Novas terapias e risco cardiovascular no Linfoma de Hodgkin
Os avanços no tratamento melhoraram a sobrevida de indivíduos com linfoma de Hodgkin (LH), mas as terapias podem aumentar significativamente o risco de problemas cardíacos. É o que aponta estudo publicado 25 de julho na Cancer, revelando que as pessoas com LH em estágio inicial estão agora em maior risco de morrer de doenças cardiovasculares do que de câncer. A cardio-oncologista Marina Bond (foto) comenta os resultados.
A Food and Drug Administration (FDA) concedeu revisão prioritária ao anticorpo droga-conjugado trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo/Astrazeneca) para o tratamento de pacientes com câncer de mama irressecável ou metastático HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2 +/hibridização in situ [ISH]-negativo) que receberam uma terapia prévia no cenário metastático. A decisão tem como base os resultados do estudo de fase 3 DESTINY-Breast04, apresentado em sessão plenária no ASCO 2022 e publicado simultaneamente na New England Journal of Medicine1.
Estudo que avaliou o benefício da terapia endócrina a longo prazo (20 anos) em pacientes com câncer de mama na pré-menopausa reportou os resultados no Journal of Clinical Oncology, em artigo de Johansson et al. A análise demonstra benefício a longo prazo de 2 anos de terapia endócrina adjuvante em pacientes pré-menopáusicas ER-positivas e sugere benefício duradouro do tamoxifeno em pacientes com genômica de baixo risco, com risco de recorrência a longo prazo, enquanto naqueles com genômica de alto risco, que têm risco precoce de recorrência, o benefício foi maior com goserrelina.
Pesquisadores do Vanderbilt University Medical Center identificaram um novo alvo com potencial na luta contra o câncer colorretal. A proteína SMAD4 faz parte da via de sinalização do fator de crescimento transformador beta (TGF-beta), responsável por regular a resposta imune/inflamatória à infecção nas células epiteliais que revestem o cólon. Estudo de Hanna et al. publicado em julho na Gastroenterology mostra que uma proteína/quimiocina de sinalização celular chamada CCL20 e seu receptor, CCR6, são essenciais para o crescimento de tumores colorretais após a perda da proteína supressora de tumor SMAD4.
Estudo de coorte de base populacional que envolveu 2,3 milhões de indivíduos com transtorno do espectro do autismo (TEA) mostrou risco aumentado de câncer entre indivíduos com TEA até os 30 anos, em comparação com indivíduos sem TEA. Os autores concluem que o TEA per se não está associado a um risco aumentado de câncer no início da vida e que o aumento de risco observado é provavelmente associado a condições congênitas concomitantes.
Fernando Abrão, Vinicius Silva e Riad Younes são coautores de estudo que buscou avaliar os fatores prognósticos relacionados a sobrevida global em pacientes com adenocarcinoma de pulmão estágio I diagnosticados no estado de São Paulo. Os resultados foram publicados no Lancet Oncology.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou uma nova indicação para o inibidor de PARP olaparibe (Lynparza®, Astrazeneca), agora como tratamento adjuvante em pacientes com câncer de mama HER2-negativo em estágio inicial com mutações germinativas BRCA1 e BRCA2 e alto risco de recorrência. A decisão foi publicada dia 18 de julho no Diário Oficial da União (DOU nº 134)1 e é baseada nos resultados do estudo randomizado de fase 3 OlympiA2.
A Comissão Europeia (CE) aprovou o uso de trastuzumabe deruxtecana (Enhertu®, Daiichi Sankyo/AstraZeneca) como monoterapia para o tratamento de pacientes com câncer de mama HER2-positivo irressecável ou metastático que receberam um ou mais regimes anti-HER2 anteriores. A aprovação é baseada nos resultados do estudo fase 3 DESTINY-Breast03, que demonstrou que o anticorpo conjugado à droga conferiu uma redução de 72% no risco de progressão da doença ou morte em comparação com trastuzumabe emtansina.
Revisão sistemática que considerou as evidências atuais sobre os perfis de toxicidade para inibidores de tirosina quinase (TKIs) e inibidores de checkpoint imune (ICIs) em pacientes com carcinoma hepatocelular (CHC) publicou resultados no Jama Network Open, em artigo de Griffiths et al., com dados que indicam perfil de segurança mais favorável para ICI nesse cenário terapêutico. O oncologista Duílio Rocha Filho (foto) comenta os principais achados e limitações do estudo.
Estudo que comparou complicações pós-operatórias, sobrevida a longo prazo e qualidade de vida (QV) após cirurgia laparoscópica de navegação do linfonodo sentinela (LSNNS) e gastrectomia padrão laparoscópica (LSG) apresentou resultados na edição de julho do Journal of Clinical Oncology, em artigo de Kim et al.
Qual é o regime de tratamento neoadjuvante ideal para pacientes com câncer de pâncreas boderline ressecável? Estudo de Katz e colegas do MD Anderson Cancer Center publicado no JAMA Oncology demonstrou que a quimioterapia combinada com FOLFIRINOX modificado (mFOLFIRINOX) neoadjuvante aumentou a sobrevida em relação aos dados históricos, com taxa de sobrevida global favorável em comparação com mFOLFIRINOX mais radioterapia hipofracionada nessa população de pacientes. O cirurgião oncológico Felipe Coimbra (foto), diretor do Departamento de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Cancer Center, analisa os resultados.