Biópsia líquida e resposta a inibidores de checkpoint
Estudo publicado dia 02 de outubro na Clinical Cancer Research mostrou que variantes de significância desconhecida (VUS) foram capazes de predizer taxa de resposta, sobrevida livre de progressão e sobrevida global aos inibidores de checkpoint imune, em testes feitos a partir de biópsia líquida (ctDNA). Khagi e colegas avaliaram amostras de 69 pacientes com diversos tipos de câncer tratados com inibidores de checkpoint imune. A biópsia líquida foi analisada por um painel multigênico (54-70 genes) por sequenciamento de próxima geração (NGS).
O International Tabacco Control (ITC), projeto que avalia políticas de controle do tabaco em 28 países, anunciou os resultados de estudo inédito sobre o controle do tabagismo no Brasil. Essa é a terceira edição da pesquisa e considerou uma amostra de 1358 fumantes e 470 não-fumantes, no período de 2009 a 2016/17. Os dados foram apresentados durante o congresso INCA 80 anos e mostram que 49% dos fumantes brasileiros planejam deixar de fumar nos próximos seis meses.
A 59ª edição da ASTRO, encontro anual da sociedade americana de radio-oncologia, destacou pelo menos três estudos do programa científico, pelo valor da evidência. O estudo de fase III que confirma a irradiação pélvica adjuvante como padrão no câncer endometrial de alto risco em fase inicial foi um dos highlights da edição deste ano.
A chamada proteína SPOP é frequentemente mutada no câncer de próstata e três novos estudos se dispuseram a ampliar a compreensão das mutações SPOP e sua relação com as proteínas oncogênicas BET (bromodomain and extraterminal). Os achados estão em artigo publicado em setembro na Nature Review e fornecem novo racional para orientar o tratamento no câncer de próstata. Zhang et al. e Dai et al. identificaram que as mutações SPOP não conseguiram interagir e degradar as proteínas BET, levando ao acúmulo desses proto-oncogenes e ao consequente efeito tumorigênico.
Artigo de pesquisadores australianos publicado no British Journal of Cancer (BJC) discute como exames de sangue de rotina e marcadores disponíveis podem prever resposta e toxicidade aos inibidores de checkpoint imune. Os autores apontam o reduzido número de pesquisas de rotina avaliando amostras de sangue e potenciais marcadores preditores de resposta ou de toxicidades no tratamento com anti-PD-1 / PD-L1.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou no dia 14 de setembro o Mvasi (bevacizumabe-awwb, fabricado pela Amgen) como biossimilar ao Avastin® (bevacizumabe, da Roche/Genentech) para o tratamento de múltiplos tipos de câncer. Mvasi é o primeiro biossimilar aprovado nos EUA para uso na oncologia.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou um guideline com as melhores práticas para a comunicação adequada de oncologistas com pacientes e cuidadores. O oncologista Ricardo Caponero (foto), coordenador do Centro avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta as diretrizes.
O estudo PROSPER, que avaliou enzalutamida associada à terapia de privação androgênica (ADT) no câncer de próstata resistente à castração não-metastático (CPRC), atingiu seu objetivo primário de sobrevida livre de metástases (SLM), desfecho que considerou o tempo até a detecção radiográfica de progressão metastática. O anúncio foi feito hoje, 14 de setembro, pela Pfizer e Astellas.
Um novo estudo do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos (NCI) identificou uma prevalência de câncer maior que a esperada na triagem de indivíduos com Síndrome de Li-Fraumeni (SLF), uma desordem hereditária rara que leva a um risco maior de desenvolver certos tipos de câncer. A pesquisa conduzida por Sharon A. Savage, da Divisão de Epidemiologia do Câncer e Genética do NCI, foi publicada com metanálise no JAMA Oncology. “Este foi o primeiro estudo sobre rastreamento a ser realizado com um grande número de pacientes LFS, confirmando a viabilidade do protocolo de Toronto para esta população de alto risco”, afirma a oncogeneticista Maria Isabel Achatz (foto), que atualmente integra a equipe do NCI.
Mais de 250 especialistas estiveram reunidos entre os dias 17 e 19 de agosto, no Rio de Janeiro, durante o II Simpósio Internacional do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG). A apresentação do primeiro Consenso Brasileiro de Tumores Neuroendócrinos esteve entre os destaques do encontro. “Adaptamos muitas recomendações para o cenário brasileiro, considerando que 80% da população do país realiza o tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS)”, explica a oncologista Rachel P. Riechelmann (foto), diretora científica do GTG e primeira autora do trabalho.
O FDA aprovou a primeira terapia gênica de CAR T-cells para o tratamento de pacientes com até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B refratária ou recidivada. O tisagenlecleucel (Kymriah®, Novartis) inaugura uma nova abordagem para o tratamento do câncer. “Sem dúvida é uma terapia revolucionária, que pode ser considerada a combinação da terapia gênica com terapia celular e imunoterapia. A aprovação é a primeira de uma série. Vários compostos com o mesmo princípio serão aprovados no futuro próximo para diversas indicações”, afirma o onco-hematologista Jacques Tabacof (foto), coordenador geral de oncologia e hematologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e médico do Centro Paulista de Oncologia. A decisão foi baseada nos dados do estudo pivotal de fase II ELIANA1.