A fitoterapia japonesa, também chamada de medicina Kampo, é frequentemente utilizada para controlar os efeitos colaterais do tratamento do câncer e melhorar a qualidade de vida. Iwai et al. examinaram as tendências temporais e os padrões de prática clínica das prescrições de Kampo entre pacientes internados com câncer entre 2010 e 2023, com achados que destacam o papel em evolução da medicina tradicional no tratamento moderno do câncer no Japão.
Neste estudo de coorte retrospectivo, os pesquisadores utilizaram o banco de dados Japanese Diagnosis Procedure Combination, considerando mais de 6,8 milhões de hospitalizações entre julho de 2010 e março de 2023, para cinco tipos principais de câncer: mama, colorretal, gástrico, pulmão e próstata. Foram analisadas as tendências de prescrição em condições agudas ou graves, assim como as características dos pacientes
Os resultados foram relatados no International Journal of Clinical Oncology e mostram que medicamentos Kampo foram prescritos em 13,6% das hospitalizações, mais comumente entre idosos e pacientes com câncer colorretal. Os autores descrevem que a proporção geral de prescrições aumentou de 2010 a 2017, antes de estagnar. Os padrões de prescrição variaram de acordo com a faixa etária, tipo de câncer, estágio da doença e causa da hospitalização. O uso de Dai-ken-chu-to passou do pós-operatório para o tratamento crônico, enquanto as prescrições de Gosha-jinki-gan diminuíram gradualmente.
“Os padrões de prescrição de Kampo entre pacientes internados com câncer mudaram nos últimos quatorze anos, refletindo mudanças na demografia dos pacientes e nas estratégias de tratamento”, concluem os autores. “Os medicamentos Kampo parecem ser usados seletivamente como tratamento de suporte, adaptados a situações clínicas específicas”, analisam.
A íntegra do artigo original está disponível em acesso aberto.
Referência:
Iwai, C., Konishi, T., Aso, S. et al. Trends in the use of Japanese herbal Kampo medicine in inpatients with cancer: a 14-year nationwide analysis. Int J Clin Oncol (2025). https://doi.org/10.1007/s10147-025-02866-3
