Novo agente mostra resultados na trombocitopenia induzida por quimioterapia
A trombocitopenia induzida por quimioterapia é comum e causa reduções na dose de quimioterapia ou atrasos no tratamento, sangramento e resultados oncológicos subótimos. Agora, estudo randomizado de Fase 3 apresenta resultados de avatrombopag, um agonista do receptor de trombopoietina que aumenta a contagem de plaquetas em pacientes com câncer não hematológico e contagem inferior a 50 ×109 células por L. Hanny Al-Samkari (foto), do Massachusetts General Hospital, é o primeiro autor do trabalho.
Eventos adversos associados à terapia sistêmica (SACT) podem impedir que pacientes com sarcoma concluam o tratamento adequado. Estudo prospectivo randomizado demonstrou que o uso de um diário estruturado pode ser uma estratégia de baixo custo para melhorar o gerenciamento de eventos adversos relacionados ao tratamento e a qualidade de vida de pacientes com sarcoma.
A radioterapia torácica paliativa (RT) pode aliviar os sintomas locais associados ao câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado, mas a esofagite é um evento adverso comum relacionado ao tratamento. A radioterapia de intensidade modulada (ES-IMRT) pode promover redução clinicamente relevante nos sintomas esofágicos? Estudo de Louie et al. no JAMA Oncology sugere que sim e indica que a IMRT pode ter valor na redução dos efeitos adversos esofágicos em comparação com a RT torácica padrão. Bernardo Salvajoli (foto), médico especialista em radioterapia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) e do Hospital do Coração (HCorOnco), comenta os resultados.
Artigo de Versteijne et al. no Journal of Clinical Oncology apresenta resultados de longo prazo do estudo PREOPANC revelando que, em um acompanhamento mediano de 59 meses, pacientes com câncer de pâncreas ressecável e borderline ressecável tiveram maior sobrevida global com quimiorradioterapia neoadjuvante à base de gencitabina do que com cirurgia inicial (razão de risco 0,73; P = 0,025). A taxa de SG em 5 anos foi de 20,5% no grupo que recebeu tratamento neoadjuvante versus 6,5% no grupo tratado com cirurgia. Quem comenta os resultados é o cirurgião Orlando Torres (foto), professor titular e chefe do Serviço de Cirurgia do Aparelho Digestivo – Unidade Hepatopancreatobiliar - do Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão.
Estudo de fase II identificou que os exames de FDG-PET de pacientes com câncer de orofaringe (OPC) positivo para p16 obtidos antes do tratamento de radioterapia e na metade do percurso terapêutico pode selecionar pacientes que podem se beneficiar do deescalonamento com uma dose mais baixa de radioterapia na segunda metade do tratamento, com menor toxicidade e sem comprometer o controle da doença. Os resultados então entre os destaques do programa científico do 2022 Multidisciplinary Head and Neck Cancers Symposium, realizado de 24 a 26 de fevereiro no Arizona, EUA.
Apresentado em General Session no San Antonio Breast Cancer 2021 (SABCS 2021), o estudo de Fase II NIMBUS demonstrou respostas – muitas vezes duradouras – do tratamento duplo com os inibidores de checkpoint nivolumabe e ipilimumabe (em baixa dose) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-negativo avançado e tumor com alta carga mutacional. O oncologista Romualdo Barroso (foto), do Hospital Sírio Libanês, em Brasília, é o primeiro autor do trabalho, destacado em fevereiro no ASCO Post.
A vigilância endoscópica é recomendada para pacientes com esôfago de Barrett, mas uma nova estratégia de triagem foi avaliada por pesquisadores da Universidade de Cambridge. “Nosso objetivo foi avaliar o papel de um dispositivo não endoscópico (Cytosponge) combinado a biomarcadores laboratoriais e fatores clínicos na vigilância do esôfago de Barrett”, descrevem os autores, em artigo no Lancet Oncology. Quem comenta os resultados do trabalho é o cirurgião oncológico Héber Salvador (foto), médico do A.C.Camargo Cancer Center e presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o registro sanitário da primeira terapia gênica com células CAR-T para o tratamento do câncer, o agente tisangeleucel (Kymriah, Novartis) para o tratamento de pacientes pediátricos e adultos jovens (até 25 anos de idade) com Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) de células B e para pacientes adultos com Linfoma Difuso de Grandes Células B. A decisão foi publicada 23 de fevereiro no Diário Oficial da União1.
O prognóstico de pacientes com linfoma de grandes células B precocemente recidivado ou refratário após quimioimunoterapia de primeira linha é extremamente reservado, evidenciando clara necessidade médica não atendida. Agora, novos dados da terapia CAR T cell axicabtagene ciloleucel (axi- cel) reportados na New England Journal of Medicine corroboram benefícios desse novo agente nessa população de pacientes. o oncohematologista Otávio Baiocchi (foto), professor associado da UNIFESP e diretor de hematologia e oncohematologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta os resultados.
Meta-análise realizada por pesquisadores sul-coreanos avaliou o impacto da cirurgia citorredutora secundária na sobrevida de pacientes com câncer de ovário recorrente sensível à platina. Os resultados foram publicados online 21 de fevereiro no Journal of Clinical Oncology (JCO).
Os resultados do estudo global, randomizado, de Fase 3, DESTINY-Breast04, anunciados 21 de fevereiro, mostram que trastuzumabe-deruxtecana (ENHERTU®) atingiu seus principais objetivos e demonstrou benefício clínico e estatisticamente significativo na sobrevida livre de progressão (SLP) e na sobrevida global (SG) em pacientes com câncer de mama HER2-low irressecável e/ ou metastático, independentemente do status do receptor hormonal (RH) quando comparado à quimioterapia de escolha do médico, atual padrão de tratamento. Quem comenta os principais achados é a patologista Filomena Carvalho (foto), Professora Associada e Livre-docente do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP.
Qual o impacto do microbioma na tumorigênese, na progressão do câncer e no desenvolvimento de novos agentes terapêuticos? Artigo de Doocey e colegas, publicado em fevereiro na BMC Microbiology, revisa questões como essas e seus determinantes genéticos.
José Eluf Neto (foto), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, é autor sênior de estudo que destaca o acesso restrito à colposcopia no sistema público de saúde no Estado de São Paulo. “O cenário compromete a qualidade da triagem e a questão deve ser priorizada no planejamento dos serviços”, alertam os autores, em artigo publicado em janeiro no periódico Cadernos de Saúde Pública.
A carga de doenças atribuíveis a fatores de riscos (FR) no Brasil variou consideravelmente de 1990 a 2019 entre homens e mulheres, faixas etárias e estados, mas importantes fatores de risco para câncer e doenças cardiovasculares continuam a preocupar, como tabaco, obesidade e consumo de álcool. É o que mostram resultados reportados na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Em pacientes com câncer de colo de útero recorrente após quimioterapia de primeira linha contendo platina, o anticorpo anti-PD-1 cemiplimabe conferiu sobrevida significativamente maior em comparação com a quimioterapia de agente único de escolha do investigador. Os resultados do estudo de Fase III EMPOWER-Cervical 1 foram publicados na New England Journal of Medicine (NEJM), em artigo com a participação da oncologista Andreia Melo (foto), chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e Diretora de Pesquisa do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG).