Estudo de não-inferioridade compara irradiação parcial e irradiação total no câncer de mama de baixo risco
Com base no baixo risco de recorrência local em pacientes idosas com câncer de mama após cirurgia conservadora seguida de irradiação total da mama (WBI), o Grupo Dinamarquês de Câncer de Mama iniciou o estudo de não-inferioridade avaliando a irradiação parcial de mama com feixe externo (PBI). Os resultados reportados no Journal of Clinical Oncology por Offersen et al. mostram que PBI de feixe externo não foi inferior a WBI em termos de endurecimento mamário para pacientes com câncer de mama de baixo risco. A médica especialista em radioterapia Ligia Casão Arteaga (foto) comenta os resultados.
Estudo que avaliou o benefício clínico de novos medicamentos contra o câncer aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) entre 2003 e 2021 sugere que tanto a agência reguladora quanto a comunidade médica, pacientes e fontes pagadoras devem avaliar cautelosamente essas aprovações. “O benefício de sobrevida global e sobrevida livre de progressão associado a novos medicamentos contra o câncer é marginal”, conclui a análise de Michaeli et al. publicada 3 de agosto no Journal of Clinical Oncology.
A exposição prévia a análogos da talidomida, particularmente a lenalidomida, foi associada a um risco aumentado de neoplasias mieloides relacionadas à mutação TP53 (t-MNs), de acordo com estudo publicado na Blood. Sperling et al. avaliaram as características clínicas de 416 pacientes diagnosticados com t-MNs com base no esquema de classificação da Organização Mundial da Saúde de 2016 e a análise multivariada confirmou associação significativa entre mutações TP53 e a exposição prévia a análogos da talidomida (odds ratio [OR] = 3,14, IC 95% 1,60-6,18, p = 0,0009). O oncohematologista Angelo Maiolino (foto) comenta os principais achados.
A brasileira Patrícia Ashton-Prolla (foto) é autora sênior de estudo que buscou caracterizar a prevalência de variantes patogênicas de linhagem germinativa entre latino-americanos e hispânicos nos EUA submetidos a testes para câncer hereditário de mama e ovário (HBOC). Os resultados publicados no JCO Global Oncology destacam a importância do teste de painel multigênico em pacientes latino-americanos com diagnóstico recente ou histórico de câncer de mama ou ovário, grupo que pode se beneficiar de mudanças no manejo médico, incluindo terapias-alvo e cirurgias de redução de risco, além de ações de vigilância e prevenção que envolvem aconselhamento genético e testes em cascata para familiares em risco.
Samir Abdallah Hanna (foto), médico especialista em radioterapia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, é primeiro autor de estudo que buscou analisar a execução e implantação das instalações propostas pelo Plano de Expansão da Radioterapia para o Sistema Único de Saúde do Brasil (PER-SUS) e sua capacidade de enfrentamento dos problemas de acesso à radioterapia no Brasil. Os resultados publicados no periódico Lancet Regional Health – Americas demonstram que após dez anos, o projeto entregou cerca de 50% da implantação planejada de equipamentos de radioterapia. “Houve um crescimento de 17% no número nacional de aceleradores lineares (LINACS) com PER-SUS, contra um aumento de 32% na incidência de câncer no Brasil no mesmo período”, afirmam os autores.
O epidemiologista Leandro Fórnias Machado de Rezende (foto) é autor sênior de estudo publicado no periódico Scientific Reports, da Nature, que examina tendências temporais e epidemia de obesidade projetada em adultos brasileiros entre 2006 e 2030 por sexo, raça/cor da pele, escolaridade e capitais dos estados do país. “Nossos achados indicam um aumento sustentado da epidemia de obesidade em todos os subgrupos sociodemográficas e em todo o país. A obesidade pode atingir três em cada 10 adultos até 2030”, ressaltam os autores. José Matheus Estivaleti, do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-UNIFESP), é o primeiro autor do trabalho.
A exposição a longo prazo a partículas com menos de 2,5 μm de diâmetro (PM2·5) relacionado a incêndios florestais pode aumentar o risco de mortalidade por vários tipos de câncer. Os resultados são de estudo publicado no Lancet Oncology que buscou avaliar a associação entre PM2·5 relacionado a incêndios florestais e mortalidade por câncer no Brasil com base em registros de óbitos nacionais entre 2010 e 2016. O trabalho conta com a participação dos pesquisadores brasileiros Micheline Coêlho (foto) e Paulo Saldiva, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).
Qual a magnitude do benefício da metastasectomia em comparação com o tratamento sistêmico isolado em pacientes com carcinoma de células renais metastático (mRCC)? Estudo observacional publicado na edição de agosto da Clinical Genitourinary Cancer apoia o conceito da metastasectomia e sua associação com benefício de sobrevida global em pacientes com mRCC. “A metastasectomia é sempre uma alternativa a considerar nos casos em que uma ressecção completa é viável”, destaca o urologista Gustavo Franco Carvalhal (foto), chefe do serviço de Urologia da PUCRS e cirurgião robótico do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, que comenta os principais resultados.
O tratamento recomendado atualmente para o câncer de pulmão de pequenas células (CPPC) é a cirurgia no estágio I da doença. No entanto, meta-análise de Dierr et al. publicada em acesso aberto na Lung mostra benefício de sobrevida de pacientes submetidos à cirurgia para estágio I e II em comparação aos controles.
Estudo que reflete a maior análise já realizada até o momento sobre o uso de aspirina e câncer de ovário fornece evidências de que o uso frequente de aspirina está associado a menor risco de câncer de ovário, independentemente da presença de fatores de risco. Os resultados foram reportados no Journal of Clinical Oncology e fornecem a prova de princípio de que os programas de quimioprevenção com uso frequente de aspirina podem atingir subgrupos de maior risco. “É uma intervenção simples, de baixa toxicidade, e pode ser utilizada como estratégia de quimioprevenção em pacientes com alto risco de câncer de ovário”, analisa a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto).