Primeira terapia com CAR T-cells é aprovada pelo FDA
O FDA aprovou a primeira terapia gênica de CAR T-cells para o tratamento de pacientes com até 25 anos com leucemia linfoblástica aguda (LLA) de células B refratária ou recidivada. O tisagenlecleucel (Kymriah®, Novartis) inaugura uma nova abordagem para o tratamento do câncer. “Sem dúvida é uma terapia revolucionária, que pode ser considerada a combinação da terapia gênica com terapia celular e imunoterapia. A aprovação é a primeira de uma série. Vários compostos com o mesmo princípio serão aprovados no futuro próximo para diversas indicações”, afirma o onco-hematologista Jacques Tabacof (foto), coordenador geral de oncologia e hematologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e médico do Centro Paulista de Oncologia. A decisão foi baseada nos dados do estudo pivotal de fase II ELIANA1.
Diferentes iniciativas buscam iluminar um tema que desafia a realidade da oncologia. Afinal, como prover cuidados de final de vida, de forma planejada e de acordo com a vontade expressa pelo paciente? Editorial do Journal of Oncology Practice1 publicado 28 de agosto discute avanços e limitações para implementar as diretivas de vontade do paciente de câncer na terminalidade da vida. Quem comenta é o especialista Luis Fernando Rodrigues (foto), médico da Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Câncer de Barretos.
A ocorrência de reações infusionais (RIs) a terapias sistêmicas antineoplásicas está entre as muitas preocupações que envolvem o tratamento oncológico, tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. A ESMO atualizou recentemente suas diretrizes de condutas para o manejo de RIs na terapia sistêmica. Muitos tratamentos empregados na linha de cuidados em câncer têm risco de reações de infusão e a incidência pode aumentar quando diferentes agentes são administrados concomitantemente. A nova diretriz fornece ferramentas para avaliar o risco de RIs, reconhecer os primeiros sinais e sintomas, além de incluir recomendações sobre como gerenciá-las. A oncologista Ana Lucia Coradazzi (foto), médica do Centro Avançado de Terapias de Suporte e Medicina Integrativa (CATSMI) do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta para o Onconews.
Principal causa de morte evitável, o tabagismo é uma preocupação global e anualmente responde direta ou indiretamente por cerca de 6 milhões de mortes, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, a redução do consumo registrada em décadas passadas está relacionada a ações regulatórias, como a proibição de propaganda, promoção e patrocínio de cigarros, além da proibição do fumo em ambientes fechados. Essa tendência se mantém hoje? Quem responde é a pesquisadora Silvana Rubano Turci (foto), coordenadora do Observatório sobre as Estratégias da Indústria do Tabaco, projeto vinculado à Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O estudo de fase III ALCYONE, que avalia daratumumabe em combinação com bortezomibe, melfalano e prednisona (VMP) no tratamento de primeira linha de pacientes com mieloma múltiplo, alcançou o desfecho primário. É o que mostram os resultados da análise interina pré-planejada, avaliados por um comitê independente.
O estudo KEYNOTE-006 apresentou os resultados finais da análise de sobrevida global de pembrolizumabe versus ipilimumabe em pacientes com melanoma avançado. Os dados finais foram publicados no Lancet e sustentam os resultados de análises intermediárias, mostrando o impacto de pembrolizumabe na sobrevida, com benefício superior ao obtido com ipilimumabe, independentemente da dosagem do anti PD-1. As conclusões reforçam o uso de pembrolizumabe como padrão de cuidados no melanoma avançado.
Estudo publicado na edição de agosto do Journal of Clinical Oncology sugere que a sobrevida livre de metástases (do inglês, MFS - metastasis-free survival) pode ser um "surrogate endpoint" que permitiria acelerar os testes de novas terapias adjuvantes para pacientes tratados com câncer de próstata localizado, mas em risco de recidiva intermediário a alto. Os resultados revelam que a MFS foi um forte preditor da sobrevida global (SG) dos pacientes, padrão comumente utilizado na avaliação de uma terapia adjuvante.
