Carga global do câncer entre 2010 e 2019
Qual foi a carga global do câncer estratificada por Índice Sociodemográfico (SDI) em 2019, e qual foi a variação da incidência, morbidade e mortalidade desde 2010? Análise sistemática publicada no JAMA Oncology demonstrou que a carga absoluta de câncer aumentou em todos os quintis de SDI desde 2010, com os maiores aumentos percentuais ocorrendo nos quintis com SDI baixo e médio-baixo. “Os resultados sugerem que maiores esforços de prevenção e controle do câncer são necessários para abordar equitativamente a evolução e aumento da carga de câncer em todo o espectro do Índice Sociodemográfico”, sustentam os autores.
O conjugado anticorpo-droga (ADC) trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo/Astrazeneca) recebeu dia 22 de dezembro a liberação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), que definiu o preço de comercialização no Brasil. Indicado para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-positivo irressecável ou metastático previamente tratados com dois ou mais regimes anti-HER2, o agente foi aprovado em outubro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)1 com base nos resultados do estudo Fase II DESTINY-Breast012.
A assinatura de resposta imune de dano ao DNA (DDIR, da sigla em inglês) é uma assinatura de expressão gênica imune validada retrospectivamente como preditor de resposta à terapia baseada em antraciclina. Agora, Parkes et al. avaliaram prospectivamente o uso deste ensaio para prever resposta à quimioterapia neoadjuvante no câncer de mama inicial com base no status DDIR. Os resultados estão em acesso aberto, em artigo no British Journal of Cancer, e mostram o papel da via cGAS-STING.
Diego Camuzi, Pesquisador do Programa de Carcinogênese Molecular do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é primeiro autor de artigo de revisão publicado na Cancers que explora como as alterações na metilação do DNA e na expressão de microRNA contribuem para o desenvolvimento e progressão do carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço (CCECP). A pesquisadora Sheila Coelho Soares-Lima (foto) é a autora sênior do trabalho.
A 63ª edição do encontro anual da Sociedade Americana de Hematologia (ASH) acontece de 11 a 14 de dezembro no Georgia World Congress Center em Atlanta, reunindo mais de 3 mil abstracts para apresentação oral e em posters, entre eles os mais recentes avanços na pesquisa de malignidades hematológicas.
Paula Asprino, Pedro Galante (na foto, à esquerda) e Rodrigo Barreiro são os autores principais de estudo brasileiro publicado 24 de novembro no Journal of Pathology, descrevendo como variantes patogênicas em heterozigose do gene MUTYH podem levar à tumorigênese. A análise reflete o maior conjunto de dados já avaliado para investigar o risco de câncer em portadores de variantes deletérias da linha germinativa de MUTYH.
Qual é a sequência ideal de quimiorradioterapia (CRT) e quimioterapia antes da cirurgia de excisão mesorretal total para terapia neoadjuvante total no câncer retal? Resultados de longo prazo do ensaio clínico randomizado CAO/ARO/AIO-12 publicados no JAMA Oncology demonstraram que a CRT seguida por quimioterapia de consolidação levou a taxas mais altas de resposta patológica completa sem comprometer a sobrevida livre de doença, toxicidade crônica, estado de saúde global, qualidade de vida ou incontinência fecal em comparação com quimioterapia de indução seguida por CRT e excisão total do mesorreto. Quem analisa o trabalho é o cirurgião colorretal Rodrigo Oliva Perez (foto), médico do Instituto Angelita e Joaquim Gama.
Estudo brasileiro descreve os padrões de tratamento e compara a sobrevida global e o risco de uso de múltiplas terapias em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas estágio IIIA. Os resultados foram publicados no JCO Global Oncology, em artigo que tem o cirurgião torácico Fernando Abrão (na foto, à direita) como primeiro autor. Riad Younes, diretor do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, é o autor sênior do trabalho.
Estudo publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO) investigou a precisão de um modelo de risco de câncer de mama baseado em inteligência artificial, avaliando o índice de concordância na previsão do risco de câncer de mama entre um e cinco anos a partir da mamografia. “Esta é a validação mais ampla até o momento de um modelo de câncer de mama baseado em IA”, afirmam os autores. Thiago Buosi (foto), coordenador do Centro de Treinamento em Prevenção do Hospital de Câncer de Barretos, é coautor do trabalho.
Pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC) que evoluem para transformação de Richter (morfologia difusa de linfoma de grandes células B) têm poucas opções terapêuticas. Análise de Eyre et al. publicada no Lancet Hematology apresenta resultados de estudo de Fase 1-2 que avaliou a segurança e atividade de acalabrutinibe nessa população. O hematologista Alan Skarbnik (foto), diretor do Programa de Doenças Linfoproliferativas do Novant Health Cancer Institute, em Charlotte, Estados Unidos, analisa os resultados.
A resistência à terapia de privação androgênica (ADT) no câncer de próstata pode derivar da expansão de bactérias intestinais que sintetizam andrógenos. As descobertas foram reportadas na Science por Pernigoni, N. et al. e destacam o metabolismo hormonal no microbioma como alvo potencial para melhorar as respostas ao tratamento do câncer de próstata. Quem discute os resultados do trabalho é o oncologista Daniel Vilarim Araujo (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital de Base, em São José do Rio Preto/SP.
Roberto Pestana (foto), oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e ex-fellow no MD Anderson Cancer Center, é coprimeiro autor de artigo de revisão publicado no periódico Cancer Journal for Clinicians que resume as atuais aprovações de conjugados anticorpo-droga (ADCs) pela U.S. Food and Drug Administration com foco em tumores sólidos e discute os desafios e oportunidades apresentados pela expansão multihistológica dos ADCs.
Artigo que é parte da tese de doutorado do oncologista Diocésio Alves Pinto de Andrade (foto) destaca uma assinatura genética de quatro genes associada à recorrência do câncer de endométrio de risco baixo e intermediário. O trabalho tem como último autor o cirurgião Ricardo dos Reis, do Departamento de Ginecologia Oncológica do Hospital de Câncer de Barretos.
Estudo prospectivo multicêntrico publicado na Cancer Prevention Research buscou determinar a prevalência de variantes patogênicas da linhagem germinativa (PGV) no câncer hepatobiliar. “Os dados do teste de linhagem germinativa em pacientes não selecionados com câncer hepatobiliar são limitados, e a identificação da predisposição pode ter implicações importantes no tratamento do câncer e no aconselhamento familiar”, afirmam os autores. O oncologista Pedro Uson Junior (foto), médico no Hospital Israelita Albert Einstein e pesquisador fellow na Mayo Clinic, é o primeiro autor do trabalho.
O burnout é prevalente entre farmacêuticos que atuam na onco-hematologia e pode afetar a segurança do paciente, como aponta estudo norte-americano publicado no JCO Oncology Practice.
Apesar das recomendações atuais para a profilaxia IV com metotrexato em altas doses em pacientes com linfoma difuso de grandes células B (DLBCL), a estratégia não reduziu o risco de recidiva no sistema nervoso central (SNC) nesta população, comparada à profilaxia por administração intratecal. É o que mostra estudo de Orellana-Noia et al, reportado na Blood. ““Trata-se de mais um estudo que coloca em xeque as estratégias de profilaxia da recaída em SNC em pacientes com linfomas agressivos”, observa Guilherme Perini (foto), hematologista no Hospital Israelita Albert Einstein e coordenador da Hematologia do Grupo Américas.