A família de receptores Eph (carcinoma hepatocelular produtor de eritropoietina) representa o maior subgrupo dentro da família de receptores de tirosina quinase e é reconhecida por seu papel crítico na regulação do crescimento, migração e sobrevivência de células normais e malignas. Revisão de Reydson de Lima Souza (foto) e colegas destaca evidências que apoiam o envolvimento da sinalização Eph/efrina em cânceres orais e maxilofaciais e seu potencial na oncologia de precisão.
A sinalização Eph/efrina tem papel ambíguo no carcinoma de células escamosas da região oral, desempenha papel supressor e oncogênico. Em cânceres de glândula salivar, os resultados são reservados, embora sugiram que algumas moléculas estão associadas a pior prognóstico para os pacientes.
Nesta revisão, Lima Souza e colegas destacam evidências que apoiam o envolvimento da sinalização Eph/efrina em cânceres orais e maxilofaciais, a partir de resumo abrangente da literatura disponível, assim como descrevem achados moleculares que podem apresentar alvos terapêuticos promissores para essas malignidades.
“Diferentemente dos oncogenes tradicionais, que frequentemente funcionam apenas em células tumorais, os receptores Eph mediam interações célula a célula, tanto nas células tumorais quanto no microambiente tumoral, sendo considerados alvos atraentes para o desenvolvimento de fármacos”, analisam os autores.
O estudo mostra que em carcinomas espinocelulares (CCEs) orais, EphA2, EphB4 e efrinaB2 estão associados a pior prognóstico, enquanto EphA1, EphA4 e EphA7 desempenham o papel oposto, relacionados a prognóstico mais favorável. Para o carcinoma espinocelular (SCG), os resultados são reservados, mas sugerem papel importante para EphA2 e efrinaA1 na contribuição para a progressão do carcinoma espinocelular de células adrenérgicas (AdCC), promovendo a angiogênese.
Lima Souza et al. destacam que o potencial do sistema Eph/efrina como alvo terapêutico, por sua dupla função de regular os sinais promotores e supressores de tumores. “Isso o torna candidato atraente para a medicina de precisão, onde o direcionamento de interações específicas de Eph/efrina pode fornecer opções de tratamento mais eficazes e menos tóxicas para pacientes com cânceres de OMF”, descrevem.
O carcinoma de células escamosas é considerado grave problema de saúde global. Estimativas da Globocan indicam 350.000 novos casos de câncer de cavidade oral e 170.000 mortes em todo o mundo, 77% em países em desenvolvimento.
Além de Reydson Alcides de Lima Souza, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, o estudo conta com a participação de Moisés Willian Aparecido Gonçalves, Raisa Sales de Sá, Luccas Lavareze, João Figueira Scarini, Talita de Carvalho Kimura, Fernanda Cristina Poscai Ribeiro, Albina Altemani, Fernanda Viviane Mariano, Gary Chris Fillmore e Erika Said Abu Egal.
O artigo integra o tópico Fisiopatologia e Estratégias Terapêuticas para Cânceres Orais e de Cabeça e Pescoço da Frontiers in Oncology.
Referência:
de Lima-Souza RA, Gonçalves MWA, Sales de Sá R, Lavareze L, Scarini JF, Kimura TC, Ribeiro FCP, Altemani A, Mariano FV, Fillmore GC and Egal ESA (2025) Exploring the complex role of the Eph/Ephrin signaling in oral and maxillofacial cancers. Front. Oncol. 15:1554751. doi: 10.3389/fonc.2025.1554751