USPSTF atualiza recomendações para rastreamento do câncer colorretal
A US Preventive Services Task Force (USPSTF) atualizou suas recomendações para o rastreamento do câncer colorretal, indicando que indivíduos com risco médio para a doença comecem os exames de rastreamento aos 45 anos de idade, ao invés de 50 anos. Publicadas no JAMA1, as novas diretrizes são uma resposta ao aumento de casos de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos, e se alinham às recomendações da American Cancer Society e da American Society of Colon and Rectal Surgeons. Alfredo Scaff (foto), epidemiologista da Fundação do Câncer, comenta as diretrizes.
Publicado online no periódico Future Oncology, artigo de Andreia Cristina de Melo e Luiz Claudio Santos Thuler (foto), da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA), buscou apresentar as alterações epidemiológicas e os aspectos clínicos do carcinoma de células de Merkel no Brasil. “Um aspecto fundamental da promoção da saúde pública é compreender a incidência e morbidade da doença”, observam os autores.
Estudo publicado no European Journal of Nuclear Medicine and Molecular Imaging buscou determinar se o estadiamento inicial por FDG PET/CT fornece informações relevantes para o tratamento do envolvimento da medula óssea (BMI) em pacientes com linfoma não-Hodgkin agressivo e poderia poupar a biópsia. “O trabalho alemão é a maior coorte prospectiva (930 pacientes analisados) que objetivou analisar a acurácia do FDG PET/CT na detecção do envolvimento da medula óssea por linfomas não Hodgkin agressivos, além de comparar a detectabilidade de infiltração medular entre o PET e a biópsia de medula óssea”, destaca Rafael Fernandes Nunes (foto), médico nuclear da Divisão de imagem PET/CT do Hospital Sírio-Libanês e da Rede Américas de Oncologia.
A inclusão do PET 18F-fluciclovina na tomada de decisão e no planejamento da radioterapia pós-prostatectomia melhorou significativamente a sobrevida livre de recorrência bioquímica em pacientes com câncer de próstata, como apontam os resultados do ensaio EMPIRE-1 publicados em maio por Jani et al. no Lancet.
As definições padronizadas para endpoints de eficácia (STEEP - Standardized Definitions for Efficacy End Points) foram estabelecidas em 2007 com o objetivo de determinar critérios para ensaios clínicos em câncer de mama adjuvante. Agora, um painel de especialistas revisou os critérios STEEP, em artigo de Tolaney et al. no Journal of Clinical Oncology (JCO), com a recomendação de incorporar o endpoint adicional de sobrevida livre de câncer de mama invasivo, nos ensaios em que as toxicidades são bem conhecidas e onde o risco de segundo câncer primário é pequeno. “Cada vez mais precisamos de critérios de avaliação que possam ser aplicados à prática diária, que objetivamente sejam utilizados pelos oncologistas em um cenário onde os custos dos tratamentos estão cada vez maiores”, afirma o oncologista Fabio Franke (foto), investigador principal do Centro de Pesquisa Clínica (ONCOSITE), em Ijuí.
O estudo randomizado de fase 3 TAX3503 não demonstrou um benefício significativo da adição de docetaxel à terapia de privação androgênica (ADT) em pacientes com câncer de próstata em recorrência bioquímica (BCR) de alto risco após prostatectomia. Os resultados foram publicados online na European Urology Oncology, em artigo com participação do oncologista José Maurício Mota (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica Geniturinária do ICESP/FMUSP e médico da Oncologia D’Or.
Qual o cenário atual de acesso à radioterapia de alta qualidade para o tratamento do câncer de pulmão no Brasil? Estudo retrospectivo publicado no JCO Global Oncology utilizou o Censo Brasileiro de Radioterapia, bases de dados locais públicas e privadas e a literatura atual publicada em 2019 para fornecer uma visão geral sobre a disponibilidade de radioterapia de alta tecnologia no país. Lilian Faroni (foto), médica especialista em radioterapia do Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), é a primeira autora do trabalho.
