Consumo precoce de álcool e risco de câncer de próstata de alto grau
Em comparação com os homens que não consomem álcool, aqueles que consumiram pelo menos sete drinques por semana durante a adolescência (entre 15 e 19 anos) tiveram três vezes mais chances de serem diagnosticados com câncer de próstata de alto grau. Os resultados são de estudo publicado na Cancer Prevention Research. O oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto), Diretor Médico Geral do Centro de Oncologia da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo e membro do comitê gestor do Centro de Oncologia do Hospital Albert Einstein, comenta o trabalho.
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) realiza no Rio de Janeiro o II Encontro Internacional em Pesquisa em Câncer, iniciativa que reúne líderes mundiais da oncologia e pesquisa, com o objetivo de integrar pesquisa, educação, prevenção, controle e assistência. O médico João Viola, Chefe da Divisão de Pesquisa Experimental e Translacional do INCA, destacou o compromisso de reforçar a pesquisa brasileira e abriu oficialmente o programa científico, em cerimônia que contou com a apresentação de Daniela Gerhard (foto), do National Cancer Institute (EUA).
Mulheres entre 30 e 65 anos agora podem escolher o teste primário de papilomavírus humano de alto risco (hrHPV) como uma opção para rastreamento do câncer do colo do útero. A atualização das diretrizes da U.S. Preventive Services Task Force para o rastreamento da doença foi publicada no JAMA. “Após cuidadosa avaliação, as evidências acumuladas em diversos estudos levaram a concluir que é benéfico rastrear mulheres entre 30 e 65 anos com teste de HPV de alto risco isolado ou em conjunto com a citologia cervical”, afirmou Luisa Lina Villa (foto). Chefe do Laboratório de Inovação em Câncer do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer de São Paulo (ICESP).
O Food and Drug Administration aprovou o lenvatinibe (Lenvima, Eisai Inc.) para primeira linha de tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular (HCC) irressecável. A aprovação foi baseada no estudo multicêntrico REFLECT.
A agência americana Food and Drug Administration (FDA) aprovou nova indicação de uso para o anti PD-1 pembrolizumabe, desta vez em combinação com pemetrexede e quimioterapia baseada em platina para o tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células metastático (CPNPC) não escamoso, sem mutações EGFR ou translocação ALK. A decisão é apoiada nos resultados do estudo KEYNOTE-189, que demonstrou ganho de sobrevida global e sobrevida livre de progressão com a combinação de imunoterapia comparado à quimioterapia isoladamente.
A ESMO lançou uma proposta de classificação para facilitar e harmonizar a medicina de precisão no tratamento do câncer. Através da ESMO Scale of Clinical Actionability Target (ESCAT), a sociedade europeia apresenta uma escala com seis níveis de evidências para apoiar o uso de alvos moleculares acionáveis na prática clínica. A classificação está em artigo de Mateo et al, no Annals of Oncology. O oncologista Auro Del Giglio (foto), coordenador do Serviço de Oncologia Clínica do IBCC e do HCOR, comenta a classificação.
Estudo australiano de base populacional revelou risco aumentado para carcinoma ovariano seroso de alto grau em mulheres com histórico de doença inflamatória pélvica (DIP), achado que dá suporte à hipótese de que processos inflamatórios podem estar envolvidos na etiologia da doença. Os resultados foram publicados na Cancer Epidemiology1. A oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG) e professora na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), analisa os resultados.
O estudo de fase III EMBRACA demonstrou que o inibidor da PARP talazoparib prolongou a sobrevida livre de progressão (SLP) e melhorou as medidas de qualidade de vida em pacientes com câncer de mama metastático HER2 negativo e BRCA1/2 mutado em comparação com a quimioterapia. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine. A oncologista Débora Gagliato, médica do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, comenta o trabalho.
Estudo de Li e colegas publicado no JAMA Oncology sugere que os tumores gástricos com mutações MUC16 são mais propensos a apresentar uma maior carga de mutação tumoral (do inglês tumor mutation load, TML), e mediana de sobrevida global mais longa em comparação com os pacientes com um genótipo de tumor MUC16 selvagem. Os pesquisadores acreditam que os resultados podem ter aplicação prática para orientar o tratamento com inibidores de checkpoint em pacientes com câncer gástrico. A oncologista Rachel Riechelmann (foto), Diretora de Pesquisa do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG) e Diretora do Departamento de Oncologia do A.C. Camargo Cancer Center, comenta o trabalho.
O gene LIF6 regula a p53 em resposta a danos do DNA, induzindo a apoptose. É graças a essa biologia que os elefantes têm menor risco de câncer na comparação com humanos, descreve estudo de Vasquez et al publicado 14 de agosto na Cell Reports1.
A l-asparaginase é empregada no tratamento da leucemia linfoblástica aguda (LLA) e no Brasil era utilizada sob o nome comercial de Aginasa®. Em 2017, o Ministério da Saúde tomou a decisão de fornecer ao Sistema Único de Saúde uma alternativa mais barata, a L-asparaginase, a Leuginase®, fabricada pela Beijing SL Pharmaceutical. Agora, estudo publicado na Cancer Epidemiology1 mostra que a Leuginase adquirida pelo governo brasileiro não demonstrou eficácia e ainda oferece risco elevado de imunogenicidade.