Publicado na edição de agosto do Lancet Oncology, o estudo OE05, randomizado, aberto, de fase III, demonstrou que em pacientes com adenocarcinoma esofágico, a quimioterapia neoadjuvante com quatro ciclos de epirrubicina, cisplatina e capecitabina (ECX) não confere benefício de sobrevida em comparação com o regime padrão atual de dois ciclos de cisplatina e fluorouracil (FC). A oncologista Renata D’Alpino Peixoto (foto), médica do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.
Publicado na Scientific Reports, estudo multicêntrico liderado por pesquisadores brasileiros avaliou a formação de padrões espaciais numa placa de cultura coabitada por células normais e células de melanoma. O artigo apresenta um modelo matemático que auxilia na descrição e na previsão da dinâmica de ocupação das placas de cultura celular analisadas em laboratório e representa um passo rumo à elaboração de critérios quantitativos de análise de imagens de pele e sua utilização em modelos preditivos do desenvolvimento de melanomas.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no Brasil o registro do inibidor de tirosina quinase nintedanibe (OFEV®, Boehringer Ingelheim) para para tratamento de adenocarcinoma de pulmão em combinação com docetaxel após primeira linha de quimioterapia baseada em platina. O medicamento já era registrado no país para o tratamento da fibrose pulmonar idiopática. A nova indicação tem como base os resultados do estudo de fase III LUME-Lung 1.
Publicado na edição de agosto do Lancet, o estudo UK IMPORT LOW demonstrou não inferioridade em relação à recidiva local da irradiação parcial da mama com a mesma dose e fracionamento utilizados em toda a mama em pacientes com câncer de mama inicial.
O oncologista brasileiro Alessandro Leal é um dos autores de estudo publicado na Science Translational Medicine, que mostrou o potencial da biópsia líquida para a detecção precoce do câncer em quase 200 amostras de sangue, de modo independente do tecido tumoral. O estudo utilizou um método chamado de targeted error correction sequencing (TEC-Seq), desenvolvido por pesquisadores do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, e demonstrou a viabilidade de detectar DNA circulante livre de célula, no plasma, em pacientes com tumores em estágios iniciais ainda não tratados, sugerindo seu potencial para o rastreamento do câncer e intervenções em fases mais precoces.
Mathias Uhlén, professor de microbiologia do Royal Institute of Technology da Suécia, é o primeiro autor de um novo atlas que mapeou o transcriptoma genômico dos 17 principais tipos de câncer (A pathology atlas of the human cancer transcriptome). O estudo foi publicado em acesso aberto na revista Science1 e é apontado como um novo marco na oncologia de precisão. Quem analisa é o oncologista André Murad (foto), professor adjunto e Coordenador da Disciplina de Oncologia da UFMG e Diretor Clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada e do Laboratório Personal de Genética Molecular.
O Grupo de Trabalho da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica assina as diretrizes brasileiras de manejo de toxicidades associadas ao uso de inibidores de checkpoint, em artigo publicado no Brazilian Journal of Oncology. “O perfil de toxicidades dos novos agentes imunoterápicos difere consideravelmente daquele observado com quimioterapia citotóxica ou mesmo terapia-alvo”, explica o oncologista Rodrigo Munhoz (foto), que participou da elaboração do trabalho.
O estudo CHECKMATE-214, que avalia nivolumabe em combinação com ipilimumabe versus sunitinibe no carcinoma de células renais avançado ou metastático, cumpriu um dos objetivos primários. A combinação alcançou taxa de resposta objetiva (ORR) superior, de 41,6% versus 26,5% para sunitinibe. A mediana de duração da resposta não foi alcançada para a combinação e foi de 18,17 meses para sunitinibe.
Artigo publicado na edição de agosto do Annals of Oncology traz os resultados do estudo OPTION, mostrando que a administração de um agonista do hormônio liberador de gonadotropina durante a quimioterapia reduziu o risco de falência ovariana em pacientes com câncer de mama precoce.
No AURELIA, estudo randomizado, aberto, de fase III, a adição de bevacizumabe à quimioterapia para câncer de ovário resistente à platina melhorou significativamente a sobrevida e a taxa de resposta sem progressão versus quimioterapia isoladamente, mas não aumentou a sobrevida global (SG). Estudo publicado em agosto no Annals of Oncology (vol.28, nº 8) explorou o efeito do uso de bevacizumabe após progressão da doença em pacientes randomizadas para quimioterapia e mostrou impacto na sobrevida global.