Tratamento axilar após neoadjuvância (MARI study) e resultados de eventos adversos do estudo monarchE
No PODCAST ONCONEWS, Silvio Bromberg e Daniel Gimenes analisam os resultados de estudo publicado no periódico Breast Cancer Research and Treatment que avaliou o intervalo livre de recorrência axilar (aRFI) em três anos em pacientes com câncer de mama linfonodo clinicamente positivo (cN+) com tratamento axilar ajustado à resposta de acordo com o protocolo ‘Marking Axillary lymph nodes with Radioactive Iodine seeds’ (MARI). Nesta edição, os especialistas também discutem análise publicada no Annals of Oncology que traz os resultados relatados pelos pacientes e dados de segurança do estudo monarchE, que investiga abemaciclibe mais terapia endócrina como tratamento adjuvante no câncer de mama precoce RH-positivo, HER2-negativo, de alto risco. Ouça.
Novas descobertas estão transformando a dicotomia tradicional do status HER2 no câncer de mama, com potencial de promover uma verdadeira revolução. Revisão publicada na Frontiers in Molecular Biosciences destaca o assunto, lembrando que evidências recentes mostram que tumores com baixos níveis de expressão de HER2 (ou seja, IHC 1+ ou 2+ com ISH negativo), também chamados de câncer de mama HER2 "Low", alcançaram elevadas taxas de resposta após tratamentos com anticorpos droga conjugados, ampliando resultados de sobrevida (Iwata et al., 2018; Banerji et al., 2019; Schettini et al., 2021).
Drogas que visam o sistema endocanabinoide são de interesse como opções farmacológicas para combater o câncer e melhorar a qualidade de vida do paciente com câncer. A assertiva é de Hinz et al, em artigo de revisão na Nature que discute compostos canabinoides pesquisados com sucesso nas últimas décadas, em vários modelos pré-clínicos. A médica Paula Dall Stella (foto), pós-graduada em neuro-oncologia e pioneira na prescrição de canabinoides no Brasil, comenta os principais achados.
Artigo de Lozano-Lorca et al. na Prostate Cancer and Prostatic Diseases (2022) destaca o papel da dieta mediterrânea na prevenção do câncer de próstata, mostrando que o efeito anti-inflamatório é provavelmente o mecanismo envolvido.
Estudo publicado no Lancet Oncology (2022) avaliou o benefício do mapeamento cerebral com paciente acordado na abordagem de glioblastomas, com base na idade do paciente, morbidade neurológica pré-operatória e status de desempenho Karnofsky (KPS). “Os autores demostram que esta técnica pode ser usada por neurocirurgiões durante ressecções de glioblastomas em áreas eloquentes para aumentar a extensão da ressecção e diminuir possíveis déficits neurológicos”, diz Marcos Antonio Dellaretti Filho (foto), médico do Departamento de Neurocirurgia da Santa Casa de Belo Horizonte e do Hospital Mater Dei, que comenta os principais resultados.
O estudo de fase III ACHIEVE realizado no Japão foi um dos seis estudos prospectivos que exploraram se 3 meses de terapia adjuvante com fluorouracil, leucovorina e oxaliplatina (FOLFOX) ou capecitabina e oxaliplatina (CAPOX) é não inferior a 6 meses de tratamento em pacientes com câncer de cólon em estágio III curativamente ressecado. Agora, Yoshino et al. reportam análises finais de sobrevida e segurança, em artigo publicado online 5 de maio no Journal of Clinical Oncology (JCO). Os resultados de longo prazo mostram que, em pacientes asiáticos, encurtar a duração da terapia adjuvante de 6 para 3 meses não comprometeu a eficácia e reduziu a taxa de neuropatia periférica, demonstrando que CAPOX trimestral foi uma opção adequada. “O estudo reforça que 3 meses é seguro e menos tóxico para a maioria dos pacientes”, destaca Rachel Riechelmann (foto), diretora do Departamento de Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
Estudo randomizado de Fase 3 realizado em 70 instituições no Japão mostrou que a segmentectomia prolongou a sobrevida global em 5 anos comparada à lobectomia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio IA, sugerindo que a segmentectomia deve ser o procedimento cirúrgico padrão para essa população de pacientes. Os resultados foram publicados no Lancet por Saji H et al. e são tema de revisão de Jyoti D. Patel na New England Journal Watch.