Meta-análise discute riscos e benefícios da tomografia computadorizada de tórax na triagem do câncer de pulmão
A triagem pulmonar por tomografia computadorizada (CTLS, da sigla em inglês) foi associada a uma redução significativa na mortalidade por câncer de pulmão em indivíduos com histórico de tabagismo. É o que conclui meta-análise publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO), em artigo de Francisco Passiglia e colegas. "Esta meta-análise reforça os achados dos dois principais estudos randomizados publicados abordando o rastreamento de câncer de pulmão, o Nelson e o NLST", observa Ricardo Terra (foto), professor associado da Faculdade de Medicina da USP e chefe da Divisão de Oncologia Torácica Cirúrgica do ICESP.
A agência reguladora norte-americana publicou em agosto um novo guideline que deve orientar a pesquisa clínica no câncer de próstata não metastático resistente à castração (nmCPRC). “Esta orientação representa o pensamento atual da Food and Drug Administration sobre este tópico”, esclarece a diretriz, que passa a aceitar a magnitude do benefício de sobrevida livre de metástases (SLM) para apoiar a aprovação do medicamento e estabelece novas regras para os patrocinadores de ensaios clínicos. O oncologista Daniel Vilarim Araújo (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital de Base, em São José do Rio Preto, analisa o novo guideline.
Estudo multicêntrico do grupo de pesquisa ECOG-ACRIN reportou em artigo online no Journal of Clinical Oncology (JCO) resultados finais do ensaio de Fase 3 que avaliou entinostat no câncer de mama avançado. Os resultados já haviam sido apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium em 2020 e mostram que apesar dos dados pré-clínicos e de Fase II, o estudo não atingiu nenhum dos endpoints primários e, portanto, não oferece suporte para um papel de entinostat nesse cenário.
A obesidade e a disbiose do microbioma vaginal (DMV) são fatores de risco para resultados adversos de saúde reprodutiva e oncológica em mulheres. “Aqui, investigamos a relação entre obesidade, composição bacteriana vaginal, inflamação local e cirurgia bariátrica”, descreve estudo reportado no Microbiome Journal que tem como pesquisadora sênior a médica Maria Kyrgiou, do Imperial College London. Dan Waitzberg, professor associado do departamento de gastroenterologia da FMUSP e diretor científico da Bioma4me, analisa os principais achados.
Estudo de Jacob Scott e colegas publicado online no Lancet Oncology descreve um algoritmo que utiliza a dose de radiação ajustada pelo genoma para personalizar a prescrição da radioterapia com base no efeito biológico da dose e não apenas na dose física. “Por se tratar de uma análise de 11 coortes de pacientes com dados suficientes para calcularem o chamado GARD (“Genomic Adjusted Radiation Dose”), esse estudo é um importante gerador de hipótese e com necessidade de validação através de estudos prospectivos”, diz o médico Robson Ferrigno (foto), especialista em radioterapia, Coordenador dos Serviços de Radioterapia dos Hospitais BP Paulista e BP Mirante.
A associação do inibidor de PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) à quimioterapia melhorou significativamente a sobrevida global na primeira linha de tratamento de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas localmente avançado ou metastático, independentemente da histologia e dos níveis de expressão de PD-L1. Os resultados são do estudo randomizado, multicêntrico de Fase 3 EMPOWER-Lung 3, interrompido precocemente após atingir seu endpoint primário de sobrevida global. Os dados devem embasar a submissão junto às principais agências regulatórias.
Os resultados de um estudo aberto, randomizado, multicêntrico, de fase III (VOYAGER) indicam que avapritinibe não é superior a regorafenibe em termos de sobrevida livre de progressão (SLP) como terceira linha ou tratamento posterior de pacientes com tumor do estroma gastrointestinal (GIST, da sigla em inglês) com doença irressecável ou metastática. No entanto, avapritinibe demonstrou taxa de resposta global e duração de resposta superior em pacientes com mutação PDGFRA D842V.
