Asparagina e metástases no TNBC
A asparagina, uma proteína comumente encontrada nos alimentos, pode conter a chave para prevenir a disseminação metastática do câncer de mama triplo negativo. É o que apontam os resultados de estudo multicêntrico publicado na Nature. "Este estudo pela primeira vez traz dados consistentes pré-clínicos da relação entre asparagina com progressão e metástase em câncer de mama”, diz Gustavo Werustky, chair do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), que comenta os principais achados.
A quimioterapia adjuvante não aumenta a sobrevida livre de doença em pacientes com câncer de mama ER-positivo após recorrência loco-regional isolada. É o que apontam os resultados do estudo CALOR, publicados no Journal of Clinical Oncology. “Após 9 anos de seguimento, o estudo clínico CALOR reiterou o aumento da sobrevida livre de doença (endpoint primário) para tumores com receptores hormonais negativos, mas comprovou na análise final a ausência de benefício para receptores hormonais positivos, o que havia sido colocado em dúvida no seguimento inicial de 5 anos”, afirma a oncologista Daniella Ramone (foto), titular do departamento de Oncologia Clínica do Hospital de Câncer de Barretos.
No CHECKMATE-227, a alta carga de mutação tumoral foi testada usando um painel validado, o Foundation One, que emergiu como importante biomarcador preditivo para avaliar a atividade da imunoterapia no tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC). Por trás da estratégia que ajudou a refinar a população-alvo da combinação de nivolumabe + ipilimumabe em CPNPC está um estudo brasileiro, publicado na Oncotarget em 2015. A pesquisadora Anamaria Camargo (foto), autora sênior do estudo e coordenadora do Centro de Oncologia Molecular do Instituto Sírio Libanês de Ensino e Pesquisa, e Romualdo Barroso-Sousa, co-autor do estudo e Clinical Fellow do Dana-Farber Cancer Institute/Harvard Medical School, comentam o trabalho.
Estudo prospectivo publicado no Journal of the National Cancer Institute traz novas evidências sobre a associação entre doença periodontal e risco de câncer em adultos. Os especialistas Fabio de Abreu Alves, diretor do Departamento de Estomatologia do A.C.Camargo Cancer Center, e Emmanuel Dias Neto, coordenador do Laboratório de Genômica Médica da mesma instituição, analisam estudos recentes que investigam essa relação.
A heparina de baixo peso molecular é o tratamento padrão para o tromboembolismo venoso associado ao câncer. O papel de agentes anticoagulantes orais diretos não está claro. Estudo publicado no New England Journal of Medicine1 mostrou resultados da análise de não-inferioridade de edoxabano oral e dalteparina subcutânea. O oncologista Ricardo Caponero (foto), coordenador do Centro avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta o estudo.
Os padrões alimentares proinflamatórios aumentam o risco de desenvolver câncer colorretal? Estudo publicado no JAMA Oncology, que acompanhou mais de 121 mil adultos durante 26 anos mostra que a ingestão de dietas proinflamatórias foi associada a um risco significativamente maior de desenvolver câncer colorretal, em homens e mulheres. Dan Waitzberg (foto), professor associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e diretor do GANEP Nutrição Humana, comenta para o Onconews.
O estudo de Masatoshi Kudo e colegas1 publicado no Lancet é o primeiro estudo multicêntrico, randomizado, de fase 3, a demonstrar resultados positivos no carcinoma hepatocelular desde 2007, com a publicação dos dados de sorafenibe. No entanto, um provocativo artigo publicado simultaneamento na mesma edição do Lancet2 levanta uma questão central: esse estudo de não-inferioridade tem poder para mudar a prática clínica? A oncologista Renata D'Alpino (foto), coordenadora de Tumores Gastrointestinais e Neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.
Estudo que avaliou 104.980 participantes da coorte francesa NutriNet-Santé (2009-17) mostrou associação positiva entre o consumo de alimentos ultraprocessados e risco de câncer. Os dados foram publicados no British Medical Journal.
O uso da radioterapia pós-mastectomia (PMRT, da sigla em inglês) tem sido associado ao melhor controle loco-regional, aumento da sobrevida câncer específica e sobrevida global em pacientes com linfonodo positivo. No entanto, várias questões permanecem controversas quanto ao uso de PMRT em mulheres com 1 a 3 linfonodos positivos. Agora, análise do Breast International Group (BIG) publicada em fevereiro traz novos dados sobre o impacto do PMRT nessa população de pacientes. Quem analisa os resultados é o radio-oncologista Robson Ferrigno (foto), coordenador dos Serviços de Radioterapia do Hospital BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
O Lancet Oncology publicou os resultados do CONCORD-31, análise que considerou registros individuais de 37,5 milhões de pacientes diagnosticados com um dos 18 tipos de câncer, a partir de 322 registros de dados populacionais, de 71 países. Os dados atualizam a vigilância mundial de sobrevida por câncer até 2014. A epidemiologista Maria Paula Curado, do A C Camargo Cancer Center, comenta os principais achados e analisa o cenário brasileiro.
A polipose adenomatosa familiar (PAF) cursa com ocorrência de dezenas a milhares de pólipos benignos ao longo do cólon e praticamente todos os pacientes não tratados com colectomia desenvolverão câncer de cólon até os 40 anos de idade. Para entender como os pólipos influenciam a formação do tumor, estudo de Dejea et al. examinou a mucosa colônica de pacientes com PAF e identificou cepas oncogênicas de duas espécies bacterianas, Escherichia coli e Bacteroides fragilis. Os achados foram publicados na revista Science1 dia 2 de fevereiro. Quem comenta é Patrícia Ashton-Prolla (foto), Professora do Departamento de Genética da UFRGS e do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.