Cirurgia no câncer de pâncreas limítrofe e localmente avançado
Modelo preditivo de base populacional se propõe a identificar candidatos ideais para ressecção do tumor entre pacientes com câncer de pâncreas limítrofe e localmente avançado. Os resultados estão na edição de março da Pancreatology e podem apoiar a tomada de decisão. “É muito oportuna a tentativa de organizar critérios mais objetivos para seleção do paciente em cada etapa do tratamento”, avalia o cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto), diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do AC Camargo Cancer Center.
A sarcopenia é importante fator prognóstico para pacientes com câncer. Artigo de Emori et al. publicado em março no periódico Pancreatology descreve resultados de estudo que avaliou os efeitos da sarcopenia na sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) de pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC) submetidos a tratamento com gencitabina de primeira linha e nab-paclitaxel (GEM e nab-PTX). Os resultados reforçam evidências e mostram que sarcopenia é um indicador independente de mau prognóstico.
A agência norte-americana Food and Drug Administration aprovou lutetium Lu 177 vipivotide tetraxetan (Pluvicto®) para o tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração positivo para PSMA, em pacientes previamente tratados com inibidor da via do receptor androgênico e quimioterapia à base de taxano. A decisão foi anunciada 23 de março e é baseada nos resultados de eficácia e segurança do ensaio VISION (
Estudo que explorou a incidência de câncer de próstata metastático (mPCa) nos Estados Unidos antes e depois das recomendações contra a triagem de rotina baseada no antígeno prostático específico (PSA) sugere que as taxas de incidência de mPCa aumentaram significativamente e coincidiram temporalmente com as recomendações contra o rastreamento. Os resultados estão em artigo de Desai et al, no Jama Network Open.
A quimioterapia sistêmica neoadjuvante no câncer de mama triplo negativo (TNBC, da sigla em inglês) pode afetar o subtipo molecular? Estudo de Masuda et al. reportado online no JCO Precision Oncology mostra que tanto o subtipo molecular do TNBC quanto as assinaturas imunomoduladoras mudam frequentemente após a quimioterapia neoadjuvante. “Este estudo corrobora com os dados de mudança do perfil molecular do câncer de mama entre tumor primário e a metástase", avalia Gustavo Werutsky (foto), chair do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG) e médico oncologista do Hospital São Lucas PUCRS.
Entre as pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratadas com trastuzumabe e um taxano, trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo-AstraZeneca) conferiu menor risco de progressão da doença ou morte em comparação com aquelas que receberam trastuzumabe emtansina. Com resultados previamente apresentados no Congresso Europeu de Oncologia (ESMO 2021), o estudo DESTINY-Breast03 foi publicado dia 24 de março na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com participação do mastologista Roberto Hegg e da oncologista Vanessa Petry (foto).
Mais da metade dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado são submetidos a testes de biomarcadores, número que aumentou nos últimos cinco anos, como revelam dados do mundo real de um estudo espanhol selecionado no programa científico do Congresso Europeu de Câncer de Pulmão (ELCC), de 30 de março a 2 de abril de 2022.
A histerectomia radical aberta demonstrou melhores resultados no tratamento do câncer do colo do útero em estágio inicial em comparação com a cirurgia minimamente invasiva. Os resultados da análise final do estudo LACC (Laparoscopic Approach to Cervical Cancer) foram apresentados por Pedro Ramirez, do MD Anderson Cancer Center, no encontro anual da Sociedade de Oncologia Ginecológica (SGO 2022). "A publicação confirmou os dados parciais publicados em 2018, mostrando a superioridade da técnica aberta sobre a minimamente invasiva", avalia Reitan Ribeiro (foto), , cirurgião oncológico do Hospital Erasto Gaertner e do Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), e diretor científico da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
O estudo BILCAP mostrou benefício da capecitabina como terapia adjuvante no câncer do trato biliar ressecado, estabelecendo a capecitabina como padrão de tratamento nesse cenário. Agora, dados de longo prazo e novas análises de subgrupos deste estudo de Fase 3 foram reportados online no Journal of Clinical Oncology (JCO). "O estudo BILCAP é um marco no tratamento do câncer de vias biliares. Apesar de na publicação original o desfecho primário de melhora da sobrevida global na população por intenção de tratar não ter sido atingido, o benefício encontrado na análise de sensibilidade pré-especificada foi suficiente para fazer da capecitabina o novo padrão de tratamento no carcinoma biliar operado", observa Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro do Conselho Científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
Análise post-hoc do estudo IDEA-France indica que duas categorias de brotamento tumoral, as categorias B2 e B3, estão fortemente associadas à sobrevida livre de doença e sobrevida global no câncer de colon estágio III. Os resultados foram reportados online por Basile et al. no Annals of Oncology. Augusto Canguçu (foto), oncologista no Hospital Aliança e na Oncologia D'Or em Salvador, Bahia, comenta os resultados.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou o registro de Opdualag, uma combinação de dose fixa do anticorpo bloqueador de LAG-3 relatlimab e do anti PD-1 nivolumabe para o tratamento de melanoma irressecável ou metastático. A decisão foi anunciada 18 de março e é baseada nos resultados de eficácia e segurança do ensaio RELATIVITY-047 (NCT03470922).
O uso de testes de painel multigênico quase duplicou a identificação de variantes germinativas patogênicas/provavelmente patogênicas em genes de predisposição clinicamente acionáveis em pacientes com câncer de mama. “No Brasil, atenção especial deve ser dada às variantes TP53 patogênicas/provavelmente patogênicas”, ressaltam os autores. Rodrigo Guindalini (foto), oncologista e oncogeneticista da Oncologia D’Or, é o primeiro autor do trabalho, publicado na Scientific Reports, periódico do grupo Nature, em acesso aberto.
Quais são as taxas de cirurgia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em estágio inicial nos EUA? Estudo de coorte identificou que entre 2.833 pacientes com tumores de pelo menos 4 cm e/ou com linfonodos, inscritos em um protocolo de triagem para estudos com terapia adjuvante, apenas 53% realizaram dissecção linfonodal adequada pelas diretrizes da National Comprehensive Cancer Network (NCCN) e somente 57% receberam qualquer quimioterapia adjuvante, apesar da recomendação. Quem comenta é o cirurgião oncológico Riad Younes (foto), diretor do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Estudo publicado no Diseases of the Colon & Rectum Journal buscou medir a acurácia da avaliação da margem de ressecção circunferencial por ressonância magnética após terapia neoadjuvante para câncer retal e identificar características associadas à acurácia. Os coloproctologistas Bruna Vailati e Rodrigo Perez analisam os resultados.
Rodrigo Taboada (foto), oncologista do A.C.Camargo Cancer Center, é primeiro autor de estudo realizado em colaboração com o centro inglês The Christie NHS que buscou avaliar a incidência, os fatores de risco e os resultados da pneumonite induzida por everolimus em pacientes com neoplasias neuroendócrinas utilizando dados do mundo real. Os resultados foram publicados no periódico The Oncologist.