Diretiva de vontade e cuidados de final de vida
Diferentes iniciativas buscam iluminar um tema que desafia a realidade da oncologia. Afinal, como prover cuidados de final de vida, de forma planejada e de acordo com a vontade expressa pelo paciente? Editorial do Journal of Oncology Practice1 publicado 28 de agosto discute avanços e limitações para implementar as diretivas de vontade do paciente de câncer na terminalidade da vida. Quem comenta é o especialista Luis Fernando Rodrigues (foto), médico da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Câncer de Barretos.
A ocorrência de reações infusionais (RIs) a terapias sistêmicas antineoplásicas está entre as muitas preocupações que envolvem o tratamento oncológico, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. A ESMO atualizou recentemente suas diretrizes de condutas para o manejo de RIs na terapia sistêmica. Muitos tratamentos empregados na linha de cuidados em câncer têm risco de reações de infusão e a incidência pode aumentar quando diferentes agentes são administrados concomitantemente. A nova diretriz fornece ferramentas para avaliar o risco de RIs, reconhecer os primeiros sinais e sintomas, além de incluir recomendações sobre como gerenciá-las. A oncologista Ana Lucia Coradazzi (foto), médica do Centro Avançado de Terapias de Suporte e Medicina Integrativa (CATSMI) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta para o Onconews.
Principal causa de morte evitável, o tabagismo é uma preocupação global e anualmente responde direta ou indiretamente por cerca de 6 milhões de mortes, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a redução do consumo registrada em décadas passadas está relacionada a ações regulatórias, como a proibição de propaganda, promoção e patrocínio de cigarros, além da proibição do fumo em ambientes fechados. Essa tendência se mantém hoje? Quem responde é a pesquisadora Silvana Rubano Turci (foto), coordenadora do Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco, projeto vinculado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O estudo de fase III ALCYONE, que avalia daratumumabe em combinação com bortezomibe, melfalano e prednisona (VMP) no tratamento de primeira linha de pacientes com mieloma múltiplo, alcançou o desfecho primário. É o que mostram os resultados da análise interina pré-planejada, avaliados por um comitê independente.
O estudo KEYNOTE-006 apresentou os resultados finais da análise de sobrevida global de pembrolizumabe versus ipilimumabe em pacientes com melanoma avançado. Os dados finais foram publicados no Lancet e sustentam os resultados de análises intermediárias, mostrando o impacto de pembrolizumabe na sobrevida, com benefício superior ao obtido com ipilimumabe, independentemente da dosagem do anti PD-1. As conclusões reforçam o uso de pembrolizumabe como padrão de cuidados no melanoma avançado.
Estudo publicado na edição de agosto do Journal of Clinical Oncology sugere que a sobrevida livre de metástases (do inglês, MFS - metastasis-free survival) pode ser um "surrogate endpoint" que permitiria acelerar os testes de novas terapias adjuvantes para pacientes tratados com câncer de próstata localizado, mas em risco de recidiva intermediário a alto. Os resultados revelam que a MFS foi um forte preditor da sobrevida global (SG) dos pacientes, padrão comumente utilizado na avaliação de uma terapia adjuvante.
Publicado na edição de agosto do Lancet Oncology, o estudo OE05, randomizado, aberto, de fase III, demonstrou que em pacientes com adenocarcinoma esofágico, a quimioterapia neoadjuvante com quatro ciclos de epirrubicina, cisplatina e capecitabina (ECX) não confere benefício de sobrevida em comparação com o regime padrão atual de dois ciclos de cisplatina e fluorouracil (FC). A oncologista Renata D’Alpino Peixoto (foto), médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.
Publicado na Scientific Reports, estudo multicêntrico liderado por pesquisadores brasileiros avaliou a formação de padrões espaciais numa placa de cultura coabitada por células normais e células de melanoma. O artigo apresenta um modelo matemático que auxilia na descrição e na previsão da dinâmica de ocupação das placas de cultura celular analisadas em laboratório e representa um passo rumo à elaboração de critérios quantitativos de análise de imagens de pele e sua utilização em modelos preditivos do desenvolvimento de melanomas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no Brasil o registro do inibidor de tirosina quinase nintedanibe (OFEV®, Boehringer Ingelheim) para para tratamento de adenocarcinoma de pulmão em combinação com docetaxel após primeira linha de quimioterapia baseada em platina. O medicamento já era registrado no país para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática. A nova indicação tem como base os resultados do estudo de fase III LUME-Lung 1.
Publicado na edição de agosto do Lancet, o estudo UK IMPORT LOW demonstrou não inferioridade em relação à recidiva local da irradiação parcial da mama com a mesma dose e fracionamento utilizados em toda a mama em pacientes com câncer de mama inicial.
O oncologista brasileiro Alessandro Leal é um dos autores de estudo publicado na Science Translational Medicine, que mostrou o potencial da biópsia líquida para a detecção precoce do câncer em quase 200 amostras de sangue, de modo independente do tecido tumoral. O estudo utilizou um método chamado de targeted error correction sequencing (TEC-Seq), desenvolvido por pesquisadores do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, e demonstrou a viabilidade de detectar DNA circulante livre de célula, no plasma, em pacientes com tumores em estágios iniciais ainda não tratados, sugerindo seu potencial para o rastreamento do câncer e intervenções em fases mais precoces.