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Coberturas Especiais

Revisão sistemática e meta-análise apresentada no ASCO GU 2025 pelo urologista Gustavo Franco Carvalhal (foto) buscou avaliar a incidência de insuficiência renal aguda (IRA) em pacientes com câncer de próstata em terapia de privação de andrógeno (ADT). Os resultados mostram que a ADT foi associada a um risco aumentado de IRA, enquanto nenhuma associação estatística foi encontrada entre o uso de agonistas de GnRH e IRA. A orquiectomia apresentou menor risco de comprometimento renal comparada aos agonistas de GnRH.

Análise secundária do estudo de Fase III VISION apresentada no ASCO GU 2025 comparou a eficácia e a segurança do radioligante 177Lu-PSMA-617 em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm) tratados com versus sem inibidores da via do receptor de andrógeno (ARPIs) concomitante. Os resultados indicam que a sobrevida global (SG) foi significativamente diferente em pacientes tratados com ARPIs concomitante vs aqueles sem, enquanto outros desfechos de eficácia não diferiram. “Esses achados devem ser considerados como geradores de hipóteses e uma análise multivariada foi planejada para verificar a influência de potenciais vieses, como a exposição variada a ARPIs e características diferentes dos pacientes”, analisam os pesquisadores.

Estudo selecionado como Late Breaking Abstract (LBA138) no ASCO GU 2025 demonstrou que a associação de mevrometostat (M), um potente inibidor do zeste homólogo 2, com enzalutamida (E), conferiu resultados superiores em comparação com enzalutamida isolada em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (CPRCm), com um perfil de eventos adversos ​​manejável. Apresentados em sessão Rapid Oral, os resultados indicam que na combinação M+E, mevrometostat 875 mg com alimentos tem exposição plasmática semelhante a M 1250 mg com estômago vazio.

Avanços na triagem e tratamento do câncer de próstata estão entre os destaques do Simpósio de Cânceres Geniturinários da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO GU) de 2025, que acontece de 13 a 15 de fevereiro em São Francisco, Califórnia. O encontro é o único evento global multidisciplinar para novos dados de alto impacto sobre a pesquisa, diagnóstico e tratamento de malignidades GU, incluindo câncer de bexiga e urotelial, câncer de próstata, testículos, câncer renal e tumores de glândulas adrenais.

O simpósio ASCO GI 2025 apresentou a análise primária da taxa de resposta objetiva (ORR) do ensaio global de fase 3 BREAKWATER que avalia encorafenibe mais cetuximabe com ou sem quimioterapia no câncer colorretal metastático em pacientes com mutação BRAF V600E, além da primeira análise intermediária de sobrevida global. O estudo atingiu seu principal endpoint primário, com ORR de 60,9% versus 40,0% com o padrão de tratamento de primeira linha, projetando esse regime como potencial opção para essa população de pacientes. Virgilio Souza (foto), oncologista do A.C.Camargo Cancer Center, analisa os resultados. 

O estudo CheckMate 8HW atingiu seu desfecho primário de sobrevida livre de progressão (SLP) com nivolumabe + ipilimumabe (NIVO + IPI) versus quimioterapia (QT), demonstrando SLP superior com a combinação em pacientes com câncer colorretal metastático (mCRC) com instabilidade de microssatélite e deficiência de reparo de incompatibilidade (MSI-H/dMMR) no cenário de primeira linha (HR 0,21; P < 0,0001). "Os resultados promissores apresentados no ASCO GI 2025 apontam para esta combinação como uma opção de tratamento potencial para CCR metastático em regime de primeira linha, e não apenas como tratamento de resgate, como aprovado atualmente", observa o oncologista André Murad (foto). 

BESPOKE CRC, um estudo multicêntrico, prospectivo e observacional, investigou a utilidade clínica do DNA tumoral circulante (ctDNA) para detectar a recorrência precoce baseada em doença residual molecular (MRD) em pacientes com câncer colorretal ressecado cirurgicamente. “A positividade do ctDNA foi altamente prognóstica de sobrevida livre de doença em um subgrupo de pacientes com estágios II-III. Nossos resultados destacam o valor potencial da detecção de MRD baseada em ctDNA para a tomada de decisão de tratamento”, disse Purvi K. Shah, do Virginia Cancer Institute, que apresentou o trabalho no ASCO GI 2025.

Uma nova pesquisa do CALGB/SWOG mostra que adicionar celecoxib à quimioterapia FOLFOX melhora a sobrevida livre de doença em pacientes com câncer de cólon em estágio III que testaram positivo para DNA tumoral circulante (ctDNA) após a cirurgia. O estudo é um dos destaques do Simpósio de Cânceres Gastrointestinais da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2025, realizado de 23 a 25 de janeiro em São Francisco, Califórnia. O primeiro autor do estudo é o patologista Jonathan Andrew Nowak (foto), do Brigham and Women’s Hospital e do Dana-Farber Cancer Institute.

De acordo com um dos primeiros estudos randomizados baseados em biomarcadores de pacientes com CCR não metastático, tomar 160 mg de aspirina diariamente após o término do tratamento reduz o risco de recorrência em indivíduos que abrigam mutação PI3K. O oncologista Rivadávio Oliveira (foto), do Hospital do Câncer de Londrina, comenta os resultados.

Análise combinada de dois grandes ensaios de fase II (CAO/ARO/AIO-12 e OPRA) apresentada no ASCO GI 2025 comparou os resultados de sobrevida de pacientes com câncer retal localmente avançado (LARC) tratados com terapia neoadjuvante total (TNT), excisão mesorretal total (TME) ou watch and wait seletivo estratificado pela resposta do tumor. "Apesar da qualidade dos dados oriundos de estudos prospectivos randomizados, a comparação feita aqui é no mínimo duvidosa e deve ser analisada com muito cuidado", avalia o cirurgião colorretal Rodrigo Perez (foto).

A adição do agente experimental pamrevlumab à quimioterapia não promoveu toxicidade adicional, mas não teve impacto nos resultados de sobrevida de pacientes com câncer pancreático localmente avançado e irressecável, de acordo com os resultados do estudo LAPIS, apresentados por Vincent Picozzi (foto) no ASCO GI 2025. “Os achados do LAPIS fornecem insights valiosos sobre os desafios do tratamento do câncer pancreático localmente avançado. As inovações e os desfechos utilizados podem influenciar o desenho de futuras pesquisas”, declarou Picozzi, oncologista clínico da Virginia Mason Franciscan Health.