CALAVI: estudo avalia acalabrutinibe no tratamento da hipercitocinemia associada à COVID-19
A AstraZeneca anunciou o início do ensaio clínico randomizado CALAVI para avaliar a eficácia do inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK) acalabrutinibe (Calquence®) no tratamento da tempestade de citocinas (hipercitocinemia) associada à infecção por COVID-19 em pacientes graves. O medicamento é indicado para o tratamento da leucemia linfocítica crônica (LLC), além de pacientes com linfoma de células do manto (MCL) que receberam pelo menos uma terapia anterior.
A taxa de mortalidade da COVID-19 parece ser maior na população caucasiana do que na população asiática. É o que sugere artigo de Passaro, A et al no Annals of Oncology, que enfatiza a importância de reconhecer pacientes com câncer de pulmão como população prioritária para testes da COVID-19 e anuncia a criação de um registro global, o TERAVOLT (Thoracic Cancers International coVid 19 Collaboration), para avançar nas pesquisas de avaliação de risco. Quem comenta é o cirurgião oncológico Riad Younes (foto), Diretor Geral do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) divulgou um conjunto de recomendações para apoiar a comunidade oncológica a tomar decisões sobre a alocação de recursos escassos de saúde durante a pandemia de COVID-19. O objetivo é garantir que as perspectivas de pacientes com câncer e oncologistas sejam incluídas em todas essas decisões. As recomendações foram desenvolvidas pelo Comitê de Ética da ASCO, aprovadas pelo Conselho de Administração e aceitas após revisão por pares para publicação futura no Journal of Clinical Oncology.
Com base nos dados de eficácia, o ensaio de Fase III ADAURA foi encerrado por determinação do Comitê Independente de Monitoramento de Dados, indicando que osimertinibe (Tagrisso®) alcançou o endpoint primário e ampliou a sobrevida livre de progressão de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) EGFR mutado estágio IB, II, IIIA e IIIA com ressecção completa do tumor. O estudo teve a participação de mais de 200 centros, em 20 países, incluindo 11 centros brasileiros.
Sílvio Bromberg, mastologista do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do Departamento de Mastologia da BP Mirante, apresenta mais um podcast Onconews, analisando estudo chinês que aborda os cuidados a serem tomados para realização de cirurgias de câncer de mama durante o período de incubação COVID-19. Ouça aqui.
Avaliação prospectiva de pacientes com câncer de mama inicial do estudo TAILORx indica que a quimioterapia produz comprometimento cognitivo precoce, mas não sustentado, em relação à terapia endócrina. Os resultados publicados Journal of Clinical Oncology trazem segurança a pacientes e oncologistas sobre a indicação de quimioterapia adjuvante para reduzir o risco de recorrência.
Artigo de Andreia Cristina de Melo e Luiz Claudio Santos Thuler, da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA), revisa a literatura inicial sobre câncer e COVID-19. “Diante desses relatos pioneiros, pode-se concluir que, aparentemente, pacientes com câncer apresentam risco mais elevado do que a população geral de desenvolver a Covid-19, evoluindo com elevadas taxas de letalidade”, aponta o trabalho, editorial da Revista Brasileira de Câncer. “A disseminação epidêmica do Sars-CoV-2 traz grandes desafios para a prática clínica nas áreas da oncologia e de hematologia”, analisa o estudo brasileiro.
Heshiki et al. investigaram como a microbiota intestinal pode influenciar os resultados do tratamento de uma coorte de pacientes com oito tipos diferentes de câncer. Os dados sugerem que compostos específicos da microbiota influenciam o crescimento tumoral e a resposta terapêutica, com implicações no prognóstico e tratamento do câncer. Dan Waitzberg, professor associado do departamento de Gastroenterologia da FMUSP e Diretor científico da Bioma4me, analisa os achados.
A radioterapia ablativa estereotática (SABR) melhora os resultados oncológicos em homens com câncer de próstata hormônio-sensível oligometastático? Publicado no JAMA Oncology, o estudo randomizado de Fase II ORIOLE demonstrou que a SABR é uma abordagem promissora para pacientes que desejam atrasar o início da terapia de privação de androgênio. Quem comenta é Bernardo Salvajoli (foto), médico especialista em radioterapia do HCOR-Onco e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).
Pesquisadores desenvolveram o primeiro exame de sangue que pode detectar com precisão mais de 50 tipos de câncer e identificar em qual tecido o câncer se originou, muitas vezes antes da presença de sinais ou sintomas clínicos da doença. Os resultados estão em artigo de M.C. Liu et al, no Annals of Oncology. “Se estudos de validação confirmarem esses dados preliminares, teremos provavelmente a ferramenta mais poderosa de prevenção desenvolvida até hoje”, avalia Bernardo Garicochea (foto), oncologista e hematologista do Centro Paulista de Oncologia/Grupo Oncoclínicas e diretor médico do Laboratório OC Precision.
Paulo Mora (foto), do Instituto COI, é co-autor de artigo de Penson, R T et Al., que reporta os resultados do estudo de fase III SOLO3, mostrando que a taxa de resposta objetiva foi significativamente maior com olaparibe do que com quimioterapia no câncer de ovário recidivado sensível à platina, em pacientes com mutação BRCA. Depois da publicação online em fevereiro, o artigo integra a edição de abril do Journal of Clinical Oncology (JCO).
O Comitê de Melhores Práticas do National Comprehensive Cancer Network® (NCCN) publicou recomendações atualizadas sobre segurança de pacientes oncológicos e profissionais de saúde durante a pandemia do COVID-19.
A agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou a combinação de encorafenibe (Braftovi®) e cetuximabe (Erbitux®) para o tratamento de pacientes com câncer colorretal metastático com mutação BRAFV600E após tratamento prévio. A aprovação é baseada nos resultados do estudo de Fase III BEACON CRC.
O estadiamento do câncer no momento do diagnóstico, o uso de tratamento curativo e a sobrevida diferem por raça e etnia entre os pacientes com um dos tipos de câncer mais frequentes? Estudo de coorte com 950.377 pacientes oncológicos mostra que sim, revelando que existem variações por raça e etnia no diagnóstico, tratamento e sobrevida do câncer.
O oncologista Rafael Caparica (foto), fellow do Institut Jules Bordet, Bélgica, é primeiro autor de revisão sistemática e meta-análise que avaliou o benefício da quimioterapia adjuvante em pacientes com câncer de vias biliares. Os resultados foram publicados no periódico Critical Reviews in Oncology/Hematology.
Estudo japonês de Fase II que avaliou o uso contínuo de trastuzumabe além da progressão no câncer gástrico ou de junção gastroesofágica avançado HER2 positivo (T-ACT Study) mostrou que a estratégia não melhorou a sobrevida livre de progressão desses pacientes. Os resultados estão em artigo de Makiyama, A et al, no Journal of Clinical Oncology. O oncologista Tiago Biachi de Castria (foto), médico do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, analisa os resultados do estudo.
As atuais diretrizes de tratamento para reações adversas imunorrelacionadas (irAEs) fazem recomendações genéricas, sem levar em conta a disparidade dos achados imuno-histopatológicos de cada órgão afetado por uma irAE. A crítica é do artigo de Esfahani, K. et al, na Nature Reviews Clinical Oncology, que propõe um modelo para personalizar a tomada de decisão.