O câncer é uma ameaça à saúde pública e globalmente um desafio econômico cada vez mais importante para todas as pessoas, mas tem impacto desproporcional na vida das mulheres e em seus meios de subsistência, com reflexos para toda a sociedade. É o que argumentam Garton et al., em artigo que propõe uma moldura para orientar a implementação das recomendações da Comissão Lancet sobre mulheres, poder e câncer (The Lancet Commission on Women, Power and Cancer).
Nesta análise, os autores descrevem que a Comissão foi criada para abordar questões urgentes na intersecção entre desigualdade social, risco e desfechos. “O relatório da Comissão foi publicado em setembro de 2023, apresentando dez achados principais e recomendações prioritárias correspondentes, direcionadas a uma ampla comunidade de interesse: organizações internacionais, governos, pesquisadores e financiadores de pesquisas, sociedade civil e setor privado”.
Para apoiar a aceitação dessas recomendações e aumentar o engajamento da comunidade global, o modelo apresenta indicadores de desempenho e convida a entender o câncer além do tratamento da doença, para abordar também as dimensões sociais e econômicas que afetam os desfechos na população feminina – da prevenção ao tratamento. A expectativa é que a moldura possa contribuir para monitorar e avaliar os progressos na intersecção entre mulheres, poder e câncer.
Referência:
Garton, Elise M et al. A proposed framework for monitoring and evaluating progress at the intersection of women, power, and cancer. The Lancet