Onconews - Intensificação da radioterapia de resgate guiada por PET-PSMA melhora resultados em pacientes com recorrência após prostatectomia radical

A intensificação da radioterapia de resgate guiada por tomografia por emissão de pósitrons (PET-PSMA) após prostatectomia radical (PR) melhora a sobrevida livre de falha em pacientes com recorrência bioquímica? Resultados de estudo de Fase II sugerem que sim, demonstrando melhora isotóxica no controle do câncer com a intensificação da radioterapia de resgate guiada por PET-PSMA após PR.

Neste ensaio clínico randomizado de fase 2,  que incluiu 64 pacientes com recorrência bioquímica após PR no grupo de intervenção e 64 no grupo controle, o objetivo foi avaliar se a intensificação da radioterapia de resgate (RTR) guiada por PET-PSMA após prostatectomia radical está associada à melhora da sobrevida livre de falha (SLF).

Os pacientes foram randomizados na proporção de 1:1 para receber RTR no leito prostático, com ou sem RT pélvica eletiva, com ou sem terapia hormonal adjuvante (TH), ou RTR guiada por PET/CT com PSMA, intensificada para os locais detectados da doença. O desfecho primário foi a SLF, definida como progressão do PSA (nadir do PSA > 0,2 ng/mL), progressão radiológica, início da terapia de próxima linha ou óbito.

Entre 128 pacientes inscritos (idade mediana [IIQ], 71 [64-74] anos), a mediana do PSA no momento da inclusão foi de 0,3 (0,1-3,0) ng/mL. No grupo de RTR com PSMA, 33 dos 64 pacientes (52%) receberam RTR intensificada; com adição de RT pélvica (n = 16 [25%]), RT direcionada à metástase (n = 2 [3%]), reforço dos linfonodos (n = 19 [30%]) ou reforço do leito prostático (n = 15). A terapia hormonal adjuvante foi igualmente prevalente em ambos os braços (55 [86%] controle vs 54 [84%] PSMA RTR).

Em um acompanhamento mediano (intervalo) de 37 (7-60) meses, os autores descrevem que a RTR PSMA melhorou a SLF (razão de risco [HR], 0,50; IC de 95%, 0,27-0,94; P = 0,04) e a SLF eugonadal (HR, 0,45; IC de 95%, 0,21-0,96; P = 0,03), com seu maior benefício no subgrupo com PSA de 0,3 ng/mL ou mais (HR, 0,17; IC de 95%, 0,04-0,79; P = 0,01).

Em relação à segurança, os dados mostram que menos eventos de tratamento de próxima linha ocorreram no braço RTR PSMA (4 vs 12; HR, 0,32; IC de 95%, 0,11-1,02; P = 0,04). Não houve diferenças significativas nos efeitos tóxicos ou na qualidade de vida entre os braços.

“Este estudo de fase 2 demonstrou melhora isotóxica no controle do câncer com a intensificação da RTR guiada por PET-PSMA após PR”, concluem os autores, acrescentando que são aguardadas evidências confirmatórias de estudo de fase 3 subsequente.

Referência:

Belliveau C, Saad F, Duplan D, et al. Prostate-Specific Membrane Antigen PET-Guided Intensification of Salvage Radiotherapy After Radical Prostatectomy: A Phase 2 Randomized Clinical Trial. JAMA Oncol. Published online October 02, 2025. doi:10.1001/jamaoncol.2025.3746