De-escalonamento no seminoma estágio IIA ou IIB
As atuais opções de tratamento padrão para pacientes com seminoma em estágio IIA ou estágio IIB resultam em taxas de sobrevida livre de progressão em 3 anos de pelo menos 90%, mas apresentam riscos de efeitos tóxicos agudos e tardios, incluindo malignidades secundárias. Estudo reportado no Lancet Oncology avaliou uma nova abordagem combinando o de-escalonamento tanto da quimioterapia quanto da radioterapia e sugere que essa pode ser uma estratégia viável para reduzir a toxicidade, preservando a eficácia do tratamento nessa população de pacientes. O oncologista Flavio Mavignier Carcano (foto) analisa os resultados.
Com o objetivo de melhorar o acesso à assistência oncológica de qualidade, a Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO®) reflete sobre o custo do câncer e modelos inovadores, com foco em países de baixa e média renda (LMICs, da sigla em inglês). A iniciativa marca a realização do World Cancer Congress, de 18 a 20 de outubro, em Genebra, e é objeto de uma série especial do JCO Global Oncology, que tem como editor-chefe o brasileiro Gilberto Lopes (foto). Entre os destaques, a importância de integrar cuidados paliativos na prática oncológica padrão, assim como o esforço de garantir o fornecimento de medicamentos essenciais para todos os pacientes, independentemente da configuração de recursos.
O sarcoma de partes moles é um efeito colateral raro, mas grave, da radioterapia para tratar o câncer de mama e as taxas estão aumentando nos EUA. Artigo de Veiga et al. publicado no Lancet Oncology apresenta resultados da análise de duas coortes de sobreviventes de câncer de mama nos EUA, demonstrando que a radioterapia foi o fator de risco mais forte para sarcoma de partes moles torácicos em ambas as coortes avaliadas, enquanto o histórico de hipertensão e diabetes foi associado a um risco cinco vezes maior de angiossarcoma. A oncologista Carolina Cardoso (foto) comenta os resultados.
A psico-oncologista Cristiane Decat Bergerot (foto) é primeira autora de estudo que buscou avaliar o efeito de um programa de avaliação biopsicossocial nas internações hospitalares e no tempo de permanência no hospital em uma amostra heterogênea de pacientes diagnosticados com câncer, no período de março de 2020 a dezembro de 2021. O estudo foi selecionado para apresentação oral no 2022 ASCO Quality Care Symposium.1
Patrícia Alves Sbragi (foto), oncologista do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é autora de estudo que analisa como a composição da microbiota influencia tanto na prevenção do câncer de endométrio, quanto na obtenção de melhores resultados terapêuticos e de qualidade de vida durante o tratamento da doença.
A inflamação crônica pode desempenhar papel relevante no desenvolvimento de problemas cognitivos em sobreviventes de câncer de mama. É o que demonstra estudo longitudinal que avaliou a relação entre os níveis de proteína C reativa (PCR) e cognição nessa população de pacientes, sugerindo que o teste de PCR pode ser clinicamente útil nos cuidados de sobrevida.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do anti-PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®, Merck Sharp & Dohme - MSD) para o tratamento adjuvante de pacientes adultos e pediátricos (12 anos ou mais) com melanoma em estadios IIB ou IIC após ressecção completa. A decisão foi publicada dia 03 de outubro no Diário Oficial da União (DOU nº 188)1 e é baseada em dados da primeira análise interina do estudo de Fase 3 KEYNOTE-7162.
Estudo brasileiro publicado no periódico Cancer Medicine buscou desenvolver métodos preditivos de sobrevida para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado utilizando ferramentas de machine learning. O oncologista Mateus Trinconi Cunha (na foto, à esquerda), do ICESP, é o primeiro autor do trabalho, que conta com Gilberto de Castro Jr. como autor sênior.
Dificuldades financeiras no tratamento do câncer representam desafios crescentes para os pacientes, seus cuidadores e profissionais de saúde, com impacto na morbidade e mortalidade. Estudo publicado no JCO Oncology Practice descreve a associação entre dificuldades financeiras (DF) e sobrevida em uma coorte de pacientes nos EUA, além da prevalência de DF e seus preditores na rotina clínica.