WCLC 2018: impacto na prática clínica
O oncologista William N. William Jr. (foto), Diretor Médico de Oncologia e Hematologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, e Professor Adjunto Associado da University of Texas MD Anderson Cancer Center, comenta os principais estudos apresentados na 19ª Conferência Mundial de Câncer de Pulmão (WCLC 2018), que aconteceu entre os dias 23 e 26 de setembro em Toronto, no Canadá. “Na minha opinião, os estudos NELSON, PACIFIC e IMpower133 são os três trabalhos apresentados com maior potencial de modificar os padrões de avaliação e tratamento do câncer de pulmão”, avalia. Confira a análise do especialista.
A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA aprovou o uso do anti-PD-1 cemiplimab-rwlc (Libtayo®) para o tratamento de pacientes com carcinoma espinocelular metastático ou localmente avançado, que não são candidatos à cirurgia ou radioterapia. Esta é a primeira aprovação no carcinoma espinocelular avançada e marca o terceiro anti PD-1 aprovado nos Estados Unidos.
Apresentados na WCLC 2018, os resultados do estudo de base populacional NELSON indicam que o uso de exames de tomografia computadorizada (TC) em homens assintomáticos com alto risco de câncer de pulmão levou a uma redução de 26% (9-41%, 95% IC) nas mortes por câncer de pulmão aos 10 anos de acompanhamento do estudo (com 86% de adesão). No subconjunto menor de mulheres, a taxa-razão de morte por câncer de pulmão variou entre 0,39 e 0,61 em diferentes anos de acompanhamento, sugerindo uma redução ainda maior e significativa na mortalidade por câncer de pulmão em comparação com os homens.
O estudo IMpower133 demonstrou que a adição de 1L de atezolizumabe ao tratamento padrão com carboplatina e etoposídeo prolongou a sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) em pacientes com câncer de pulmão pequenas células (CPPC) em estágio extenso. “Este é o primeiro estudo em 30 anos a mostrar uma melhora significativa de sobrevida no tratamento de primeira linha da doença”, afirmou Stephen V. Liu, professor associado de medicina na Universidade de Georgetown, Washington D.C, que apresentou os resultados no WCLC 2018, em Toronto, Canadá.
O inibidor de PD-L1 durvalumabe demonstrou melhora estatisticamente e clinicamente significativas na sobrevida global (SG) em comparação com placebo em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) irressecável estádio III que não progrediram após quimiorradioterapia. Os dados do estudo PACIFIC foram apresentados durante a WCLC 2018 por Scott J. Antonia, chefe do Departamento de Oncologia Torácica do H. Lee Moffitt Cancer Center and Research Institute, em Tampa, e professor de Ciências Oncológicas na University of South Florida College of Medicine.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ampliou a indicação da lenalidomida (Revlimid®, Celgene), agora também aprovada para o tratamento de manutenção de pacientes com mieloma múltiplo recém-diagnosticados que foram submetidos a transplante autólogo de células–tronco1. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 17 de setembro.
Estudo apresentado no WCLC 2018 demonstrou que mulheres com câncer de pulmão não-tabagistas apresentam taxas de exposição à poluição do ar significativamente maiores em comparação com mulheres com a doença e histórico de tabagismo. Os dados foram apresentados por Renelle L. Myers, da British Columbia Cancer Agency, em Vancouver, durante a WCLC 2018 em Toronto, Canadá.
Os serviços de cessação do tabagismo (SCT) oferecidos no momento do rastreio do câncer de pulmão apresentam alta taxa de aceitação pelos fumantes. Os resultados são do estudo apresentado por William Evans, professor do Departamento de Oncologia da McMaster University e Conselheiro Clínico de Cessação do Tabagismo no Cancer Care Ontario, durante a WCLC 2018, em Toronto, Canadá.
Estudo apresentado na 19ª Conferência Mundial sobre Câncer de Pulmão (WCLC 2018), em Toronto, Canadá, demonstrou que cães treinados podem discriminar a presença de nódulos pulmonares malignos com confiabilidade extremamente alta.
Mulheres diagnosticadas com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) vivem mais do que os pacientes do sexo masculino com a doença. Os resultados são de um estudo apresentado no WCLC 2018 por Kathy Albain, que liderou o estudo internacional S0424 para o SWOG, o grupo de estudos clínicos em câncer que faz parte da National Clinical Trials Network (NCTN), do National Cancer Institute (NCI).