Estudo brasileiro avalia cirurgia conservadora no câncer cervical
O cirurgião oncológico Glauco Baiocchi (foto), diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do A.C.Camargo Cancer Center e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG) é o primeiro autor de um estudo publicado na edição de julho da Ginecology Oncology. O trabalho, que foi tema de editorial da edição, analisou 345 mulheres com câncer cervical de estágio Ia2 a Ib2 que foram submetidas à cirurgia radical entre janeiro de 1990 e outubro de 2016 e sugere que pacientes com características patológicas favoráveis apresentam baixo risco de invasão parametrial (PI) e podem se beneficiar de uma cirurgia menos radical.
Estudo publicado no Lancet Oncology1 considerou os resultados da análise molecular de quase 6 mil tumores sólidos, abrangendo 19 tipos de câncer do Cancer Genome Atlas, para avaliar como pequenas inserções e deleções afetam os genes e a resposta ao tratamento com inibidores de checkpoint. As chamadas indels (da sigla em inglês de small insertion or deletion) representam de 16 a 25% de todos os polimorfismos do genoma humano2 e os resultados do estudo abrem novo caminho para predizer a resposta à imuno-oncologia no câncer renal.
Pacientes com câncer frequentemente usam suplementos de ervas e medicamentos concomitantemente com agentes antineoplásicos. Um estudo prospectivo publicado no Journal of Oncology Practice buscou determinar potenciais interações medicamentosas (DDIs) e interações entre medicamentos oncológicos e suplementos de ervas (IDHs), e mostrou que as interações foram frequentes no subgrupo de pacientes pesquisados.
Além do tabaco, os fatores dietéticos podem desempenhar um papel na carcinogênese do câncer de pulmão. Um estudo publicado no Journal of Clinical Oncology sugere que a ingestão total de gordura e, especialmente, a ingestão de gordura saturada podem aumentar o risco de desenvolver câncer de pulmão. "Este é mais um estudo que ilustra a importância da dieta na prevenção do câncer", afirma o oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto), diretor-geral do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, da Beneficência Portuguesa de São Paulo, e membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
O Hospital de Câncer de Barretos inaugurou dia 18 de julho, em Campinas, um centro de rastreamento oncológico preparado para realizar exames preventivos de mama, colo do útero, pele, boca, intestino e pulmão. "No início serão atendidas cerca de 300 mulheres por dia. Quando estivermos operando com a capacidade total, esse número deve subir para 600 pessoas/dia, entre homens e mulheres", afirma Raphael Luiz Haikel Junior, diretor médico responsável pelas unidades de prevenção da instituição.
A oncologia clínica e a cirurgia oncológica, antes consideradas como áreas da cancerologia, finalmente foram reconhecidas como especialidades médicas no Brasil. A
Embora o papel da quimioterapia adjuvante para pacientes com câncer de mama inicial tenha sido claramente estabelecido (EBCTCG, 2005)1, questões clínicas importantes permanecem sem resposta. O British Journal of Cancer discutiu em editorial2 os primeiros resultados do estudo de fase III do Grupo de Pesquisa de Oncologia Helênica (HORG)3, publicados no mesmo periódico, comparando administração sequencial versus concomitante de antraciclina e taxano em pacientes com câncer de mama de alto risco com nódulos negativos.
Não há diferenças significativas na mortalidade entre homens submetidos à cirurgia para câncer de próstata localizado e aqueles que foram acompanhados apenas com observação. Os dados são de artigo publicado no New England Journal of Medicine e reportam quase 20 anos de seguimento. Entre novembro de 1994 e janeiro de 2002, 731 pacientes com câncer de próstata localizado foram randomizados 1:1 para a prostatectomia ou observação. O desfecho primário foi a mortalidade por todas as causas e o principal desfecho secundário foi a mortalidade por câncer de próstata.
Editorial do Lancet Oncology de julho (vol.17, nº 7) discute uma decisão inédita da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA), que em 23 de maio concedeu aprovação acelerada para pembrolizumabe no tratamento de adultos e crianças com tumores sólidos não ressecáveis ou metastáticos com alta instabilidade de microssatélites (MSI-H) ou deficiência de reparo de DNA (dMMR). No esteio desta decisão, sem precedentes por parte de qualquer outra agência reguladora mundial, questões importantes continuam à espera de respostas.
A nova era da oncologia personalizada trouxe uma série de novos agentes antineoplásicos orais. No entanto, essa mudança de paradigma exige que os prescritores tenham muito mais conhecimento sobre a absorção e metabolismo dessas drogas e do seu elevado potencial para interações medicamentosas. O alerta vem de estudo publicado no JAMA Oncology, que mostra que a maioria dos antineoplásicos orais aprovados desde 2010 está associada a múltiplas e clinicamente importantes interações medicamentosas (DDIs).