Com base em dados de que a angiogênese desempenha papel no crescimento e progressão do carcinoma urotelial, ensaio randomizado controlado por placebo conduzido por pesquisadores da Alliance avaliou se os pacientes tratados com gencitabina (GC) e bevacizumabe (GCB) têm sobrevida global (SG) superior na comparação com àqueles tratados com GC e placebo (GCP). Os resultados foram publicados por Rosenberg et al. no Journal of Clinical Oncology e mostram que a adição de bevacizumabe a GC não resultou em benefício de sobrevida global nessa população de pacientes.
O Centro Internacional de Pesquisa de Transplante de Sangue e Medula óssea (CIBMTR®) anunciou o lançamento de um grande estudo observacional para entender a segurança, eficácia e durabilidade das respostas às vacinas contra COVID-19 em pacientes com doenças hematológicas malignas e não malignas tratados com transplante de células hematopoiéticas (HCT) ou terapias celulares. O estudo iniciou o recrutamento e pretende inscrever 732 pacientes que receberam HCT ou terapia CAR T cells nos últimos 12 meses, prevendo como parte do padrão de cuidados a vacinação contra a COVID-19.
No Brasil, as desigualdades socioeconômicas existentes afetaram o curso da epidemia de COVID-19, com uma carga adversa desproporcional para estados e municípios com alta vulnerabilidade socioeconômica. O alerta é de pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas, em artigo de Rocha et al. publicado na edição de junho do Lancet Global Health (vol.9, nº 6). “Políticas e ações direcionadas são necessárias para proteger aqueles com maior vulnerabilidade socioeconômica”, sustentam os autores.
Artigo de Stratigos et. al. publicado online no Lancet Oncology reporta dados da análise primária de estudo Fase II que avaliou o tratamento com o anti PD-1 cemiplimabe em pacientes com carcinoma basocelular localmente avançado após terapia com inibidor de hedgehog (HHI). Os resultados mostram que cemiplimabe exibiu atividade antitumoral clinicamente significativa e um perfil de segurança aceitável nessa população de pacientes.
Drogas cardioprotetoras empregadas durante o tratamento adjuvante do câncer de mama inicial não protegem contra o declínio da função cardíaca a longo prazo. É o que apontam novos dados do ensaio PRADA apresentados 16 de maio no encontro do Colégio Americano de Cardiologia (ACC 21) e publicados simultaneamente na Circulation, em acesso aberto.
Artigo de Yu et al. publicado 12 de maio no Lancet Oncology reporta novos dados de enfortumabe-vedotina em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático. O novo agente experimental é um anticorpo droga-conjugado direcionado à Nectina-4, uma proteína altamente expressa no carcinoma urotelial.
Dados de estudo pivotal com o anti PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®) em combinação com quimioterapia no cenário neoadjuvante e como agente único na adjuvância mostram benefício estatisticamente significativo no câncer de mama triplo negativo. O comunicado foi feito pela fabricante MSD, indicando que pembrolizumabe atingiu dois endpoints previstos neste ensaio de Fase III (KEYNOTE-522), demonstrando resposta patológica completa e sobrevida livre de eventos na análise provisória reportada pelo Comitê Independente de Monitoramento de Dados.
Análise interina apresentada na ESMO Virtual Plenary mostrou dados de cemiplimabe (Libtayo®) como a primeira imunoterapia a demonstrar ganho de sobrevida global no câncer cervical avançado na comparação com o padrão de quimioterapia, com benefícios que também se estendem à sobrevida livre de progressão e à taxa de resposta objetiva. Quem comenta é a oncologista Daniella Ramone (na foto, à direita), coautora do trabalho como investigadora principal do protocolo de pesquisa clínica realizado no Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor). O estudo contou ainda com a participação das oncologistas Andreia Melo (ao centro), do INCA, e Fernanda Damian (à esquerda), do Hospital São Lucas/PUCRS.