Big Data, pequenos resultados
No início do ano, o Wall Street Journal enfatizou um tema que promete ganhar escala: o Big Data e o uso da tecnologia para vencer o câncer, assunto que vem despertando atenção desde que os Estados Unidos anunciaram o programa Cancer ‘Moonshot’ para alcançar a cura do câncer. Agora, editorial publicado no JCO de abril relativizou a euforia com as contribuições do Big Data, ilustrando os dados do estudo de Cheung e colegas, um nomograma que recebeu críticas de ter pouca utilidade clínica real, mesmo tendo sido baseado em dados de 37.568 pacientes, de 25 estudos clínicos de adjuvância em câncer de cólon, realizados entre 1977 e 2008.
Pesquisadores do MD Anderson Cancer Center encontraram uma associação entre o índice glicêmico e o aumento do risco de câncer de pulmão em brancos não-hispânicos, especialmente entre aqueles que nunca fumaram. O estudo foi publicado na Cancer Epidemiology, Biomarkers & Prevention e os resultados fornecem evidências de que a dieta, de forma independente ou em combinação com outros fatores de risco, tem impacto na etiologia do câncer de pulmão.
A oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto), do ICESP/FMUSP e do Hospital Sírio Libanês, comenta a análise do braço neoadjuvante do estudo CHORUS. Os resultados mostram que no câncer de ovário avançado o tratamento pré-operatório com três ciclos de quimioterapia à base de platina atingiu resposta completa em 4% dos pacientes, em imagens/achados cirúrgicos, e em 10% baseado nos níveis séricos de CA-125.
Estudo prospectivo multicêntrico investigou o papel da mutação KRAS no tumor primário para determinar o prognóstico do câncer de pâncreas avançado e concluiu que mutações específicas no KRAS devem ser consideradas não apenas quando se avalia o prognóstico, mas também no contexto de estudos clínicos que possam oferecer novas perspectivas para os pacientes.
A American Cancer Society publicou no último dia 22 de março um guia de recomendações para cuidados de longo prazo com sobreviventes de câncer de cabeça e pescoço. Este é o quarto guideline da série sobre diretrizes de cuidados para os chamados survivors. A atual linha de condutas é dirigida aos tumores de cavidade oral, laringe, língua, lábio e faringe, embora muitos dos princípios se apliquem também ao câncer de glândulas salivares, nasal, de seios paranasais e nasofaringe.
Artigo publicado no JCO de abril discute a melhor abordagem para o tratamento do câncer de pulmão pequenas células (CPPC) na doença inicial. Evidências amparadas em dados retrospectivos mostraram que a ressecção leva a resultados mais favoráveis e deve ser considerada como opção preferencial para o tratamento de pacientes com doença inicial (T1-2N0M0), em combinação com quimioterapia adjuvante e irradiação craniana profilática.
A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) ampliou a indicação para o uso de nivolumab (Opdivo®), agora também para o tratamento de pacientes com linfoma de Hodgkin clássico que progrediram às terapias anteriores. A decisão tem como base os dados do estudo de fase II Checkmate-205, que avaliou nivolumab em pacientes de Hodgkin que receberam transplante autólogo e o tratamento com o anticorpo droga-conjugado brentuximabe vedotina.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento nilotinibe (Tasigna®) para tratamento de primeira linha de adultos com leucemia mieloide crônica (LMC). A decisão foi publicada no dia 28 de março de 2016, no Diário Oficial da União.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) publicou o Clinical Cancer Advances 2016, um relatório que analisa conquistas e tendências da pesquisa clínica em câncer. Entre os destaques aparecem a imunoterapia, apontada como o avanço do ano, ao lado de vacinas anti-câncer, como o rindopepimut em glioblastoma, e de outras abordagens que se dispõem a melhorar a qualidade de vida dos pacientes, como a radioterapia de cérebro inteiro na gestão de metástases cerebrais e até o dispositivo TTField (Optune) no tratamento do glioblastoma.
A onco-hematologista Laura Maria Fogliatto (foto), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, fala dos principais resultados do estudo SGN 35-006 que embasou a aprovação de brentuximabe vedotina no retratamento de pacientes com linfoma de Hodgkin (LH) e linfoma anaplásico de grandes células sistêmico (LAGCs). “Teremos mais esta possibilidade de ajudar os pacientes a sobreviverem mais e com melhor qualidade de vida”, avalia a especialista.
Mesmo sem ter sido testada de acordo com as metodologias científicas internacionalmente utilizadas para comprovar sua segurança e eficácia, a fosfoetanolamina sintética foi aprovada pelo plenário do Senado, dia 22 de março, através do
Em artigo publicado na edição online de 14 de março do Journal of Clinical Oncology (JCO), o International Myeloma Working Group (IMWG) estabelece recomendações práticas para o diagnóstico e tratamento da insuficiência renal relacionada com o mieloma múltiplo. Angelo Maiolino (foto), chefe do Serviço de Hematologia e Transplante de Medula Óssea da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), comenta o artigo para o Onconews.
Um ensaio de fase III apresentado no 47º encontro anual da Sociedade de Ginecologia Oncológica comparou o uso de bevacizumabe e quimioterapia por administração intravenosa (IV) ou intraperitoneal (IP) no tratamento de primeira linha dos cânceres de ovário e das trompas de Falópio, assim como no carcinoma peritoneal. Os resultados mostraram que a quimioterapia IP não melhorou a sobrevida livre de progressão.
O 47º encontro anual da Sociedade de Ginecologia Oncológica apresentou os dados finais do estudo de fase II que avaliou cabozantinib contra paclitaxel semanal no tratamento dos cânceres de ovário epitelial persistente ou recorrente, trompa de Falópio ou câncer peritoneal. Cabozantinib não alcançou o desfecho primário de sobrevida livre de progressão. Ao contrário, o uso foi associado a maior progressão.
De nada valeram os apelos das sociedades médicas e de toda a comunidade científica. Mesmo sem ter sido testada de acordo com as metodologias científicas internacionalmente utilizadas para comprovar segurança e eficácia, o Plenário do Senado aprovou nesta terça-feira, 22 de março, o Projeto de
Estudo apresentado no Congresso Europeu de Urologia (EAU 2016) mostrou que um simples exame de sangue no pré-operatório pode predizer a agressividade do câncer de próstata localizado tratado com prostatectomia radical .