Desemprego, câncer e políticas de saúde
Para estimar os efeitos da conjuntura econômica e das políticas públicas de saúde sobre a mortalidade por câncer, pesquisadores realizaram um amplo estudo longitudinal, com dados de mais de 70 países, e identificaram como a cobertura universal de saúde afetou essas relações. Estimativas indicam que mais de 260 mil mortes por câncer tratável ocorreram entre 2008 e 2010 entre os membros da OCDE*, a maioria em países sem cobertura universal de saúde. Os dados foram publicados no Lancet.
Resultados do estudo EURO SKI mostram que critérios clínicos e biológicos podem predizer a proporção de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) que mantêm resposta molecular e ficam livres de recidiva depois de interromper o tratamento com inibidores de tirosina-quinase (TKI). Os dados foram apresentados na 21ª conferência anual da Associação Europeia de Hematologia (EHA) na sexta-feira, 10 de junho (Abstr S145).
Artigo publicado no Mayo Clinic Proceedings põe em xeque a decisão da agência norte-americana Food and Drug Administration (FDA) de considerar desfechos intermediários (ou substitutivos) para a aprovação de medicamentos contra o câncer. Ao avaliar a força da correlação entre estes desfechos substitutivos e desfecho duros, como sobrevida global, os autores criticam que grande parte das aprovações do FDA apoiadas neste contexto "é desprovida de qualquer análise formal" capaz de estabelecer correlação com sobrevida global.
A radioterapia foi a área escolhida pela Fundação do Câncer para iniciar o seu projeto de Educação. A partir de junho, o Programa Nacional de Formação em Radioterapia irá formar 22 físicos médicos e 80 técnicos em radioterapia, vinculados a hospitais públicos ou filantrópicos contemplados no Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde (SUS), e a estabelecimentos privados cadastrados no SUS, das cinco regiões do país.
O urologista Marcus V. Sadi, do Comitê Brasileiro de Estudos em Uro-Oncologia (COBEU), comenta o estudo TOAD, o primeiro estudo randomizado sobre terapia hormonal na subida do PSA após tratamento curativo.Para avaliar qual o melhor momento para iniciar a terapia de privação de androgênio (ADT, da sigla em inglês) pesquisadores consideraram a sobrevida global em pacientes com câncer de próstata que receberam ADT imediata e naqueles que receberam ADT em momento posterior. Os dados foram publicados em maio no Lancet Oncology e mostram a superioridade do tratamento imediato.
Um consórcio internacional apresentou uma nova proposta para o prognóstico de pacientes com leucemia linfocítica crônica (LLC), em artigo publicado no Lancet Oncology. Em um momento de avanços proporcionados por modernas terapias e pela maior compreensão de uma série de variáveis biológicas e genéticas que agregam informações importantes aos sistemas clássicos de estadiamento clínico, novos parâmetros prognósticos esperam fazer frente à nova realidade.
Em artigo publicado no New England Journal of Medicine1 em 5 de maio, pesquisadores do New York-Presbyterian and Weill Cornell Medicine questionam os resultados do estudo de larga escala PLCO (Prostate, Lung, Colorectal and Ovarian trial) que buscou avaliar o valor do teste de PSA e serviu de base para as recomendações de 2012 do USPSTF2. Segundo os especialistas, existem limitações na metodologia do estudo que sublinham a necessidade de reavaliar a abordagem.
O FDA concedeu aprovação acelerada para nivolumabe (Opdivo, comercializado pela Bristol-Myers Squibb) para o tratamento de pacientes com linfoma de Hodgkin clássico (LHC), que recidivaram ou progrediram após o transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TMO) e uso do brentuximabe vedotin (Adcetris) pós-transplante. A aprovação, a primeira de um inibidor de PD-1 em uma malignidade hematológica, foi baseada em dados combinados dos estudos CheckMate-2051 e 0392.
O FDA aprovou o Lenvima® (lenvatinib), um inibidor de múltiplos receptores tirosina-quinase, em combinação com everolimus para o tratamento de pacientes com carcinoma de células renais (CCR) avançado que foram previamente tratados com uma terapia anti-angiogênica. A aprovação foi baseada nos resultados do estudo de Motzer et al1 que avaliou o uso de lenvatinib, everolimus, ou a sua combinação como tratamento de segunda linha em pacientes com carcinoma de células renais metastático.
Artigo publicado no JAMA Oncology apresentou os resultados da análise de subgrupo que avaliou a segurança e eficácia do anti PD-1 nivolumabe no carcinoma de células renais metastático (CCRm) em pacientes tratados além da progressão definida pelo RECIST, o critério de avaliação de resposta em tumores sólidos. Os dados do estudo de fase 2 mostram que parcela dos pacientes se beneficiou do uso contínuo.
Artigo de Luca Gianni e colegas publicado no Lancet Oncology traz os resultados de 5 anos de análise do estudo de fase II NeoSphere, que avaliou o uso combinado de pertuzumabe e trastuzumabe neoadjuvante em pacientes com câncer de mama HER2 positivo localmente avançado em comparação com aqueles que receberam trastuzumabe e docetaxel após a cirurgia. O artigo traz os desfechos secundários do NeoSphere, com dados de sobrevida livre de progressão, sobrevida livre de doença e perfil de segurança.