Radioterapia adjuvante no câncer de próstata
Estudo de coorte que avaliou mais de 26 mil pacientes com câncer de próstata de alto risco em um seguimento mediano de 8,16 anos concluiu que a radioterapia adjuvante deve ser considerada em homens com câncer de próstata com estadiamento T3/4, com linfonodos pélvicos positivos (pN1) ou escore de Gleason de 8 a 10, impactando significativamente na redução do risco de mortalidade. Os resultados estão em artigo de Anthony V. D´Amico e colegas, no Journal of Clinical Oncology (JCO), em acesso aberto. “Este estudo não somente é provocativo, como retrata bem que há que se escolher quem vai se beneficiar de radioterapia adjuvante ou de resgate”, analisa Rodrigo Hanriot (foto), coordenador do Serviço de Radioterapia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Qual a carga global de câncer atribuída ao uso de álcool? Artigo de Ramgay et. al. publicado 13 de julho no Lancet Oncology apresenta estimativas globais e regionais da carga de câncer associada ao consumo de álcool em 2020 para subsidiar políticas de controle do câncer em diferentes cenários. Os resultados estão em acesso aberto e mostram que tumores de esôfago, fígado e mama aparecem globalmente como os mais associados ao etilismo. “Não há dúvida que o álcool é cancerígeno e é um problema de saúde pública mundial. Como oncologistas, temos que orientar nossos pacientes e enfatizar que aqueles que desejam ingerir bebidas alcoólicas, devem fazê-lo o mínimo possível”, observa o oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto), diretor médico geral da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Estudo publicado no periódico Gynecologic Oncology comparou os resultados de pacientes com neoplasia trofoblástica gestacional de baixo risco tratadas com metotrexato por 8 dias com dois regimes diferentes de ácido folínico. Antonio Braga (foto), Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense, é autor sênior do trabalho realizado em colaboração com a Harvard Medical School.
Artigo publicado no JCO Oncology Practice buscou entender as perspectivas de médicos envolvidos no tratamento do câncer em relação ao atendimento odontológico em pacientes com câncer de cabeça e pescoço, população com risco aumentado de complicações dentárias em longo prazo. Quem comenta é o estomatologista Daniel Cohen Goldemberg (foto), pesquisador do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
Estudo multicêntrico liderado por pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center realiza uma revisão do conhecimento atual da base genética da linhagem germinativa do câncer de mama masculino e seu impacto no manejo dos pacientes e de suas famílias. Publicado no periódico Cancers, o artigo tem como autora sênior a oncologista Elizabeth Santana dos Santos; Fernando Campos é o primeiro autor do trabalho.
Os participantes de estudos em oncologia com fadiga clinicamente significativa (do inglês, CSF) no baseline tiveram pior sobrevida e experimentaram mais eventos adversos em comparação com participantes sem CSF. Os resultados são de uma análise de quatro ensaios do SWOG e foram publicados no JCO Oncology Practice. "A fadiga é um sintoma presente em 80% dos pacientes durante o tratamento antineoplásico e, com o advento da terapia-alvo, passou a ser mais significativo do que náuseas, dor ou outros sintomas”, observa o Ricardo Caponero (foto), oncologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Em um subgrupo de pacientes com câncer de mama HER2-positivo e metástases do sistema nervoso central (SNC) previamente tratados com terapias anti-HER2, a combinação de neratinibe mais capecitabina foi associada a sobrevida livre de progressão prolongada e resultados do SNC em comparação com lapatinibe mais capecitabina. Os resultados de análise do estudo de fase III NALA foram publicados na The Oncologist, em artigo que tem o oncologista Cristiano de Souza Pádua (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, como coautor.
A terapia com plasma convalescente está associada a melhores resultados em pacientes hospitalizados com COVID-19 e câncer hematológico? Estudo de coorte com 966 participantes sugere um potencial benefício de sobrevida na administração de plasma convalescente nessa população de pacientes. Os resultados foram publicados no JAMA Oncology. "Embora retrospectivo e sem detalhamento do momento da doença em que o plasma hiperimune foi utilizado, o artigo traz mais uma evidência da possível uitilidade da estratégia", avalia o hematologista Carlos Chiattone (foto), professor titular da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador do Núcleo de Onco-Hematologia do Hospital Samaritano.
