Imunoterapia e seleção de pacientes no câncer de pulmão
Ramon Andrade de Mello (foto), oncologista da Escola Paulista de Medicina-UNIFESP, é coautor de estudo translacional publicado na Cancers (Basel), que avalia um novo potencial biomarcador e um modelo prognóstico capaz de selecionar pacientes que não derivam benefícios clínicos duráveis com inibidores de checkpoint imune (ICI) no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC).
Ronaldo Corrêa da Silva (foto), pesquisador da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é coordenador de estudo publicado no periódico PLOS One que estima os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2018 com cânceres associados ao excesso de peso. “De R$ 3,5 bilhões gastos pelo governo federal em 2018 com o tratamento de câncer, R$ 1,4 bilhão foram usados para o tratamento de tumores associados ao excesso de peso”, destacam os autores.
Mutações drivers em câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) têm valor prognóstico e preditivo e são relevantes para o manejo clínico. Estudo de Rodrigo Cavagna (foto) e colegas do Hospital de Câncer de Barretos descreve todas as etapas envolvidas em uma análise genômica de amostras de CPNPC por reação em cadeia da polimerase (PCR), desde o isolamento do DNA a partir do tecido tumoral, até o sequenciamento de regiões de hotspot (EGFR, KRAS e BRAF).
Dados inéditos sobre a predisposição genética ao câncer cervical foram publicados por Bowden et al. na edição de abril do Lancet Oncology. “Neste estudo, apresentamos os resultados da maior análise de associação genômica, considerando os fenótipos de câncer cervical em mais de 150. 314 mulheres de ascendência europeia e mais de 9 milhões de variantes genotipadas”, descrevem os autores. Este é o primeiro estudo a identificar com segurança variantes genéticas que podem estar associadas a um risco elevado de câncer cervical.
Revisão sistemática e meta-análise de 203 estudos com mais de 6,3 milhões de participantes demonstrou que a obesidade está associada com aumento da mortalidade global e mortalidade câncer-específica, especialmente entre pacientes com câncer de mama, cólon e útero. No entanto, pacientes obesos com carcinoma de células renais, câncer de pulmão ou melanoma apresentaram melhor sobrevida em comparação com pacientes não-obesos. Os resultados foram publicados no JAMA Network Open.
O Fase III CheckMate-577 é o primeiro estudo a demonstrar a eficácia de um inibidor de checkpoint no tratamento adjuvante em pacientes com câncer de esôfago e junção gastroesofágica ressecado que receberam quimiorradioterapia neoadjuvante. Os resultados foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM).
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou o uso de isatuximabe (Sarclisa®, Sanofi) em combinação com carfilzomibe e dexametasona para pacientes com mieloma múltiplo recorrente ou refratário (MMRR) que receberam uma a três linhas de tratamento.
A Comissão Europeia aprovou a combinação de cabozantinibe (Cabometyx®, IPSEN) e nivolumabe (Opdivo®, Bristol Myers Squibb) para o tratamento de primeira linha de pacientes com carcinoma de células renais avançado. A aprovação é baseada nos resultados do estudo de Fase III CheckMate-9ER.
Um kit de coleta de linfonodos pode ajudar os cirurgiões a obter uma ressecção completa e melhorar a sobrevida a longo prazo após a cirurgia de câncer de pulmão com intenção curativa. É o que mostra estudo de Smeltzer et al. reportado no Journal of Thoracic Oncology Clinical and Research Reports, publicação da Associação Internacional para o Estudo do Câncer de Pulmão (IASLC). Ricardo Terra (foto), professor associado da Faculdade de Medicina da USP e chefe da Divisão de Oncologia Torácica Cirúrgica do ICESP, comenta os resultados.
O tratamento com tamoxifeno previne o câncer de mama em mulheres de alto risco e reduz a mortalidade no cenário adjuvante. "Testamos se doses mais baixas de tamoxifeno foram não-inferiores para reduzir a densidade mamográfica e se foram associadas a menos sintomas", analisa artigo de Mikael Eriksson e colegas, publicado no JCO. O mastologista Afonso Nazário (foto), da EPM-Unifesp, analisa criticamente os resultados e observa que a utilização de baixas doses de tamoxifeno na quimioprevenção do câncer de mama é uma proposta atraente, mas ainda carece de ensaios clínicos com seguimento prolongado.
Análise final do estudo SOLO2/ENGOT-Ov21 demonstrou que olaparibe (Lynparza®, Astrazeneca) proporcionou uma mediana de benefício de sobrevida global de 12,9 meses em comparação com placebo em pacientes com câncer de ovário recidivado sensível à platina e mutação BRCA1/2. Os resultados foram publicados no Lancet Oncology, em artigo que tem o oncologista Elias Abdo (foto), chefe do Serviço de Oncoginecologia Clínica do ICESP-HCFMUSP e Oncologia D`Or, como um dos autores.
O oncologista Virgílio Souza (foto), médico do A.C.Camargo Cancer Center, é o primeiro autor de estudo prospectivo que avaliou as células tumorais circulantes (CTCs) como potencial marcador prognóstico no câncer colorretal metastático (CCRm). O trabalho foi publicado no periódico Diagnostics, como parte da edição especial ‘A Novel Class of Biomarkers: Novelties and Criticisms about Liquid Biopsy in Solid Tumors’. A pesquisadora Ludmilla Domingos Chinen é a orientadora do trabalho.
A análise genômica do DNA livre de células plasmáticas (cfDNA) permite a caracterização remota do genoma do câncer. É o que motiva estudo liderado por pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute em busca de abordagens de biópsia líquida para estudar remotamente a resistência terapêutica em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células metastático ALK-positivo. Quem comenta o trabalho é o oncologista Marcos André Costa (foto), do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A oncogeriatra Isabella Gattás Vernaglia (foto), médica do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é primeira autora de estudo que buscou avaliar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde física e psicológica no tratamento de pacientes ambulatoriais idosos com câncer. Os resultados foram publicados no Journal of Geriatric Oncology. Theodora Karnakis, coordenadora de oncogeriatria das institutições, é a autora sênior do trabalho.
O oncologista Maurício Ribeiro (foto), do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é primeiro autor de relato de caso que descreve a experiência da terapia combinada com dabrafenibe, trametinibe e osimertinibe no resgate de um paciente com adenocarcinoma de pulmão avançado EGFR mutado que desenvolveu a mutação BRAF V600E como um dos mecanismos de resistência ao tratamento de segunda linha com osimertinibe. O trabalho foi publicado no npj Precision Oncology, periódico do Grupo Nature, em artigo que tem a pesquisadora Franciele Hinterholz Knebel como coprimeira autora.