Metanálise discute obesidade e recorrência bioquímica no câncer de próstata
Estudo de revisão sistemática de Rivera-Izquierdo et al. publicado em janeiro na Prostate Cancer and Prostatic Diseases discute a associação entre obesidade e recorrência bioquímica (BCR, da sigla em inglês) após o tratamento do câncer de próstata (CP) clinicamente localizado, em análise que envolveu quase 90 mil pacientes. “Nosso objetivo foi revisar sistematicamente todas as evidências avaliando a obesidade como fator prognóstico para BCR”, destacam os autores.
A edição de fevereiro da The Breast traz artigo de Heins et al. com uma visão de longo prazo sobre os efeitos adversos à saúde em sobreviventes de câncer de mama, em análise que considera até 14 anos após o diagnóstico.
Artigo de Pastorino et al. no Annals of Oncology analisa o rastreamento do câncer de pulmão combinando o uso da tomografia computadorizada de baixa dose (LDCT) com uma assinatura genômica baseada no microRNA circulante (MSC). “O principal endpoint do estudo prospectivo BioMILD foi avaliar o valor adicional de MSC no sangue no momento da LDCT inicial com o objetivo de personalizar os intervalos de triagem para câncer de pulmão”, descrevem os autores.
A vigilância intensiva após o tratamento de pacientes com câncer gástrico com intenção curativa pode levar a um diagnóstico precoce de recorrência da doença, mas seu impacto na sobrevida pouco foi avaliado e é incerto. Agora, estudo de pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center publicado no Annals of Surgical Oncology buscou avaliar se o diagnóstico precoce de recorrência da doença em pacientes assintomáticos estava associado à sobrevida em longo prazo. O cirurgião oncológico Thiago Pereira Diniz é o primeiro autor do trabalho; Felipe Coimbra (na foto, à direita), diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal da instituição, e o pesquisador Wilson da Costa Junior, da Baylor University, são os autores sênior.
A agência Food and Drug Administration (FDA) anunciou no último dia 25 de janeiro a aprovação do anticorpo biespecífico Tebentafusp (Kimmtrak®, da Immunocore) para o tratamento de pacientes adultos com melanoma uveal metastático ou irressecável. A decisão marca o registro sanitário do primeiro anticorpo biespecífico para essa população de pacientes.” É um marco histórico”, resume Bahija Jallal, CEO da Immunocore. “Todos os anos, centenas de pessoas são diagnosticadas com melanoma uveal metastático nos Estados Unidos e até agora não tinham opções de tratamento aprovadas. Esta é a primeira terapia a demonstrar benefício de sobrevida para esses pacientes”, disse.
Dados reportados 25 de janeiro no Annals of Oncology apresentam as previsões de mortalidade para as 10 principais causas de mortalidade por câncer em 2022 em 27 países da União Europeia (UE), com especial atenção ao câncer de ovário. "Em 2022, cerca de 369 mil mortes foram evitadas em comparação com o pico da taxa de mortalidade por câncer registrado em 1988", apontam os autores.
A fadiga é frequente em sobreviventes de câncer de mama, mas são limitadas as ferramentas para prever seu risco e dimensionar o impacto na qualidade de vida. Agora, estudo publicado online no Journal of Clinical Oncology (JCO) apresenta um modelo validado que pode ajudar a fornecer intervenções precoces ou corrigir fatores de risco modificáveis para pacientes em risco de fadiga grave pós-tratamento.
Em publicação ahead of print na New England Journal of Medicine (NEJM), Makker V et al. apresentam resultados de estudo randomizado de Fase 3 que avaliou lenvatinibe mais pembrolizumabe em pacientes com câncer de endométrio avançado. O estudo atingiu seu principal endpoint e mostrou que a combinação trouxe benefício de sobrevida global e sobrevida livre de progressão nessa população de pacientes.
Estudo com participação brasileira publicado na New England Journal of Medicine (NEJM) mostra que a combinação de relatlimab, um anticorpo bloqueador de LAG-3, com o anti PD-1 nivolumabe é segura e eficaz em pacientes com melanoma avançado sem tratamento prévio. O oncologista Sergio Azevedo (foto), Professor da Faculdade de Medicina da UFRGS e Chefe do Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), é coautor do trabalho e comenta os resultados.
A edição de janeiro do Lancet Oncology publicou consenso da Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia (ESTRO) com recomendações para radioterapia com hipofracionamento no câncer de mama inicial. O consenso tem participação do brasileiro Gustavo Nader Marta (foto), do Hospital Sírio-Libanês, e analisa regimes de hipofracionamento moderado e ultra-hipofracionados, com orientações que vão da seleção de pacientes à definição do volume-alvo para cada indicação.
Mutações KRAS são conhecidas por influenciar o prognóstico do paciente e são usadas como biomarcador preditivo para decisões de tratamento. Estudo com participação do brasileiro Alessandro Leal (foto) examinou as características clínicas de pacientes com mCRC com mutação somática em KRAS G12, G13, Q61, K117 ou A146. Os resultados foram reportados no JCO Precision Oncology e mostram que portadores de uma mutação KRAS A146 têm carga tumoral mais alta e sobrevida global inferior.
Para pacientes com leucemia linfoblástica aguda (LLA) portadores do cromossomo Filadélfia que recidivaram após transplante alogênico de célula-tronco hematopoiética (HCT), a taxa de sobrevida global em dois anos quase dobrou do período de 2000 a 2004 para o período entre 2015 e 2019. É o que revela estudo publicado na Clinical Cancer Research, publicação da American Association for Cancer Research.
A mudança de certos procedimentos ambulatoriais para a casa do paciente pode ser uma estratégia de alta qualidade, centrada no paciente, além de alternativa econômica à assistência ambulatorial padrão (SOC) no tratamento do câncer. A conclusão é de estudo randomizado reportado por Cool et al no JCO Global Oncology.
Estudo de coorte prospectivo demonstrou que o comportamento sedentário aumenta o risco de mortalidade por todas as causas e mortalidade câncer-específica em sobreviventes da doença. O maior risco foi entre os inativos ou insuficientemente ativos, com tempo sentado superior a 8 horas por dia. Os resultados foram publicados no JAMA Oncology.
Publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO), estudo randomizado de fase III (NCT00954174) de pesquisadores do NRG Oncology Group mostrou que a quimioterapia com paclitaxel e carboplatina não foi inferior ao regime paclitaxel e ifosfamida no tratamento de pacientes com carcinossarcoma uterino. “Os resultados confirmam que a combinação de paclitaxel e carboplatina é um esquema posológico conveniente e seguro e deve ser a terapia padrão para pacientes com carcinossarcomas ginecológicos”, afirma a oncologista Andreia Melo (foto), chefe da Divisão de Pesquisa Clínica do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e Diretora de Pesquisa do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG).
Cada vez mais evidências sugerem que a dieta e os hábitos de vida estão associados à sobrevida após o diagnóstico de câncer de cólon. No entanto, os atuais modelos preditivos com base clínica e patológica para resultados de sobrevida no câncer de cólon não incorporam essas variáveis. Para preencher essa lacuna, pesquisadores desenvolveram modelos de predição de sobrevida livre de doença (DFS) e sobrevida global incorporando nove fatores de dieta e estilo de vida auto-relatados por pacientes com câncer de cólon estádio III. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Oncology (JCO).