Biópsia de linfonodo sentinela no carcinoma espinocelular inicial de lábio e cavidade oral
Estudo retrospectivo incluindo sete centros brasileiros buscou avaliar a acurácia e os resultados oncológicos da biópsia do linfonodo sentinela em pacientes com carcinoma espinocelular (CEC) inicial de lábio e cavidade oral em um cenário de mundo real. Os resultados foram publicados no periódico Head & Neck, em artigo que tem Leandro Luongo de Matos (foto), professor livre docente e chefe do grupo de boca e orofaringe da disciplina de cirurgia de cabeça e pescoço da FMUSP, como primeiro autor. O cirurgião oncológico Luiz Paulo Kowalski, diretor do Núcleo de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, é o autor sênior do trabalho.
Análise final pré-especificada de sobrevida global publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstrou que a combinação de enzalutamida e ADT prolonga significativamente a sobrevida em comparação com placebo mais ADT em homens com câncer de próstata metastático hormônio-sensível, incluindo subgrupos clinicamente importantes. José Mauricio Mota (foto), chefe do grupo de tumores geniturinários (oncologia clínica) do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP-FMUSP) e oncologista titular da Oncologia D’Or, comenta os resultados.
Os brasileiros Cristiane Decat Bergerot (foto) e Paulo Bergerot são autores de editorial1 publicado na European Urology Oncology (EUO) que discute dados de qualidade de vida relacionada à saúde (HR-QOL) do ensaio CheckMate 274, tema de artigo de Witjes e colegas2 na mesma edição do EUO. O editorial tem como autor sênior o oncologista Sumanta K. Pal, do City of Hope Comprehensive Cancer Center.
Resultados do estudo OPRA (Organ Preservation in Patients With Rectal Adenocarcinoma Treated With Total Neoadjuvant Therapy) publicados por Garcia-Aguilar e colegas no Journal of Clinical Oncology (JCO) demonstraram que a preservação do órgão é factível em metade dos pacientes com câncer de reto tratados com terapia neoadjuvante total, sem comprometer os resultados de sobrevida em comparação com controles históricos tratados com quimiorradioterapia, excisão total do mesorreto e quimioterapia pós-operatória. Quem analisa os resultados é o cirurgião colorretal Rodrigo Oliva Perez (foto), médico do Instituto Angelita e Joaquim Gama.
Artigo de Hurst et al. publicado 18 de abril no European Urology Oncology conclui que cinco tipos de bactérias podem estar ligados ao câncer de próstata de alto risco e foram comuns em amostras de urina e tecidos de homens com câncer de próstata agressivo. Esse trabalho pioneiro aponta, em mais de 600 pacientes com câncer de próstata, a existência de novos gêneros e espécies bacterianas específicas no tecido prostático e na urina. Esta importante contribuição enriquece e reforça o conhecimento científico sobre as interações entre microbiota e câncer”, avalia Dan Waitzberg (foto), professor associado do departamento de Gastroenterologia da FMUSP e Diretor científico da Bioma4me.
O anticorpo droga conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, da AstraZeneca e Daiichi Sankyo), recebeu nova Designação de Terapia Inovadora da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), desta vez para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-low irressecável ou metastático (IHC 1+ ou IHC 2+ /ISH-negativo) que receberam uma terapia sistêmica prévia no cenário metastático ou tiveram recorrência da doença durante a adjuvância ou dentro de seis meses após a conclusão da quimioterapia adjuvante. “Esta importante decisão favorece uma fração significativa de pacientes, visto que a categoria HER2-low corresponde a praticamente metade dos casos de câncer de mama, dos quais cerca de 20% são RH-negativo1”, afirma a patologista Filomena Carvalho (foto), Professora Associada e Livre-docente do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP.
Estudo de vida real que avaliou padrões de tratamento e resultados de pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo de acordo com a idade mostrou que mulheres mais velhas receberam tratamento padrão de primeira linha com menos frequência do que as pacientes mais jovens. A análise foi publicada por Annonay et al. no periódico The Breast, com diferenças associadas a pior sobrevida global e livre de progressão para tratamentos não padrão. “Sabemos hoje que a idade biológica não deve ser um fator determinante para definir tratamentos”, observa o oncologista Evandro de Azambuja (foto), do Instituto Jules Bordet, na Bélgica.
