SOFT e TEXT mostram dados atualizados
Resultados atualizados dos estudos SOFT (Supression of Ovarian Function Trial) e TEXT (Tamoxifen e Exemestane Trial) foram publicados dia 12 de julho no New England Journal of Medicine, em artigo de pesquisadores do International Breast Cancer Study Group. Em um seguimento mediano de 8 anos, a adição de supressão ovariana a tamoxifeno resultou em taxas significativamente maiores de sobrevida global e livre de doença em mulheres com câncer de mama na pré-menopausa. O uso de exemestano e supressão ovariana resultou em taxas livres de recorrência ainda maiores. O oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto), Diretor Médico Geral do Centro de Oncologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Membro do Comitê Gestor do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein, comenta o trabalho.
O Food and Drug Administration (FDA) aprovou a primeira combinação de imunoterápicos para o tratamento de pacientes com câncer colorretal metastático e alta instabilidade de microssatélite ou deficiência no mismatch repair que progrediram após o tratamento com fluoropirimidina, oxaliplatina e irinotecano.1 A aprovação de nivolumabe (Opdivo®) e ipilimumabe (Yervoy®) foi baseada nos resultados da taxa de resposta global (ORR) e duração da resposta (DOR) do estudo de fase II CheckMate -142, que avaliou a combinação nesse subgrupo de pacientes.1,2,3
Um painel de especialistas atualizou as diretrizes do teste HER2 em câncer de mama recomendadas pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica/Colégio Americano de Patologistas. Publicada no Journal of Clinical Oncology, a atualização tem como primeiro autor o oncologista brasileiro Antonio Wolff (foto), médico do Serviço de Mama da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, e chefe do Comitê de Mama do grupo de pesquisa ECOG-ACRIN.
Estudo clínico que avaliou mulheres rastreadas para câncer cervical mostrou que o teste de HPV detectou neoplasia cervical mais cedo e com mais precisão do que a citologia. “O estudo de Ogilvie e colaboradores mostra claramente a melhor performance do teste de HPV quando comparado ao teste de Papanicolaou (com citologia liquida) no rastreamento do câncer de colo do útero”, diz Luisa Lina Villa (foto). Chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP).
Dados do estudo PROSPER publicados no NEJM demonstraram a eficácia da enzalutamida em retardar o aparecimento de metástases, necessidade de nova terapia e progressão de PSA mostram ganho de sobrevida global com enzalutamida em pacientes com câncer de próstata resistente à castração, sem grandes novidades em relação aos efeitos colaterais já previamente conhecidos. O estudo tem a participação do urologista brasileiro Ubirajara Ferreira, da Unicamp. O oncologista Andrey Soares (foto), médico do Centro Paulista de Oncologia e do Hospital Israelita Albert Einstein e chair do LACOG-GU, comenta o trabalho.
A patologista Marilia Germanos de Castro (foto), membro do Núcleo Avançado de Urologia do Hospital Sírio Libânes, comenta os resultados da metanálise recentemente publicada na Nature Genetics que identificou 63 novos loci associados ao câncer de próstata. A descoberta pode melhorar substancialmente a previsão de risco para pacientes com câncer de próstata e ajudar a informar as diretrizes de rastreamento e manejo da doença.
Estudo de Huang et al publicado na Genes & Development revelou um padrão inesperado no câncer de pulmão pequenas células (CPPC), identificando o que segundo os autores caracteriza uma nova variante do CPPC. O patologista Evandro Sobroza de Mello (foto), Diretor Médico Executivo do Laboratório CICAP, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta os resultados.
Publicado no Lancet Oncology, o estudo randomizado de fase III RAZOR, aberto, de não inferioridade, comparou a sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de bexiga tratados com cistectomia radical aberta e robótica e mostrou que não houve grandes diferenças nos resultados ou taxas de complicações entre os procedimentos, apesar do considerável aumento nos custos para os sistemas de saúde do método minimamente invasivo. O urologista Marcus Sadi, Coordenador da área de uro-oncologia da EPM-Unifesp e membro do Comitê Brasileiro de Estudos em Uro-Oncologia (COBEU), analisa estudos que comparam as abordagens cirúrgicas.
Nova análise do estudo PALOMA 3 apresentou resultados de sobrevida global do inibidor de ciclinas palbociclibe no tratamento de mulheres com câncer de mama metastático HER2 negativo, em pacientes que progrediram à terapia endócrina. Os resultados demonstraram tendência positiva, mas sem significância estatística.
O Projeto de Lei dos Agrotóxicos (PL nº 6299/2002), que trata do pacote de mudanças na fiscalização e controle de agrotóxicos no Brasil, avançou na Comissão Especial da Câmara dos Deputados. Organizações e instituições como o Instituto Nacional do Câncer (INCA), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e até a Organização das Nações Unidas (ONU) se manifestaram contrários ao projeto, que pode aumentar o uso de agrotóxicos e comprometer a saúde da população. Quem comenta é Márcia Sarpa (foto), toxicologista da Unidade Técnica de Exposição Ocupacional, Ambiental e Câncer do INCA.
Estudo multicêntrico demonstrou que o composto KBU2046 foi capaz de inibir a motilidade em modelos celulares humanos de câncer de mama, próstata, pulmão e cólon in vitro. Os resultados da estratégia inédita foram publicados na Nature Communications e mostram que é possível impedir o movimento das células cancerígenas e, assim, evitar que elas se espalhem para outros sítios. "O processo de metastatização é uma das características fundamentais do câncer. Desenvolver novas terapias capazes de bloquear a mobilização celular abre caminho para mais uma classe de drogas inovadoras", afirma o oncologista Marcelo Cruz (foto), que trabalhou como pesquisador na Northwestern University e está retornando ao país como membro titular do Centro de Oncologia do Hospital Sirio-Libanês.