ácido trans elaídico industrial foi positivamente associada ao câncer de ovário, assim como o maior consumo de ácido linoléico e ácido n-3 α-linolênico. Os resultados estão em artigo de Yammine et al. na edição de setembro da Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention.
Selecionado para apresentação oral no ESMO 2020, o monarchE avaliou o uso do inibidor de CDK4/6 abemaciclibe em combinação com a terapia endócrina no tratamento adjuvante de pacientes com câncer de mama inicial HR+, HER2−, com alto risco de recorrência. Publicado simultaneamente no Journal of Clinical Oncology (JCO), o estudo é tema de mais um PODCAST ONCONEWS, com análise do mastologista Silvio Bromberg, médico do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do departamento de Mastologia da BP Mirante. Ouça.
Qual o momento ideal para a radioterapia pós-operatória em pacientes com câncer de próstata de alto risco? Resultados do estudo randomizado de Fase III RADICALS-RT publicados no Lancet não apoiam a administração de rotina de radioterapia adjuvante após a prostatectomia radical. “A radioterapia adjuvante aumenta o risco de morbidade urinária”, descrevem os autores, argumentando que a observação com radioterapia de resgate nos casos de progressão bioquímica do PSA deve ser o padrão atual após a prostatectomia radical. Chris Parker (foto), do Royal Marsden NHS Foundation Trust, é o primeiro autor do estudo.
Os resultados de um survey que envolveu a participação de 356 centros de câncer de 54 países em 6 continentes ajudam a dimensionar os desafios da assistência oncológica durante a pandemia de COVID-19. Os dados completos foram publicados 28 de setembro no JCO Global Oncology.
Estudo nórdico de base populacional investigou se a cirurgia anti-refluxo diminui o risco de carcinoma de pequenas células, carcinoma de células escamosas e adenocarcinoma de pulmão, dependendo de sua localização em relação à microaspiração. Os resultados mostram que a cirurgia anti-refluxo não diminuiu o risco de adenocarcinoma pulmonar, embora tenha reduzido o risco de carcinoma de pulmão de células pequenas e do carcinoma de células escamosas. Resultados semelhantes foram reportados em pacientes com esofagite de refluxo ou esôfago de Barrett.
Christopher Mackintosh, da Mayo Clinic, é primeiro autor de estudo que discute a associação entre o consumo de café e a sobrevida de pacientes com câncer colorretal avançado ou metastático. A conclusão dos autores está em artigo no JAMA Oncology e indica que o aumento da ingestão de café está associado a um menor risco de progressão da doença e morte. A nutricionista Ana Elisa Anjos (na foto, à esquerda) e a nutróloga Vânia Assaly analisam os resultados.
O estudo clínico de Fase III EV-301 atingiu o endpoint primário de sobrevida global do anticorpo droga-conjugado enfortumab vedotin-ejfv (PADCEV®, Astellas Pharma Inc. e Seattle Genetics) em comparação com a quimioterapia em pacientes com câncer urotelial localmente avançado ou metastático previamente tratados com quimioterapia à base de platina e um inibidor PD-1 / L1. O estudo foi interrompido precocemente devido aos resultados positivos na análise interina.