Um novo agente experimental, o anti PD-1 tislelizumabe mostrou benefício de sobrevida global (SG) no tratamento de pacientes com carcinoma de células escamosas de esôfago (ESCC) irressecável, localmente avançado, recorrente ou metastático, sem tratamento prévio. É o que mostram os dados da análise interina do ensaio randomizado de Fase 3 (RATIONALE 306), confirmando que tislelizumabe mais quimioterapia atingiu o principal endpoint e melhorou significativamente a SG em comparação com a quimioterapia isolada nessa população de pacientes, independentemente da expressão de PD-L1. Quem analisa os resultados é o oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE) e membro do Conselho Científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
Pemigatinib, um inibidor seletivo do receptor do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR) 1-3 mostrou novos dados de eficácia e segurança, agora em estudo de Fase I/II que avaliou o agente como monoterapia ou em terapia combinada, para pacientes com tumores avançados e refratários ao padrão de cuidados, com e sem alterações no gene do fator de crescimento de fibroblastos (FGF) e de seu receptor (FGFR). Os resultados foram publicados na edição de maio do Annals of Oncology (FIGHT-101) e indicam que pemigatinib foi seguro e mostrou atividade clínica em um amplo espectro de tumores com rearranjos e/ou mutações do FGFR, especialmente em colangiocarcinomas. Juliana Florinda Rego (foto), oncologista do Hospital Universitário Onofre Lopes (UFRN) e da Clínica Oncocentro/AMO, e diretora do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.
Achados de revisão sistemática e um consenso internacional de especialistas embasam a Declaração de Consenso publicada por Pijnappel et al. no Jama Oncology, com medidas obrigatórias para ensaios clínicos envolvendo pacientes com câncer de pâncreas com doença ressecável e borderline (COMM-PACT-RB). Este é um artigo interessante que discute a padronização dos desfechos obrigatórios e limites nos estudos prospectivos randomizados futuros para câncer de pâncreas ressecável e borderline", analisa o cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto), diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do AC Camargo Cancer Center.
Durvalumabe mostrou benefício significativo de sobrevida global para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio III irressecável e sem progressão após quimiorradioterapia concomitante (cCRT). Agora, estudo randomizado de Fase 2 (COAST) apresenta resultados da análise interina com durvalumabe isoladamente ou em novas combinações com o anticorpo monoclonal anti-CD73 oleclumab ou com o anticorpo monoclonal anti-NKG2A monalizumab como terapia de consolidação neste cenário. O oncologista Guilherme Harada (foto), advanced clinical fellow no Memorial Sloan Kettering Cancer Center, comenta os resultados.
Indivíduos com transtornos do espectro do autismo (TEA) têm um risco maior de desenvolver câncer? Embora estudos anteriores tenham sugerido mecanismos de doença compartilhados entre TEA e câncer, estudo de Liu et al. reportado no Annals of Oncology mostra que em uma grande coorte populacional o TEA sozinho (ou seja, sem deficiência intelectual comórbida ou defeitos congênitos) não foi associado ao risco aumentado de qualquer câncer (OR 1,0, IC 95% 0,8-1,2).
A combinação de ivosidenib – um inibidor da mutação no gene de isocitrato desidrogenase 1 (IDH1) – e azacitidina mostrou atividade clínica encorajadora em estudo de fase 1b que envolveu pacientes com leucemia mieloide aguda com mutação IDH1 recém diagnosticados. Agora, Montesinos et al. apresentam resultados de estudo randomizado de Fase 3, em artigo publicado 21 de abril na New England Journal of Medicine, corroborando o benefício dessa combinação nessa população de pacientes. O estudo tem participação do oncohematologista Rodrigo do Tocantins Calado (foto), da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
A mamografia digital bidimensional de campo total (2D) é o padrão atual de rastreamento do câncer de mama. Em análise reportada no Lancet Oncology, Heindel et al argumentam que a tomossíntese digital da mama gera conjuntos de dados pseudo-tridimensionais a partir dos quais mamografias 2D sintetizadas (s2D) podem ser reconstruídas. “Essa abordagem inovadora reduz a probabilidade de sobreposição de tecidos mamários que podem ocultar características de malignidade. Nosso objetivo foi comparar a tomossíntese digital da mama mais a mamografia s2D com a mamografia de rastreamento digital para a detecção do câncer de mama invasivo”, descrevem os autores.
Com o objetivo de atualizar as recomendações para orientar as decisões de quimioterapia e terapia endócrinas adjuvantes no câncer de mama inicial, um painel de especialistas publicou no Journal of Clinical Oncology novas diretrizes de conduta sobre o uso de testes genômicos no apoio à decisão clínica. O professor Antonio Wolff (foto), chefe da unidade de ensaios clínicos do Programa de Câncer de Mama da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, EUA, é coautor do trabalho.