Padrões de alto grau no adenocarcinoma pulmonar
Estudo que avaliou o impacto do descritor pT combinado com a presença de componentes de alto grau em adenocarcinomas pulmonares em estágio inicial revelou que tumores pT1 com componentes de alto grau têm prognóstico semelhante aos tumores pT2a. Os resultados foram publicados na Lung Cancer e demonstram que os padrões micropapilar e sólido confirmam seu efeito prejudicial na sobrevida global e livre de doença.
Componentes específicos das células imunes no microambiente tumoral podem afetar a durabilidade da resposta à terapia CAR T cell dirigida ao antígeno BCMA, responsável pelo desenvolvimento das células B. A conclusão é de estudo destacado no programa científico do encontro anual da Sociedade Internacional de Mieloma e publicado simultaneamente na Blood Cancer Discovery, da Associação Americana para Pesquisa do Câncer (AACR).
Em 2019, 44,4% das mortes por câncer em todo o mundo foram atribuíveis a fatores de risco potencialmente modificáveis, como tabagismo, consumo de álcool e obesidade. Os resultados são de estudo publicado no Lancet que buscou compreender a magnitude da carga do câncer evitável para informar os esforços de planejamento de controle do câncer globalmente e contribuir com o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção.
Embora a carga global do câncer esteja em queda nos países de baixa e média renda (LMIC, da sigla em inglês), grande parte das evidências para prevenção e controle do câncer vem de países desenvolvidos e pode não ser diretamente aplicável a cenários de limitada disponibilidade de recursos. É o que sustenta artigo publicado no JCO Global Oncology, que aponta caminhos para transportar a base de evidências a diferentes contextos socioeconômicos.
Tanto a terapia EP (etoposídeo mais cisplatina) quanto o regime IP (irinotecano mais cisplatina) permanecem como padrão de quimioterapia de primeira linha em pacientes com carcinoma neuroendócrino avançado do sistema digestivo. É o que apontam resultados de estudo randomizado que comparou dados de sobrevida global (SG) das duas opções de tratamento, demonstrando mediana de SG de 12, 5 meses no braço EP e de 10,9 meses entre os que receberam IP.
Pesquisadores da Universidade de Manchester e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center reportaram na Nature Cancer resultados de um novo exame de sangue para detectar, caracterizar e monitorar o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC), a forma mais agressiva de câncer de pulmão.
Estudo chinês, de pesquisadores da escola médica da universidade Shanghai Jiao Tong, avaliou a associação entre o uso de cannabis e tumores urológicos. Os resultados foram reportados na Cancer Medicine e mostram que o uso de cannabis foi associado a um menor risco de câncer de bexiga, carcinoma de células renais e câncer de próstata. A associação inversa entre cannabis e carcinoma de células renais e câncer de bexiga foi encontrada apenas em mulheres, mas não em homens.
O câncer de mama lobular invasivo (CLI) é o segundo tipo de câncer de mama mais diagnosticado em mulheres, depois do câncer de mama invasivo sem tipo especial (NST). Artigo de revisão de Van Baelen et al. publicado no Annals of Oncology mostra que o CLI tem características patológicas e biológicas próprias, com diferenças importantes em relação ao NST quanto ao diagnóstico, resposta ao tratamento e resistência a terapias-alvo.
Estudo de fase II que buscou determinar a taxa de preservação de órgãos e os resultados de pacientes com câncer de reto em estágio inicial tratados com quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia de excisão transanal (TES) mostrou que três meses de quimioterapia de indução podem permitir a cirurgia de preservação de órgãos bem tolerada nessa população de pacientes. Os resultados foram publicados 18 de agosto no Journal of Clinical Oncology (JCO).
Gustavo Viani (foto), professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, é primeiro autor de estudo publicado no Lancet Regional Health – Americas que buscou avaliar se a radioterapia estereotática corporal é uma estratégia mais custo-efetiva no sistema público de saúde brasileiro do que a radioterapia fracionada convencional para o tratamento do câncer de pulmão de células não pequenas estágio I não ressecável.