Julianne Lima (foto), fellow da Royal Marsden NHS Foundation Trust, é primeira autora de estudo que discute imunoterapia e terapia sistêmica no câncer de endométrio e no câncer cervical no cenário da doença recorrente ou metastática.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o inibidor multiquinases cabozantinibe (Cabometyx®, Ipsen) para o tratamento de adultos com hepatocarcinoma que falharam ao tratamento prévio com sorafenibe. A aprovação foi baseada nos resultados do estudo de Fase III CELESTIAL.
A pesquisa clínica em câncer rapidamente se adaptou ao contexto de mudanças imposto pela pandemia de COVID-19, como apontam os resultados de estudo publicado no JAMA Network Open por pesquisadores da SWOG (Southwest Oncology Group) que analisaram as inscrições durante 2020 e início de 2021. "Os centros de pesquisa brasileiros precisam se adaptar a essa nova realidade, que veio para ficar", destaca o oncologista Fábio André Franke (foto), Presidente da Aliança Pesquisa Clínica Brasil, que comenta os principais achados do estudo da SWOG.
Os coloproctologistas Bruna Vailati, da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e do Hospital Alemao Oswaldo Cruz; e Carlos Ramon da Silveira Mendes, do Instituto Ramon Mendes de Coloproctologia, Salvador, são autores de trabalho publicado no periódico Colorectal Disease que demonstrou que pacientes altamente selecionados submetidos a procedimentos minimamente invasivos em cirurgia colorretal podem receber alta hospitalar com segurança em até 24 horas.
Os inibidores de checkpoint imune (ICI) são cada vez mais utilizados como tratamento em diferentes tipos de câncer. Artigo publicado 19 de julho no Internal Medicine Journal discute as toxicidades endócrinas mais frequentemente relacionadas ao tratamento com ICI, que podem resultar em morbidade e mortalidade significativas se não forem reconhecidas. “É importante que todos os médicos, além de endocrinologistas e oncologistas, compreendam a natureza dessas reações e a abordagem para seu diagnóstico e tratamento. Esta revisão tem como objetivo fornecer uma visão geral da epidemiologia, fisiopatologia, apresentação clínica e manejo desses eventos adversos endócrinos”, destacam os autores. Romualdo Barroso (foto), oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, comenta os resultados.
Para construir um modelo de avaliação de risco para VTE em pacientes oncológicos com COVID-19, estudo publicado no Journal of Thrombosis and Haemostasis avaliou a incidência de tromboembolismo venoso e arterial em 90 dias de hospitalização associada a COVID-19 entre pacientes do estudo de coorte COVID-19 and Cancer Consortium (CCC19). O oncologista Gilberto Lopes (foto), chefe interino da Divisão de Oncologia Médica no Sylvester Comprehensive Cancer Center, da Universidade de Miami, é coautor do trabalho.
Em pacientes com câncer endometrial e metástase de baixo volume nos linfonodos sentinela, tumores não endometrioide, invasão do espaço linfovascular e invasão da serosa uterina são preditores de recorrência. Os resultados são de estudo internacional multi-institucional publicado no periódico Gynecologic Oncology, em artigo que tem o cirurgião oncológico Glauco Baiocchi (foto), diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do A.C.Camargo Cancer Center, como coautor.
Estudo de pesquisadores do Hospital de Base/Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto buscou determinar a prevalência da infecção por COVID-19 em pacientes com tumores sólidos em tratamento sistêmico em um hospital público brasileiro, além de avaliar a associação entre o nível socioeconômico e a prevalência da infecção. A oncologista Aline Fares (foto) é a primeira autora do trabalho publicado no periódico e-cancer.
Estudo brasileiro publicado no JCO Global Oncology buscou avaliar a frequência da variante p.R337H no gene TP53 em sequenciamento genético de tumores. Essa variante está associada a síndrome de Li-Fraumeni em pacientes brasileiros. Renata Lazari Sandoval (foto), médica geneticista do Hospital Sírio Libanês, em Brasília, é primeira autora do trabalho.