Pela primeira vez, um estudo identificou uma assinatura mutacional alquilante nas células do cólon vinculada ao consumo de carne vermelha e às mutações causadoras do câncer. "Sem dúvida é um dado importante e abre possibilidade para abordagens promissoras em prevenção e diagnóstico precoce", observou Alexandre Palladino (foto), chefe da oncologia clínica do Hospital do Câncer I (INCA). O trabalho foi publicado na Cancer Discovery, periódico da American Association for Cancer Research (AACR).
A agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou dia 9 de julho o registro regular de enfortumab vedotin (PADCEV®), além da expandir a indicação do novo agente, um conjugado anticorpo-droga que representa a primeira e única terapia aprovada pelo FDA para pacientes com câncer urotelial inelegíveis a cisplatina e que receberam uma ou mais linhas de tratamento. A decisão do FDA é baseada nos resultados de sobrevida global do ensaio EV-301, que demonstrou a superioridade de enfortumab vedotin frente à quimioterapia nessa população de pacientes.
Artigo de M Eklund e colegas publicado na New England Journal of Medicine discute a biópsia orientada por ressonância magnética (MRI) no contexto do rastreamento do câncer de próstata1. Os resultados mostraram que a estratégia não foi inferior à biópsia padrão e resultou em menos detecção de câncer sem significância clínica. "O estudo reforça o conhecimento atual de que a biópsia randômica tem acurácia inferior em relação a biópsias guiadas por fusão de imagens de Ultrassonografia e Ressonância Multiparamétrica de Próstata", destaca Oliver Rojas Claros (foto), urologista do Hospital Israelita Albert Einstein.
O oncologista Guilherme Nadar Marta (foto) é primeiro autor de estudo que buscou avaliar os fatores prognósticos de mortalidade em pacientes hospitalizados com diagnóstico de câncer e COVID-19 no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). “Esta é a maior coorte latino-americana para avaliar as características, determinantes de mortalidade e desfechos clínicos nessa população de pacientes”, destacam os autores, em artigo publicado no JCO Global Oncology.
A China tem alta carga de carcinoma hepatocelular e a infecção pelo vírus da hepatite B (HBV) é o principal fator causal. A assertiva é de pesquisadores do ensaio de Fase II/III ORIENT-32, que reportaram no Lancet Oncology os resultados do anti PD-1 sintilimabe combinado a bevacizumabe biossimilar (IBI305) versus sorafenibe como tratamento de primeira linha em pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável associado ao HBV. O oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro da diretoria do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
Muitas mulheres em todo o mundo - principalmente as mais pobres - continuam a morrer de câncer cervical, um tumor que pode ser prevenido e tratado. O alerta foi reforçado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no último dia 6 de julho, com o lançamento de um novo guideline para triagem e tratamento do câncer cervical. Quem comenta as diretrizes atualizadas é Jesus Paula Carvalho (foto), coordenador da equipe de ginecologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).
Estudo de coorte avaliou a função cognitiva de homens que receberam entre uma e quatro linhas de tratamentos para câncer de próstata avançado. Afinal, existe impacto de docetaxel, enzalutamida, abiraterona ou radio 223 na função cognitiva desses pacientes? Resultados reportados no Jama Network Open dia 2 de julho mostram que não.
Os preços dos novos medicamentos aprovados no tratamento do câncer nos Estados Unidos mais do que dobraram na última década, de acordo com análise publicada pela JAMA Oncology.
A combinação de SBRT mais pembrolizumabe e trametinibe pode ser uma nova opção de tratamento para pacientes com câncer pancreático recorrente após a cirurgia, como sugerem resultados de estudo de Fase II publicado 5 de julho no Lancet Oncology.