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Coberturas Especiais

Fernanda Malucelli Favorito (foto) apresenta em poster na ELCC 2025 estudo que analisa os efeitos do status socioeconômico (SES) no diagnóstico e na sobrevida do câncer de pulmão de células não pequenas, considerando duas décadas (2000-2020) de registros da Fundação Oncocentro de São Paulo. Os resultados revelam que menor SES está associado a piores desfechos, enquanto ensino superior e maior renda estão ligados a diagnósticos mais precoces e melhor sobrevida. A análise também mostra que 27% dos pacientes esperaram mais que 60 dias pelo início do tratamento.

Dados atualizados de fulzerasib (FUL) mais cetuximabe (CETU) do estudo de fase II KROCUS foram destacados no ELCC 2025 (LBA 1), em apresentação da oncologista Margarita Majem Tarruella (foto). Os resultados demonstram respostas profundas e duradouras entre os pacientes avaliáveis, com bom perfil de segurança.

Um terço dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio III não consegue aderir às recomendações iniciais do tumor board multidisciplinar, mesmo em centros de referência terciários. Os resultados são de estudo apresentado pelo oncologista Markus Joerger (foto), do St. Gallen Cancer Centre, em sessão mini-oral da ELCC 2025.

ORCHARD é um estudo de plataforma de Fase II, não randomizado, que avalia novas combinações de tratamento em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) em pacientes com mutação de EGFR (EGFRm) que progrediram a osimertinibe na primeira linha. Dados mais recentes do módulo 10, o primeiro estudo em humanos de osi + Dato-DXd mostram eficácia promissora e foram destaque no ELCC 2025, em apresentação de Xiuning Le, do MD Anderson Cancer Center.

Savolitinibe (savo) é um inibidor da tirosina-quinase (MET-TKI) oral, potente e altamente seletivo que, quando combinado com osimertinibe (osi), um EGFR-TKI oral de terceira geração, pode superar a resistência adquirida induzida por MET no câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado após o tratamento com osi em pacientes com mutação de EGFR (EGFRm). Apresentação da sul-coreana Myung-Ju Ahn (foto) na ELCC 2025 relatou resultados primários do estudo de fase 2 SAVANNAH, demonstrando que a combinação oferece uma opção de tratamento potencial neste cenário, com respostas duráveis e clinicamente significativas.

O estudo de Fase III TALAPRO-2 atingiu seu desfecho primário, mostrando melhor sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) para a combinação de talazoparibe e enzalutamida (TALA+ENZA) versus placebo+ENZA como tratamento de primeira linha para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) não selecionados para alterações genéticas de reparo de recombinação homóloga (HRR) (todos os participantes; coorte 1). No ASCO GU 2025, dados finais de sobrevida global (SG) confirmam o benefício da combinação (45,8 meses vs 37,0 meses), assim como os dados atualizados de rSLP, que continuam a favorecer TALA+ENZA, sem novos sinais de segurança. O trabalho tem participação do oncologista brasileiro Andre P. Fay (foto).

No estudo de fase 3 NIAGARA, que inscreveu pacientes com câncer de bexiga com invasão muscular (MIBC), durvalumabe perioperatório mais quimioterapia neoadjuvante (NAC) demonstrou benefício clínico e estatisticamente significativo na sobrevida global (SG) e livre de eventos (SLE) em comparação com NAC exclusiva, com perfil de segurança administrável e sem prejuízo à capacidade de se submeter à cistectomia radical. Análise exploratória apresentada no ASCO GU 2025 mostra que pacientes que receberam durvalumabe perioperatório tiveram redução de 33% no risco de desenvolver metástases distantes ou morte e redução de 31% no risco de morte por câncer de bexiga. “O estudo suporta durvalumabe e quimioterapia neoadjuvante como potencial nova opção para os pacientes com MIBC elegíveis a cistectomia radical", observa Marcus Sadi (foto), chefe do setor de uro-oncologia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

 

O inibidor de PD-1 cemiplimabe é aprovado para pacientes com carcinoma espinocelular cutâneo localmente avançado ou metastático. No ASCO GU 2025, resultados do estudo de Fase II  EPIC-A apresentados pelo oncologista Amit Bahl (foto) apoiam o tratamento com cemiplimabe e quimioterapia baseada em cisplatina como opção de primeira linha em pacientes com câncer peniano localmente avançado/metastático. Em 12 semanas, a taxa de benefício clínico foi de 62,1%, cumprindo o principal desfecho do estudo, e a  taxa de resposta objetiva (ORR) alcançou 51,7%.

Destacado em sessão oral no ASCO GU 2025, o estudo COTRIMS avaliou a eficácia da linfadenectomia retroperitoneal primária (RPLND) sem quimioterapia adjuvante em seminomas com estágio clínico IIA/B. Os resultados apresentados por Axel Heidenreich (foto), chefe do Departamento de Urologia do Hospital Universitário de Cologne, mostram que RPLND resulta em altas taxas de cura associadas à baixa frequência de complicações e deve ser incluída nas opções de tratamento. O estudo também sugere que o biomarcador miR371 é sensível para prever a presença de metástases.

O estudo CheckMate 214 estabeleceu nivolumabe e ipilimumabe (NIVO+IPI) como regime padrão de primeira linha no carcinoma de células renais (RCC) avançado, com sobrevida superior e resposta durável versus sunitinibe (SUN). Estudos anteriores mostraram que altos níveis de KIM-1 circulante estão associados a pior prognóstico, enquanto a redução nos níveis de KIM-1 está associada ao benefício da imunoterapia adjuvante. Análise post-hoc apresentada no ASCO GU 2025 por Wenxin Xu (foto), do Dana-Farber Cancer Institute e da Harvard Medical School, mostrou que KIM-1 pode ser um biomarcador minimamente invasivo para monitorar pacientes em imunoterapia.

No estudo de fase III CheckMate 9ER,  a combinação de nivolumabe e cabozantinibe (N+C) mostrou benefício significativo versus sunitinibe (S) na sobrevida livre de progressão, sobrevida global e taxa de resposta de pacientes com carcinoma renal avançado sem tratamento prévio (N Engl J Med 2021). No ASCO GU 2025, Robert Motzer, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, apresentou resultados finais com acompanhamento de longo prazo (>5 anos), demonstrando que a combinação de N+C continua a favorecer todos os desfechos de eficácia, sem novos sinais de segurança. O estudo tem participação brasileira, do oncologista Carlos Barrios (foto).