ICON-S: nova classificação do câncer de orofaringe HPV+
Muitos algoritmos empregados para predizer o prognóstico no câncer de orofaringe incorporam o status do HPV como um fator de estratificação, ao invés de reconhecer a singularidade da doença. A crítica, assim como a proposta de uma reclassificação TNM para tumores HPV+, vem do ICON-S, estudo multicêntrico publicado na edição de abril do Lancet Oncology (vol.17, nº 4). Flávio Hojaij e Arthur Vicentini, cirurgiões de cabeça e pescoço do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comentam o estudo.
Pauta obrigatória nos principais eventos de oncologia pelo mundo, a imunoterapia foi tema de um simpósio realizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) nos dias 15 e 16 de abril, na Praia do Forte, Bahia. O Simpósio Brasileiro de Imuno-Oncologia reuniu diversos especialistas para discutir os avanços da imunoterapia no tratamento do câncer e seus diferentes mecanismos de atuação e de eventos adversos.
Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram um método para estudar os efeitos tóxicos de longo prazo do tratamento do câncer e argumentam que os métodos tradicionais de notificação de eventos adversos não captam perfis de toxicidade que evoluem ao longo do tempo, assim como deixam de captar efeitos tóxicos de menor grau. A abordagem ToxT (Toxicity over Time) foi apresentada por Gita Thanarajasingam e colegas e publicada no Lancet Oncology.
O periódico Neuro-Oncology (vol. 18, nº 1) publicou artigo de revisão que avaliou os prós e contras da radiocirurgia estereotática (SRS) da cavidade cirúrgica após ressecção de metástase única cerebral. O radio-oncologista Robson Ferrigno (foto),Coordenador dos Serviços de Radioterapia do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, comenta com exclusividade para o Onconews.
Pesquisadores italianos, do Istituto Nazionale dei Tumori, em Milão, desenvolveram dois modelos de predição de risco para pacientes com sarcomas de partes moles de extremidades, validados para predizer sobrevida global e prever a ocorrência de metástases à distância. Os dados foram publicados no Lancet, em artigo de Dario Calegari e colegas.
Resultados de longo prazo do estudo que associa radioterapia e quimioterapia com procarbazina, lomustina (CCNU) e vincristina no tratamento de gliomas grau 2 mostram impacto importante na sobrevida. Os dados foram publicados no NEJM e os pacientes que receberam radioterapia mais quimioterapia tiveram sobrevida global mediana maior do que aqueles que receberam radioterapia isoladamente (13,3 vs. 7,8 anos; taxa de risco para morte, 0,59; P = 0,003).
Com base nas evidências disponíveis em 3 estudos de revisão sistemática e em um modelo de análise de risco, a US Preventive Service Task Force (USPSTF) publicou uma guia de conduta com recomendações para o uso da aspirina na prevenção do câncer colorretal e na redução da incidência de doenças cardiovasculares. O documento reconhece o papel da aspirina, mas diz que o benefício potencial só é sentido após 5 a 10 anos de uso.
A edição de abril do Lancet Oncology (vol.17, nº 2) mostra os resultados do projeto OnCoRe, que comparou a Observação (watch and wait) versus a ressecção cirúrgica após quimiorradioterapia em pacientes com câncer retal. Os dados sugerem que a indução de uma resposta clínica completa através de quimiorradioterapia seguida da observação é uma opção de tratamento para pacientes com câncer retal. O oncologista Gabriel Prolla, presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais, comenta os resultados e aponta as limitações do estudo.
Em artigo exclusivo, o oncologista Mauro Zukin (foto), diretor técnico do Grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), comenta os medicamentos aprovados pelo FDA para câncer de pulmão em 2015. "O impacto das novas drogas aprovadas varia em termos de resultados, mas sem dúvida, todas denotam um avanço", afirma.
Marilia Germanos de Castro (foto), patologista e membro do Núcleo Avançado de Urologia do Hospital Sírio Libânes, comenta os resultados de estudo recém-publicado no Jama Oncology, sobre o valor preditivo da pesquisa de exomas no câncer de próstata. O teste de assinatura genética foi validado e permitiu discriminar mais claramente a doença de alto risco.