Em pacientes com câncer gástrico localmente avançado após quimioterapia neoadjuvante, a gastrectomia laparoscópica proporcionou recuperação mais rápida, demonstrando eficácia cirúrgica e resultados oncológicos comparáveis aos da gastrectomia aberta, com potenciais benefícios de sobrevida a longo prazo. Os resultados são de análise multicêntrica publicada no European Journal of Surgical Oncology.
As evidências baseadas em amostras de larga escala comparando a eficácia da gastrectomia laparoscópica (GL) e da gastrectomia aberta (GA) em pacientes com câncer gástrico localmente avançado após quimioterapia neoadjuvante permanecem limitadas. Este estudo multicêntrico teve como objetivo avaliar os resultados oncológicos e de curto prazo das duas abordagens.
Foram analisados dados de um banco de dados multicêntrico de pacientes com câncer gástrico localmente avançado submetidos à gastrectomia radical após QT neoadjuvante em 12 centros na China. O pareamento por escore de propensão (PSM 3:1) foi utilizado para equilibrar as características basais. Foram comparados os resultados de curto prazo, a sobrevida global (SG) em 5 anos, a sobrevida livre de doença (SLD) e os padrões de recorrência.
No total, 962 pacientes preencheram os critérios de inclusão, dos quais 753 foram submetidos à gastrectomia laparoscópica e 209 à gastrectomia aberta. Após o pareamento por escore de propensão, foram analisados 627 pacientes do grupo de gastrectomia laparoscópica e 209 do grupo de cirurgia aberta. Ambos os grupos apresentaram características clínicas e patológicas comparáveis (DMP ≤ 0,100). A perda sanguínea intraoperatória foi menor no grupo de pacientes submetidos à gastrectomia laparoscópica, com deambulação e início da dieta mais precoces do que no grupo submetido à gastrectomia aberta (P < 0,05). O número de linfonodos recuperados foi maior no grupo que recebeu a cirurgia laparoscópica (P < 0,001).
Embora não tenham sido demonstradas diferenças significativas na sobrevida global em 5 anos (GL vs. GA: 51,7 vs. 43,4%) e na sobrevida livre de doença (SLD) em 5 anos (GL vs. GA, 48,8 vs. 41,4%; P > 0,05), a análise de pontos de referência revelou melhora na sobrevida global (77,6 vs. 65,9%; P = 0,024) e na sobrevida livre de doença (84,1 vs. 71,4%; P = 0,031) após um período de referência de 28 meses no grupo submetido à gastrectomia laparoscópica. A maioria das recorrências ocorreu dentro de 3 anos de pós-operatório, com padrões de recorrência semelhantes em ambos os grupos (P>0,05).
Em síntese, em pacientes com câncer gástrico localmente avançado após quimioterapia neoadjuvante, a gastrectomia laparoscópica proporcionou recuperação mais rápida, demonstrando eficácia cirúrgica e resultados oncológicos comparáveis aos da gastrectomia aberta, com potenciais benefícios de sobrevida a longo prazo.
Referência:
Surgical and Oncological Outcomes of Laparoscopic versus Open Gastrectomy after Neoadjuvant Chemotherapy in Patients with Locally Advanced Gastric Cancer: A Multicenter Analysis. Shang-Guan, Zhi-Xin et al. European Journal of Surgical Oncology, Volume 0, Issue 0, 110060
