SENOMAC: é seguro omitir a dissecção axilar no câncer de mama com metástases de linfonodo sentinela
Estudo randomizado patrocinado pelo Instituto Karolinska, na Suécia, com participação de mais de 2,5 mil pacientes em cinco países, corrobora evidências da não-inferioridade de omitir a depuração axilar no caso de macrometástases de linfonodo sentinela em relação à cirurgia axilar extensa. Os resultados foram publicados por Boniface et al. na New England Journal of Medicine (NEJM) e demonstram que a sobrevida livre de recorrência estimada em 5 anos após a biópsia do linfonodo sentinela não foi inferior àquela após a dissecção completa do linfonodo axilar em pacientes com câncer de mama e uma ou duas macrometástases de linfonodo sentinela. O mastologista Cesar Cabello (foto), professor da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), analisa os resultados.
A combinação de inibição de PARP com ou sem bloqueio do PD-L1 como terapia de manutenção livre de quimioterapia mostrou benefício clínico sustentado em pacientes com câncer de mama triplo-negativo avançado (aTNBC) sensível à quimioterapia à base de platina, independentemente da mutação germinativa BRCA ou do status PD-L1. Os resultados são do estudo de Fase 2 DORA, publicado no periódico Clinical Cancer Research.
Estudo de mundo real mostrou a viabilidade e a replicabilidade do uso do anti PD-L1 cemiplimabe no câncer cervical avançado, em uma prática já adotada na Itália. Os resultados são do estudo MITO44 e foram relatados por Tuninetti et al. no European Journal of Cancer.
Substituir o critério de anos-maço para a elegibilidade ao rastreamento do câncer de pulmão por um critério de duração do tabagismo ≥20 anos poderia aumentar substancialmente o número de tumores diagnosticados e eliminar as disparidades raciais no rastreio. É o que defende artigo de Potter et. al publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO), em análise que avaliou indivíduos tabagistas de dois grandes estudos de coorte.
O oncologista Guilherme Nader-Marta (foto) é primeiro autor de revisão sistemática e meta-análise publicada no ESMO Open que avaliou o valor prognóstico do ctDNA em pacientes com câncer de mama ressecável (não metastático). “Nesta meta-análise, a detecção de ctDNA foi associada a um risco aumentado de recorrência de câncer de mama e morte”, observaram os autores. O oncologista Evandro De Azambuja é coautor do trabalho.
Análise agrupada de 3 ensaios de fase 3 (CALGB 40601, NeoALTTO e NSABP B-41) buscou definir quantitativamente a associação entre resposta patológica completa (pCR) e sobrevida livre de eventos de acordo com o subtipo e outras assinaturas de expressão gênica no câncer de mama inicial positivo para ERBB2/HER2. Os resultados mostram que dados combinados do tumor (genes amplicon ERBB2, proliferação e assinaturas luminais) e biomarcadores relacionados ao sistema imunológico fornecem informações prognósticas para estratificar pacientes em diferentes grupos que poderiam se beneficiar de diferentes estratégias de tratamento.
A perda de rendimentos e as despesas correntes são causas importantes de dificuldades financeiras em muitos pacientes com câncer, mesmo em países de rendimento elevado. Artigo de Schlander et al. no Lancet Oncology detalha o esforço europeu para definir recomendações de consenso sobre o impacto socioeconômico do câncer para pacientes e seus familiares, em análise que busca estabelecer um quadro conceitual, taxonomia e orientações para a pesquisa.
O Grupo Internacional de Câncer de Cabeça e Pescoço (CCP) realizou um processo Delphi modificado para chegar a um consenso internacional sobre dados essenciais para a pesquisa do CCP. Aprovadas por 19 organizações de pesquisa que representam 34 países, as atuais recomendações têm o objetivo de facilitar e harmonizar a coleta e compartilhamento de dados para a pesquisa no CCP, em iniciativa que conta com a participação do brasileiro Thiago Bueno de Oliveira (foto), do Centro de Referência em Tumores de Cabeça e Pescoço do AC Camargo Cancer Center.
Vivian Resende (foto), professora titular do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, é primeira autora de estudo multicêntrico que avalia o número limite de linfonodos examinados no adenocarcinoma ampular para comparar a precisão do prognóstico de vários esquemas de classificação nodal em relação ao prognóstico a longo prazo. Os resultados foram publicados no Journal of Gastrointestinal Surgery.
O Ministério da Saúde (MS) tem uma nova estratégia de vacinação contra o HPV e passa a incorporar a dose única da vacina contra HPV para pessoas do sexo feminino e masculino de 09 a 14 anos de idade, além da dose de resgate para adolescentes até 19 anos não vacinados. A estratégia busca intensificar a proteção contra o câncer do colo do útero e outras complicações associadas ao vírus e praticamente dobra a capacidade de imunização dos estoques disponíveis no país.
Tuberculose (TB) é um fator de risco independente para o câncer, não apenas o de pulmão. A conclusão é de Kim et al. em estudo de base populacional que será apresentado na próxima edição do Congresso Europeu de Microbiologia Clínica e Doenças Infecciosas (ECCMID) de 2024, que acontece de 27 a 30 de abril, em Barcelona.
Estudo que buscou caracterizar as tendências de negligência médica relacionadas à vigilância ativa (VA) como estratégia de tratamento de câncer mostra que nenhum risco aumentado de exposição médico-legal foi observado em mais de 30 anos.
A U.S. Food and Drug Administration (FDA) aceitou o pedido de licença biológica (do inglês, BLA - Biologics License Application) para datopotamab deruxtecan (Dato-DXd, AstraZeneca/Daiichi Sankyo) para o tratamento de pacientes adultos com câncer de mama receptor hormonal positivo (HR+), HER2-negativo (IHC 0, IHC 1+ ou IHC 2+/ISH-), que receberam terapia sistêmica prévia para doença irressecável ou metastática. O BLA é baseado nos resultados do estudo pivotal de Fase 3 TROPION-Breast01.
Estudo que tem como primeira autora a médica Sarah Ananda Gomes (foto), líder nacional de Cuidados Paliativos do Grupo Oncoclínicas, destaca os benefícios de um programa ambulatorial de cuidados paliativos para pacientes com câncer, revelando aumento nas mortes em domicílios ou hospices entre os participantes do programa. Os resultados foram publicados na Cancers, em artigo que tem como autor sênior o oncologista Bruno Ferrari.
Embora o status do receptor 2 do fator de crescimento epidérmico humano (HER2) já tenha incorporado a classificação HER2-low no câncer de mama inicial e avançado, o status HER2-low ainda não foi totalmente caracterizado em metástases cerebrais (BrM). Análise retrospectiva buscou determinar a proporção de pacientes com BrM HER2-low atendidas no Sunnybrook Health Sciences Centre. Os resultados destacam que aproximadamente 30% das BrM na coorte analisada são HER2-low e cerca de 60% das pacientes com BrM originalmente classificadas como triplo-negativos ou HR+/HER2– foram reclassificadas como HER2-low, com potencial de se beneficiar da terapia direcionada a HER2.